Habibi

Habibi Craig Thompson




Resenhas - Habibi


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FranzEscritor 09/10/2016

Uma obra-prima por excelência.
Eu sempre desconfio das palavras elogiosas das contra-capas ou abas internas dos livros. O mesmo princípio eu aplico aos pôsteres de filmes e às capas de Histórias em Quadrinhos.
Mas há ocasiões em que o instinto clama e não nego tal chamado. Uma dessas ocasiões ocorreu recentemente comigo ao entrar em uma livraria e me deparara com a obra "Habibi", de Craig Thompson. Eu folheei rapidamente suas páginas e comprei sem maiores referências. Cometi o que alguns chamam de "tiro no escuro", o que implica em afirmar que uma atitude foi tomada sem conhecimento da causa. Ok, eu atirei no escuro, mas acertei o alvo entre os olhos.
Habibi é a mais recente obra do autor de Retalhos. Contudo, ser um novo trabalho de um autor premiado, volto a reforçar, pouco quer dizer, pois uma obra-prima não é garantia de outra na sequência, principalmente com as pressões do mercado editorial para a entrega rápida de novos trabalhos após um sucesso de vendas.
Esta Graphic Novel, entretanto, foge à regra. Primeiro, o tempo para produção e disponibilização do mercado foi muito grande. Passaram-se longos 8 anos até a finalização e disponibilização da obra no mercado. Crai produziu o que pode ser considerada sua obra máxima em uma reação ao processo de rejeição (fobia) aos islâmicos. Por ser uma cultura pouco conhecida e em constante processo de degradação por parte das mídias ocidentais, Craig Thompson optou por criar um verdadeiro conto de fadas sobre a cultura e o comportamento das pessoas em um país tipicamente islâmico. Mas não se deixem enganar: Habibi é um conto de fadas como os antigos foram. Há força, impacto e verdade nos desenhos e palavras da Graphic Novel. Tudo cativa e impressiona... desde os desenhos estilizados (bem similares aos dos livros árabes antigos, plenos de formas geométricas belíssimas) até o uso da caligrafia.
A história se passa nas proximidades da cidade de Vanatólia (creio que seja uma alusão a Anatólia, no oeste da Ásia - Turquia) e mostra a relação de duas crianças que desde muito cedo são obrigadas a viver uma dura realidade. De um lado, uma menina que é vendida por causa da fome e desemprego que assolam sua família. Do outro lado, um menininho que é feito escravo junto com sua mãe. Com o tempo, os dois são unidos pelo destino e por muitas situações tristes e dolorosas. Juntos, eles passam a viver do amor de um pelo outro, mas um amor puro, capaz de superar as sequelas que só a vida e suas surpresas podem trazer.
São 672 páginas de arte em estado puro. Ilustrações belas, detalhadas e, ao mesmo tempo, simples na mensagem que passam. Não há excessos, apesar do refinamento da produção. O que vemos desde a primeira página é um fenômeno. A combinação de roteiro, letras, desenhos e, principalmente, um recado para um mundo cada vez mais crítico quanto aos islâmicos torna "Habibi" uma pérola de valor inestimável.
Craig Thompson precisou de uma grande lacuna para transformar idéias em arte, porém é fácil afirmar que cada segundo de espera valeu a pena.
Lendo "Habibi", tenho plena certeza que as ideias sobre os muçulmanos irão mudar muito. Sim, eles tem muitas e gritantes diferenças de comportamento e religiosidade em relação aos ocidentais. Também tem um trato diferente com as mulheres e, muitas vezes, podem ser vistos por nós como radicais. Todavia, uma coisa teremos certeza: são pessoas como nós, diferenciadas por uma religião, que sofrem com a fome, as intempéries, a pobreza e a desigualdade social. Não há muitas diferenças básicas quando comparamos as duas realidades das vidas dos orientais e ocidentais. Compreendê-los é muito melhor que odiá-los, valendo-se de estereótipos que não são a expressão da verdade, mas a personificação de um rancor e um ódio que não precisam ser propagados.
Thompson mesclou passagens do Corão com o livro das Mil e Uma Noites, além de acrescentar a essa fórmula um pouco da realidade de muitos países muçulmanos. A intenção da obra não é estimular uma admiração inquestionável pelo povo islâmico. A intenção da obra é estimular nossa vontade em conhecer um pouco mais da história de um povo guerreiro, trabalhador e unido. Muito dessa admiração nós passamos a ter quando conhecemos melhor a dupla protagonista da obra: Cam e Dodola.
Com um conteúdo político e emocional muito grande, "Habibi" é certamente a melhor surpresa de 2012, uma verdadeira benção para um povo que é perseguido e desprezado por uma grande parte da população ocidental, principalmente após os mais recentes ataques terroristas.
Lendo "Habibi", aprendi que é possível nutrir esperança em um futuro, qualquer que seja sua nacionalidade, fé ou cor da pele. Craig provou o quanto é difícil produzir uma arte tão complexa, porém é inegável que o resultado superou todas as expectativas. Cam e Dodola irão flutuar em minha mente e alma como exemplos de superação, fé e amor. Eles são carismáticos, erram e buscam por esperança, assim como nós o fazemos. Eles são assustadoramente reais, assim como todas as barreiras e sofrimentos que os atingem até o fim da obra.
Leia e saiba que as barreiras usadas para transformar pessoas em monstros podem ser diminuídas. Não importa qual seja a cor da pele, o credo ou o sexo. O que basta é termos união e amor pelo próximo, pois por trás de cada ser humano há uma história... nem sempre tão bonita, mas sempre real. Craig contou não só as histórias de um menino que vira homem e de uma menina que se torna mulher e guerreira, ele comprovou que a união e a dedicação a quem amamos pode mudar o mundo.
Um detalhe muito importante e que mostra o zelo do autor está nas ilustrações do profeta Maomé sem o detalhamento da face, tal como preconiza a religião islâmica. Perfeito.
Ah! Lembram-se que no início eu disse não valorizar as notas e elogios que constam no livro? Bem, esse merece ter sua apresentação lançada aqui:

“Destinado a se tornar um clássico instantâneo.” - The Independent

“Cortante. Habibi é um enorme feito de pesquisa, cuidado e tinta preta, e um lembrete de que todos os ‘povos do livro’, apesar das diferenças, dividem um mosaico de histórias.” - Zadie Smith, Harper’s Magazine

“Thompson é o Charles Dickens do quadrinho. Habibi é uma obra-prima única.” - Elle

“Uma história maravilhosa e cativante, mas também indescritível neste curto espaço, pois dentro dela há ainda milhares de outras histórias. É como uma caixa de joias à qual você retornará de novo e de novo.” - The Guardian


site: www.apogeudoabismo.xyz
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Mila F. @delivroemlivro_ 29/06/2016

Lindo!
Habibi foi uma Graphic Novel que desejei ler assim que terminei a leitura de Retalhos, também do mesmo quadrinista: Craig Thompson. O interessante em Habibi é que ele tem sofrido diversas críticas, tanto positivas quanto negativas o que o torna aquele livro que você precisa ler para tirar suas próprias conclusões.
As críticas dizem mais respeito a questão como a cultura Oriental é abordada no livro, alguns acham que há uma sátira a religião, outros dizem que o autor está tentando humanizar os árabes para os norte-americanos, mas o próprio quadrinista refutou tudo e disse que Habibi deveria ser visto como um conto de fadas, pois foi com esta intenção que ele o escreveu.
Não quero entrar nesses detalhes profundos e acadêmicos, mas acho válida toda e qualquer crítica: positiva ou negativa. O que pretendo com esta resenha é falar sobre o enredo e o que senti ao ler, o que achei dessa Graphic Novel.
Bem, desde que comecei a ler quadrinhos percebi que eu estava completamente enganada na minha ideia de que esse tipo de literatura era rasa e vazia e, pois a cada GN ou HQ que leio me deparo com uma profundidade enorme que muitas vezes não encontro em romances. Sim, já achei que quadrinhos era coisa para criança. Ledo engano.
Habibi é mais uma Graphic Novel que tem profundidade e emociona o leitor. Trata-se da história de Dodola e Zam, dois escravos, que por destino se encontraram e cresceram juntos, se apaixonaram, mas que também por força do destino foram separados e viveram vidas completamente distintas.
Enquanto Dodola tornou-se prostituta, Zam tornou-se eunuco. Tinham que viver constantemente à margem da sociedade e tendo seus próprios sofrimentos, no entanto, mesmo com o passar de vários anos o sonho de cada um era voltar a se encontrar. Ficarem juntos.
De fato, em Habibi temos uma história de amor incrivelmente forte. Vejam bem, eu disse forte e não bonita. É uma historia imensamente triste, cheia de dor, sofrimento e perdas. É difícil e doloroso acompanhar certas partes da Graphic Novel, há cenas chocantes e tristes. Por vezes me deparava com sentimentos que não sabia descrever, que me envolviam e que me faziam parar a leitura e tomar fôlego.
É incrível o quanto Dodola e Zam tiveram que passar quando estiveram separados, o quanto mesmo se conhecendo e se amando eles tiveram que se começar o processo do zero, pois ambos estavam absolutamente mudados. O quanto eles tiveram que aprender a se amarem, para amarem mais completamente um ao outro.
Particularmente amei Habibi e recomendo a leitura, também quero dizer que o trabalho gráfico da Companhia das Letras está fabuloso, cada detalhe: na mudança de capítulos, nas páginas trazendo todo o sentimento que as ilustrações abordavam, capa, tradução, tudo está absolutamente enriquecendo mais e mais a obra. Dá gosto.
Habibi é uma das Graphic Novels que podem ser vistas como um conto de fadas, mas é mais que isso: é uma GN que transforma nossa visão de ver os sentimentos e os seres humanos. É bom pegar um livro que tem a capacidade de nos mudar.


site: www.delivroemlivro.com.br
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Monique 14/12/2015

Um livro inegavelmente belo pela qualidade gráfica e pelo esmero técnico de Craig Thomson, sem dúvida um dos mais belos quadrinhos que já li. Porém, há um bocado de pontos negativos na construção orientalista do enredo e dos personagens.
Debates interessantíssimos podem ser levantados por este livro, pois há o confronto, de um lado, entre uma Vanatólia lendária e quase mítica e, de outro, uma sociedade moderna e capitalista aos moldes "ocidentais".
Para mais informações, recomendo fortemente a resenha abaixo, é de fato um texto que reconhece as qualidades bem merecidas do livro e ainda sim consegue fazer críticas muito relevantes.

site: http://www.hoodedutilitarian.com/2011/10/can-the-subaltern-draw-the-spectre-of-orientalism-in-craig-thompsons-habibi/
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Bruno Novais 15/09/2015

Composição Perfeita!
Obviamente do desenho nem tem o que falar, já sou apaixonado pela forma de desenhar do Quadrinista Craig Thompson e principalmente se tem uma ótima história para acompanhar. Adorei a forma "não linear" que ele conduz o livro misturando passado, presente e histórias do alcorão. O envolvimento dos personagens é tão emocionante, tão devagar e tão detalhado que naturalmente você já se vê completamente envolvido com eles. E o que eu gostei mais é a maneira que ele subverteu o "clichê" dos romances vistos em vários livros. E como sempre, a maneira pessoal que ele trata sobre religião, que muitas vezes contem muitas criticas, mas ao mesmo tempo com um respeito enorme. Comprei esse livro para dar de presente para um amigo e aproveitei e comprei um pra mim, foi a melhor coisa que eu fiz!!!
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Anny128 07/10/2014

Habibi é uma daquelas histórias que te deixam sem palavras ao final. Na verdade, não dá para dizer que seja uma daquelas: poucas leituras, em toda a minha vida, me deixaram extasiada quanto esta.
Craig Thompson narra a história de dois escravos fugitivos, Dodola e Zam. Ela, uma menina de 12 anos que já passou por muitas dificuldades até ali, o que provavelmente alimentou seu espírito, naturalmente inteligente, de uma grande perspicácia e perseverança. Ele, um bebê negro de apenas 3 anos, que quase perdeu a vida de forma banal por um de seus algozes, sendo salvo por um triz pelas mãos de Dodola.A narrativa tem por cenário o mundo árabe, sendo permeada constantemente com referências ao Corão trechos esses que, ao contrário de impor uma religião, enriquecem o contexto e dão corpo à vida dos protagonistas. Traços fortes da cultura árabe são enaltecidos, até em seus microscópicos detalhes. Nem dá para imaginar a profundidade da pesquisa realizada por Craig até chegar à edição definitiva...
Passamos por diversos momentos das vidas dos dois, que são recheadas de grandes dificuldades e superações. Mesmo as maiores adversidades e distanciamentos forçados não foram capazes de destruir o sentimento que um nutre pelo outro, relação esta que só ganha substância a cada página. Thompson reinventou Shakespeare; mas seu Romeu e sua Julieta possuem uma carga dramática ainda mais humana, mais crua, muito mais cruel.
Os traços da HQ são belíssimos. Toda em preto e branco, nunca deixando de lado a referência ao universo árabe, inclusive em relação à fonte utilizada nos diálogos. Cenários de tirar o fôlego, com uma riqueza de detalhes que eu, iniciante dos quadrinhos que sou, nunca havia vislumbrado. Um espetáculo para os olhos!
Apesar de se tratar de um livro extenso, contando com mais de 600 páginas, conta com um enredo ágil. As folhas passam em um piscar de olhos, deixando aquela vontade de ler cada vez mais devagar só para o livro não terminar tão rápido.
As sensações são tantas, de tamanha intensidade e variedade, que fica difícil descrever em uma resenha despretensiosa como essa. Resta o convite para o mergulho no universo de Habibi!

site: http://www.leioeu.com.br/2014/06/habibi.html
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Jacqueline 27/08/2014

Uma história de amor contada por meio de múlitplas referências e linguagens
Referências religiosas e a caligrafia árabe perpassam a história de encontros e desencontros de dois escravos fugitivos, personagens centrais da saga. Por meio de desenhos e grafismos primorosos, somos transportados ora a cenários bem possíveis, ora a outros bem oníricos e fantasmagóricos.
Seguindo a mais pura tradição das 1001 noites, a contação de histórias (quase sempre de cunho religioso) garante a sobrevivência.
Um livro sobre o amor e sobre como as histórias podem nos salvar.

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Débora 30/04/2013

Esse foi o melhor Graffic novel que eu li em muito tempo. A maneira como o autor aborda temáticas delicadas como o desejo, a psiquê, o que é prioridade, as necessidades físicas, enfim, tudo isso colocado em um cenário mitológico e com citações da mitologia e religiosidade árabe, entranhado em uma história de amor é realmente emocionante. Recomendo totalmente.
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mauriciocz 09/02/2013

Fenomenal!
Craig Thompson já mostrou a que veio em Retalhos.
Com Habibi, ele se firma como um dos maiores quadrinistas e ilustradores de todos os tempos.
Sua arte a nanquim é magia pura. Cada página dessa obra merecia uma moldura.
A história? Doce, cruel, terna, triste. Maravilhosa!
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kell 28/10/2013

Sublime.
Eleva o espírito a todas as formas do amor.
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Susi 24/03/2024

Se esse livro pudesse ser resumido em apenas uma frase, seria "a palavra tem poder". Habibi conta a história de Dodola, uma jovem de 12 anos tentando fugir da escravidão após ver seu marido ser morto na sua frente. Na fuga em busca da liberdade, Dodola encontra Cam - ou zam, como foi rebatizado - e toma para si a responsabilidade de manter essa pequena criança de três anos segura em um mundo extremamente cruel. Habibi é uma história sobre sofrimento, mas acima de tudo, é uma história sobre o amor.
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Juci Rodrigues 17/02/2013

"Habibi, você é mais que uma história".
A HQ Habibi, do Craig Thompson (virei fã), é uma daquelas coisas que você paga um pouco mais caro para ter, mas que valem cada centavo.

Habibi foi a minha primeira experiência com as “graphic novels”, e parece que eu já comecei com o pé direito. Conta a história de dois órfãos, Zam e Dodola, e narra o encontro, a separação e o reencontro dos dois, em uma estrutura não-linear. Enquanto crescem juntos(Dodola tinha 12 anos e Zam, três, quando se conheceram), Zam passa de irmão a filho, e, finalmente, a amante. Mas a história dos dois é cercada de sofrimento, fome, sacrifício e uma constante fuga. O título significa “amado” (é assim que Dodola se refere a Zam), e a explicação da palavra (já na parte final), ainda que simples, foi uma das partes mais singelas e bonitas da HQ.

O traço do Craig é impecável. Os detalhes que ele conseguiu colocar em cada folha deixam a história ainda mais única e surpreendente.

Enquanto tentam sobreviver em meio ao deserto, Dodola conta histórias a Zam. Geralmente histórias do Corão, que por vezes são comparadas com as versões da Bíblia cristã. Achei interessante a forma como o autor intercalou o islamismo e o cristianismo nesses momentos. Outro ponto interessante foi a ligação dessas histórias com a própria vida dos personagens, funcionando como metáforas da realidade dos dois. O nome de Zam, por exemplo, é dado por Dodola quando este encontra uma pequena nascente “… tal qual o bebê Ismael descobriu o poço de Zamzam…“, ele nascera com o nome de Cam, “que não lhe servia.“

Apesar de ser em boa parte um drama, Craig colocou pequenas pitadinhas de humor em alguns momentos (quando Dodola conta a história de Noé, por exemplo).

O ápice da narrativa, na minha opnião, se dá no penúltimo capítulo: “A Oração do Órfão”, o único sem desenhos, apenas texto. Nesse momento, não deu para conter as lágrimas que ficaram presas durante o resto da leitura. Não vou falar muito para não estragar a experiência dos futuros leitores, mas a reflexão de Zam, em um momento decisivo e de grande desespero, foi uma das coisas mais belas que já lí em muito tempo.

Além de Habibi, Craig também publicou Retalhos, uma HQ autobiográfica super elogiada que estou ansiosa para ler (na verdade, fui à livraria com a intenção de comprar Retalhos; como não estava em estoque, Habibi foi minha segunda opção).

Título original: Habibi

Editora: Quadrinhos na Cia.

Nº de páginas: 672

Ano de publicação no Brasil: 2012

Nota: (10/10) ♥ (favorito)

No meu blog é possível ter acesso à resenha completa, com fotos e mais informações: http://booksanddaydreams.wordpress.com/2013/02/17/resenha-habibi-craig-thompson/
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Vinicius 24/03/2013

Habibi
Entre no link para ver uma análise mais completa e com imagens

http://vinicurtis.blogspot.com.br/2013/03/opiniao-de-gordo-habibi.html


Particularmente acredito que Habibi é uma das melhores obras de Historias em Quadrinhos que já li. Equilibrando muito bem um caprichado projeto gráfico com roteiro tocante e repleto de simbologias, salvo apenas a alguns pequenos detalhes, que se fizermos vista grossa podem passar facilmente desapercebidos.

A trama se passa em um Oriente Médio fictício,onde Dondola, uma garota de aproximadamente nove anos foi “cedida” pelos pais em um casamento arranjado. Devido a alguns imprevistos acaba sendo levada a uma feira de escravas pra ser vendida. Neste acampamento conhece Zam um bebê que está prestes a ser sacrificado, e que Dondola adota como se fosse um filho, então ambos precisam se unir e cuidar um do outro para sobreviver às adversidades do destino. E então acaba a parte boa, a partir daí o negócio fica tenso, o livro mostra as duas crianças tentando sobreviver em um mundo frio e cruel.

Isolados em sua “Ilha” no meio do deserto, Dondola em meio a dificuldades e sacrifícios ensina Zam como suportar e compreender a vida com base em histórias e ensinamentos Islâmicos/Judaicos. A obra inteira possui obra paralelos com tais passagens, aumentando a simbologia e significado dos acontecimentos. Os quais são muito bem apresentados por um trabalho artístico primoroso por parte de Craig Thompson.

O traço do desenho é delicado e bem resolvido, contrapondo com a intensidade de texturas e sombras carregadas. Me deu a impressão que o ilustrador buscou refletir a fragilidade e delicadeza dos personagens diante das ameaças duras e frias que a vida lhes impunham.
Possui temas pesados como estupro, violência, escravidão entre outras coisas de carga emocional semelhantes. Se você se sente ofendido quando se trata desses assuntos é melhor evitar o livro.

A obra é sobre o amor e suas diversas formas de manifestação, sobre os sacrifícios que fazemos por ele, em contrapartida com o que existe de mais podre e cruel nos próprios seres humanos.

A desconstrução da inocência das crianças diante da necessidade de sobreviver é tocante, e te faz pensar sobre que valores nos move de verdade, o que é importante ou não para ser feliz. Até onde estamos dispostos a nos doar, ou até onde somos capazes de aceitar alguém.


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Dose Literária 17/04/2013

É um livro lindo sobre luta e superação do ser humano...
Habibi conta a história de dois escravos fujitivos e o amor que os une, em meio a idas e vindas da vida. E seria apenas isso se não fosse a genialidade do roteiro, entremeando as situações com maestria e talento.
Dodola é uma menina esperta que é destinada a casar-se demasiadamente cedo.
Obrigada a cumprir essa nova função de esposa, ela aceita (até de certa forma) seu papel até que tudo muda quando seu marido é morto e ela é enviada para ser vendida como escrava.
No meio de toda essa confusão, Dodola escapa levando consigo o pequeno Zam, ainda bebê.
Eles crescem no deserto, sozinhos e tendo apenas um ao outro como companhia. Dodola conta histórias para acalmar, alegrar e passar o tempo para Zam, todas elas com lições valiosas que vão marcar o futuro do menino.
Mas, como tudo é finito, Dodola e Zam são separados e muitas outras situações ocorrem à partir disso.

Continue lendo... http://www.doseliteraria.com.br/2013/02/habibi-craig-thompson.html
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CooltureNews 11/05/2013

Publicada em www.CooltureNews.com.br
Uma história de várias formas de amores. Acredito que esta seja a frase que melhor se resume essa obra e acredito que não acharei frase melhor para falar desse livro, a história é profunda demais para conseguir por em palavras o que senti ao ler esse livro e escrever demais pode acabar sendo perda de tempo.

A primeira vez que vi a capa de Habibi (Quadrinhos na Companhia, de Craig Thompson) fiquei fascinada. A capa é linda e ninguém pode negar. Fiquei imaginando como alguém conseguiu fazer um desenho tão bonito, e o trabalho com as cores fez essa beleza se multiplicar. Quando li o nome do autor, Craig Thompson, lembrei imediatamente de outra obra dele, Retalhos (também do selo Quadrinhos na Companhia), obra que foi muito prestigiada entre os amantes de quadrinhos.

Habibi significa “meu amado” e o foco da história é exatamente esse: os laços que se formam entre alguns grupos ou pessoas que se tornam fortes, indestrutível à ação do tempo e espaço, não permitindo que a ausência e a falta de notícias seja um motivo para esquecer ou deixar de ter afeto.

Habibi conta a história de dois escravos fugitivos. Eles que se conheceram quando um, Zam, ainda era um bebê e a outra, Dodola, uma adolescente. Após um longo tempo juntos, eles acabam se separando, mas nenhum dos dois deixou de procurar pelo outro.

Vamos conhecendo a história de Zam e Dodola aos poucos, o autor sempre alterna a história com detalhes importantes das situações que permeiam a HQ. A história se passa no Oriente Médio nos dias atuais, onde o lucro exacerbado provoca desigualdade social. O resultado disso todos nós sabemos: fome, miséria e péssimas condições de higiene envolvem a vida das pessoas mais pobres dessas nações, e como o local da história é o deserto, a água se torna ouro nas mãos de quem a possui.

Ao mesmo tempo que conhecemos um pouco mais da vida de nossas personagens, vamos sendo levados a uma história mais mítica, sobre a religião islâmica e histórias das mil e uma noites. Isso faz com seja difícil identificar um ano em que as personagens se encontram. Isso acontece devido ao enredo que nos leva às origens da religião e das tradições islâmicas, se misturando aos problemas que vivemos nos dias atuais.

Na história também temos um lado sexual, muito bem traçado e contextualizado em toda a história. Nessas partes o leitor é colocado diante de das principais situações e questionamentos da atualidade: a venda do corpo para a prostituição (e seu uso para a luxúria daqueles que buscam satisfazer a carne) e o ato sexual como consequência do Eros. Quando nos deparamos com esses trechos, é difícil não se emocionar, seja por tristeza ou alegria.

Durante toda a história veremos extremos de diversas situações que irão se contrastar, e acredito que esse tenha sido o intuito do quadrinista na história: nos fazer ver esses dois lados juntos e questionarmos como vivermos, nossas próprias vidas e em qual extremo nossa sociedade se encaixa. É um choque necessário para entendermos que precisamos mudar.

O enredo é maravilhoso, mas preciso dar destaque também as ilustrações de Craig, que possui um traço belíssimo que chega a hipnotizar o leitor. A cada pagina percebemos o cuidado que ele teve em cada quadro, diferenciando quadros sobre nossos personagens daquele voltados para a história islâmica. Nos quadros sobre o corão (livro sagrado para o islã) os traços se tornam obras de arte tamanha a beleza. Fiquei estupefata com os detalhes feitos com perfeição e extrema beleza.

Me encantei profundamente com essa HQ. Essa é um obra rica em detalhes e cheia de carinho dado pelo autor, que ficou 7 anos trabalhando nesta obra. Vale a pena comprar, dar de presente e guardar eternamente em sua casa.
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