Eri Guimarães 25/09/2013
Mais Que Um Erótico...
Bonjour Anges!!
Bem, como vocês puderam perceber, ultimamente tem aparecido muitas leituras mais quentes na nossa “Pilha do Anjo” e a de hoje não será diferente. Esse livro é um dos especiais pra mim, por vários motivos. Um deles é pelo fato de ser de uma das minhas autoras divas, Sylvia Day tem um lugar gigantesco em meu coração. Outro motivo é por ter anjos, esses seres fazem parte da minha tara pessoal. E o motivo mais fofo é o fato desse livro ter sido dado para mim como presente de aniversário pela Dani, ela me fez uma criança muito, MUITO feliz.
Mas, indo ao que realmente interessa “Um Toque de Vermelho” é o primeiro livro da série Renegade Angels, uma trilogia que envolve o sobrenatural e que tem uma pegada bem sensual. Cada livro foca em um casal diferente e mostra sua história de amor, porém tendo de pano de fundo esse mundo sobrenatural que apresenta as relações de equilíbrio, rivalidade e poder entre três grupos: os anjos, os licanos e os vampiros.
A trilogia então é composta pelos livros:
1. A Touch of Crimson (2011) - Um Toque de Vermelho - Adrian (anjo) e Lindsay.
2. A Hunger So Wild (2012) - ainda não publicado - Elijah (licano) e Vash.
3. A Taste of Seduction (2013) - ainda não publicado - Syre (vampiro) e Karin.
Eu comecei a leitura de “Um Toque de Vermelho” com muitas expectativas, como já disse, os seres celestiais são uma das minhas taras, mas antes mesmo de chegar ao prólogo do livro, ainda no glossário já fui fisgada, pois o conceito dos licanos e dos vampiro não é o convencional, a autora fugiu do que todos esperam e criou seu próprio conceito.
Pouco depois que o Homem foi criado, duzentos serafins foram mandados para a terra a fim de acompanhar e relatar seu progresso. Esses anjos eram conhecidos como Vigias. Era uma casta de estudiosos, e tinham instruções claras para não interferir no progresso natural de evolução do Homem. Mas, os Vigias começaram a confraternizar com os mortais, e a ensinar a eles coisas que não deveriam saber, como por exemplo, a confecção de armas, a arte da guerra, a ciência, entre muitas outras habilidades. Sendo assim, uma casta de guerreiros conhecida como Sentinelas foi criada para cumprir a lei que os Vigias tinham desrespeitado.
Como punição, os Vigias tiveram as asas arrancadas pelos Sentinelas. As asas têm uma ligação direta com a alma, e a perda da alma desses anjos levou à necessidade de beber sangue, sendo assim, os Vigias que caíram se tornaram vampiros, conhecidos como Caídos. E esses vampiros são imortais, suportam a luz solar, porém não podem se reproduzir, sendo assim, eles transformam mortais em lacaios, que são seres raivosos e como os vampiros que conhecemos não suportam a luz solar.
Os licanos por sua vez, são um subgrupo desses “Caídos”, que foram poupados do vampirismo em troca do compromisso de servir aos Sentinelas. Seu sangue foi misturado ao dos demônios, o que tornou sua alma mortal. Eles, assim como os lobisomens que conhecemos, podem alterar sua forma humana para a de Lobo e procriam normalmente. Mas, eles não são seres extremamente pacíficos, afinal são mantidos como escravos.
Tendo todo esse universo em mente, esse jogo de equilíbrio de poderes entre os Caídos e os Sentinelas, podemos falar então do protagonista. Adrian Mitchell não é apenas um empresário recluso, bilionário conhecido por todos, mas é também o líder dos Sentinelas. Seus três pares de asas são brancas resplandecentes, mas suas pontas são manchadas de vermelho, o marcando como o primeiro anjo a ferir um semelhante, ao ser o primeiro que executou a punição dos Vigias.
Ironicamente, Adrian, há séculos atrás, também sucumbiu aos prazeres da carne, apaixonando-se perdidamente por Shadoe, uma nefil – filho de mortal com um Vigia. Pra ser ainda mais irônico, Shadoe era filha do primeiro Vigia a ser punido – Syre. Essa história em si já seria um rolo catastrófico, mas por uma sequencia de eventos, Shadoe acabou sendo ferida gravemente e numa tentativa de evitar que um mal maior acontecesse a sua amada, Adrian e Syre acabaram amaldiçoando a alma de Shadoe, alma essa imortal, mas que ficaria presa a corpos mortais e viveria em ciclos de reencarnações pela eternidade.
Isso em si, já é punição demais tanto para Syre como para Adrian, pois a cada reencarnação um duela com o outro pela atenção da mulher que é mais importante para os dois, e o final acaba sendo sempre o mesmo: o receptáculo de Shadoe morre e os dois ficam sofrendo a sua falta.
É nesse fogo cruzado que dura à séculos que Lindsay Gibson se vê de repente. Lindsay nem imagina que é um receptáculo de uma alma tão importante para as poderosas criaturas sobrenaturais. Tudo o que ela sabe é que tem que achar as criaturas malignas que mataram sua mãe quando ela era pequena e a tornaram uma caçadora. Mesmo tentando levar uma vida normal, trabalhando com hotelaria, enquanto caça os seres maus à procura dos que fizeram a sua ruína, ao encontrar-se com Adrian em um aeroporto não pode resistir à atração espontânea e irresistível.
Se já não bastasse toda a luta pela alma de Shadoe, ainda há muitos outros problemas, ataques aos Sentinelas, uma doença infecciosa estranha entre os lacaios vampiros e um possível motim dos licanos. E, em meio a tudo isso, Lindsay tenta evitar que Adrian caia ainda mais no pecado que poderá mata-lo, fazendo de tudo para salvar seu amado, mesmo com a insegurança de não saber qual das duas almas que carrega que é correspondida por ele.
“Um Toque de Vermelho” me surpreendeu MUITO. Achei que seria mais parecida com as outras obras da autora, mas ela inovou seu estilo, mudando o foco do erótico para a fantasia. Eu estranhei muito a demora de uma cena mais quente, a todo instante pensava “isso não parece com um erótico, está casto demais”. E agora, é perceptível que a intenção dela não era fazer mais um erótico, e sim uma história adulta onde o sexo acontece, mas não é o foco e o centro da história. Isso me agradou demais.
Outra coisa que me agradou demais foi o fato da autora trabalhar bem outros pontos de vista dentro da história, criando subtramas e abrindo um leque de opções e brechas para novas histórias. Dentro dessas subtramas Elijah (um licano), Torque (um nefil, irmão gêmeo de Shadoe) e Vash (uma Caída) tiveram seus dramas pessoais mostrados e seus sentimentos trabalhados como se o livro todo fosse sobre eles.
Mas, nem tudo é as mil maravilhas no livro. Em alguns momentos a narrativa fica meio inconstante, não que perca o ritmo alucinante, mas têm poucas explicações, isso dificulta um pouco a conexão com esse novo universo. Outra coisa que me incomodou foi o fato dos humanos normais serem completamente ignorantes desses seres sobrenaturais dividindo o espaço com eles, isso porque os anjos abrem suas asas a torto e a direito e voam por aí sem se preocuparem, os lobos andam transformados e os vampiros com as garras e as presas à mostra. Acho que foi uma falha feia no roteiro.
Fora esses detalhes, não há como não se apaixonar pela história. Narrada em 3ª pessoa (algo quase raro ultimamente), o conflito interno de todos os personagens envolvidos e o mistério que envolve algumas coisas me deixam mais do que ansiosa pela continuação (até porque o protagonista do segundo volume será o Elijah, por quem me apaixonei perdidamente).
Então, para quem ainda não foi iniciado ao gênero erótico e tem medo do que pode aparecer, super recomendo “Um Toque de Vermelho”, pois tem MUITA passagem sensual, mas explora muito mais a história, sendo as cenas quentes apenas um bônus em todo o contexto, o que fará com que a iniciação do leitor a esse “Subspace” seja mais suave e menos chocante.