Alana.Freitas 04/08/2016Helloo, pessoas, tudo numa nice?!
Hoje eu venho trazer a resenha de um livro que eu esperava alguma coisa legal, mas que acabou não entregando tudo quanto poderia. Confesso que o hype dele e tudo o mais me chamou a atenção e apesar de eu não gostar de pessoas na capa dos livros porque isso dirimi bastante o que poderíamos imaginar, eu ainda assim gostei, e outro ponto - o maior de todos - é que é de fantasia – meu gênero favorito vício da vida.
Em A Maldição do Vencedor nós conhecemos Kestrel, uma garota que quer ser dona de si mesma e tomar suas próprias decisões na vida. Filha de um poderoso general de Valória, ela decidi protelar a sua decisão de casar-se ou se alistar no exército contrariando as vontades do pai até a maioridade. Kestrel sabe que não leva jeito algum para ser soldado e também não quer casar.
Em uma de suas idas com sua amiga ao centro da cidade, Kestrel vai parar no mercado de escravos e acaba comprando um, por um valor exorbitante, no leilão. Há um mistério no escravo que aparentemente sabe cantar – e que acaba fisgando a protagonista. Esse é o ponto de partida da estória.
"- Parece que alguém está sofrendo da maldição do vencedor.
Kestrel se voltou para ela.- O que quer dizer?- Você não frequenta leilões, não é? A maldição do vencedor é quando você vence as ofertas, mas só pagando um preço exorbitante."
Eu sei que a sinopse é manjada e que eu deveria ter verificado antes, mas eu tenho essa mania de ler livros sem conferir a sinopse, e como eu gosto da editora que divulgou e apesar de eu ter visto que uma leitora que acompanho no goodreads tinha tido uma impressão negativa do primeiro livro e gostado dos outros dois, eu achei que poderia gostar. E só no meio da enfadonha leitura que eu verifiquei a sinopse e percebi que se tivesse visto antes não conferiria a obra. Mas enfim...
O início já começa previsível como soa. Eu tenho problemas quando vejo uma situação que o autor entrega no livro que não me parece e nem soa verdadeira. E foi isso que eu vi quando Kestrel comprou Arin. Não me vi convencida pelo motivo de ela ter feito isso. Outro ponto que pode incomodar os leitores é que o livro é bem parado e não acontece quase nada. As “guerras” presentes são bastante rasas, como se trata de um livro de fantasia, espera-se que exista uma contextualização do ambiente e talvez explicação de alguma mitologia – sendo que este último não é completamente necessário. Então não espere encontrar nada do tipo no livro porque apesar de trazer um tema forte e importante sobre escravidão, e um contexto que parece legal considerando a "ambientação", ele não é bem aproveitado. Não há introdução de personagens e mundos como acontece no geral em trilogias, somente há Kestrel fofocando com sua amiga, encontros furtivos com Arin, bailes e nada tipo what the hell?.
O enfoque do livro é o casal e para mim esse foi o grande problema, não porque eu sou avessa a romances – o que é em parte é verdade, não gosto do romance como o centro e total enfoque com toda a melação, mas eu curto de vez em quando – até porque eu li Estilhaçando-me e gostei e é um livro total romance apesar do que todos dizem sobre ter aquela questão de super poderes e blá blá blá. Mas sim porque o romance entre Kestrel e Arin não foi convincente, além de fraco. Quando ela o comprou no leilão já pareceu tudo forçado para mim. O desenvolvimento deles como casal pareceu precipitado, sem sentido e o mais previsível possível. Além de que – eu acho – se você for escrever qualquer gênero literário que o enfoque é o romance deve se certificar que está entregando um baita romance para que os leitores sejam supridos de toda forma. E não teve isso no livro. Eu não consegui gostar de Kestrel e muito menos de Arin.
Boa parte da obra Kestrel vive entre visitar a amiga, vestir vestidos, treinar para guarda e discutir com o pai sobre seu futuro. Talvez por ser um livro introdutório tenha esse problema. Ela é tida como super inteligente e estrategista e numa determinada situação do livro ela não faz absolutamente nada - o que me incomodou bastante.
Ela não olhou para trás quando ele voltou a falar.
"- Não vê, Kestrel, mesmo que o deus das mentiras ame você."
O livro traz dois povos distintos: os valorianos e os herranis. O primeiro, o povo dominador, e o segundo o dominado. Essa parte também foi pouco aproveitada pela autora, sendo que parecia bastante interessante para mim. Não tem aquela sensação que você tem de esperar por algo e esse algo não chegar? Foi essa mistura desconexa de sentimentos que senti com esse livro, além da irritação por causa de algumas situações com certos personagens, mas enfim... Eu não esperava morrer de amores e tudo o mais, eu queria MUITO e esperava pelo menos gostar de alguma forma da estória. Só que não rolou.
Mas algo realmente arrasador e bom que tirei da estória é a escrita. A escrita da Marie é maravilhosa. Eu acho que tenho certo amor incondicional pelas palavras, gosto de ver a maneira que os autores brincam com elas, o repertório que usam para diversos tipos de texto, as firulas, como um cantor faz melismas na voz um autor também brinca com as palavras e a Marie faz isso com maestria. Esse foi o ponto positivo e alto para mim na leitura.
Apesar do meu sério problema com a estória, eu recomendo que você, leitor, verifique por si mesmo o livro. Cada um vê de forma diferente e essas foram as minhas impressões da obra.
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http://piecesofalanagabriela.blogspot.com.br/2016/07/resenha-maldicao-do-vencedor-marie.html