A megera domada

A megera domada William Shakespeare
Millôr Fernandes




Resenhas - A Megera Domada


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EduardaMariaGG 02/07/2021

Ao contrário do que algumas pessoas podem achar, Catarina não foi obrigada a se casar com Pretrucchio, ela não disse "Não" em nenhum momento. O final desse livro é lindo! E serve de lição para muitas mulheres.

"Teu marido é teu senhor, teu guardião, tua vida, teu chefe e soberano. É ele que cuida de ti; para manter-te, arrisca a vida, com trabalho penoso em mar e em terra; nas noites borrascosas, acordado; de dia, suportando o frio, enquanto dormes em casa no teu leito quente, tranqüila e bem segura. Não te pede outro tributo além de teu afeto, mui sincera obediência e rosto alegre, paga mesquinha de tão grande dívida."
Yasmin.Luizy 16/07/2021minha estante
oi? se jura que uma obra que retrata o machismo de forma escancarada tem muito o que ensinar para as mulheres?


EduardaMariaGG 17/07/2021minha estante
machismo? onde?


EduardaMariaGG 17/07/2021minha estante
ela QUERIA casar com ele, não recusou em momento algum


Yasmin.Luizy 17/07/2021minha estante
moça eu não sei se você percebeu, mas ela não poderia contestar, pq ela iria casar contra a vontade dela por causa da época. Ou seja, ela negando ou não daria no mesmo.
E outra coisa que acontece é o relacionamento abusivo e tóxico, onde por meio de punição ela tem que fazer o que ele quer, e no livros tem várias.
Fora ele ainda usa o argumento que a ama, por isso não deixa ela dormi, não deixa comer, manda se humilhar na frente dos outros, e ela tem que fazer pq sabe que vai pior se contestar.
Consegue perceber? É só igualar a hoje em dia, onde se uma mulher quer sair com algumas amigas não pode pq o namorado empaca, briga e ainda diz que é culpa dela.


EduardaMariaGG 17/07/2021minha estante
em relação a esse exemplo que você deu sobre "hoje em dia", por acaso não tem mulheres que também são assim? conheço várias mulheres que não deixam seu namorado ir à nenhum lugar sozinho por ciúmes! falar que só homens são assim é bem sexista de sua parte!


EduardaMariaGG 17/07/2021minha estante
você acha mesmo que Catarina sendo quem é iria se rebaixar a um relacionamento "abuso e tóxico"? ela com certeza faria muitas coisas pra sair dessa! mas não, ela simplesmente aceitou!


Yasmin.Luizy 17/07/2021minha estante
sim, eu sei que existem vários relacionamentos assim, amigas antigas minhas faziam, eram mais leves o dela, mas eu me sentia muito desconfortável e eu me afastei por isso. eu só "igualei" por gênero, mas sei reconhecer.
e respondem em um comentário só KKKKKK, acredito muito no potencial da Catarina, eu já vi um resenha em que a falaram que ela aceitava apenas pq o marido dela não poderia negar, eu o que provavelmente rolaria na vida real, afinal ela sempre foi alguém que bateu de frente, iria arrumar seu jeito.
Porém, se tratando do autor um homem machista que viveu em outra época, onde a mulher era apenas para estar em casa cuidado de filho e sendo submissa, não podemos esperar essa visão dele.
Mas o que eu quero dizer é que podemos pegar isso e tirar conclusões, como que o relacionamento abusivo começa dessa forma e age desse jeito, que na verdade devemos nos atentar em quem namoramos ou até amizades.
(espero que não tenha ficado chato de ler, desculpa o textão)


EduardaMariaGG 18/07/2021minha estante
porque você acha que Shakespeare era machista? acho que você realmente não leu direito. E as mulheres realmente queriam estar em casa e cuidando dos seus filhos, ninguém enforcaria elas por não querer casar ou não ficar em casa! com certeza você assistiu muitos filmes retratando isso de modo assim, mas tenho certeza que nunca parou pra perguntar para uma mulher dos anos 40 o que ela realmente achava de ficar em casa. Relacionamento abusivo? aonde, meninaaaa?!


Yasmin.Luizy 18/07/2021minha estante
Você já leu algo sobre o tempo em que Shakespeare vivia? A megera domada foi publicada em 1594, e você vim falar que naquela época as mulheres escolhiam ficar em casa. É sério isso? Esse pensamento é atual, onde uma mulher pode escolher trabalhar ou cuidar da casa, e olhe lá.
Acho que tu tá confundindo as épocas, é sério. Não bate você dizer que mulheres cis escolhiam ter filhos ou cuidarem da casa, sendo que até hoje ainda é cobrado que elas façam isso simplesmente por terem um ovário ou por serem consideradas mais fracas.
Não tiro a ideia de que tinha mulheres que gostariam, mas outras não e fora que muitas poderiam tá ali simplesmente por terem sido ensinadas desde pequenas a quererem aquela vida.


Yasmin.Luizy 18/07/2021minha estante
E sobre o relacionamento abusivo, então você não vê nada de mais em um cara que pune ela simplesmente pq quer "doma-la". Já tá errado por aí, ela não precisa ser domada.
O mais correto era os dois sentarem para conversa e discutir o bate ou não naquele relacionamento, mas ele em nenhum momento faz isso, assim como ela. E nem é de se esperar da época.
Então se torna sim, pq no final termina ela tendo que acatar tudo que ele fala apenas pq não quer sofrer uma represália no futuro. Isso é um relacionamento saudável? Eu não vejo, me desculpa.




Coruja 20/04/2011

De todas as peças do bardo, sempre torci o nariz para A Megera Domada - a idéia dessa peça ia de encontro às minhas mais profundas sensibilidades femininas (e feministas). Mas o Dé está desde o ano passado insistindo em ler e comentar esse livro, de forma que acabei dando o braço a torcer. Fui procurar o livro na estante...

...e descobri que só tinha adaptações do tipo paradidático. Pior que isso: quando catei o original na livraria e folheei as primeiras páginas, cheguei à mui chocante conclusão de que JAMAIS TINHA LIDO O BENDITO!

“Pronto. Desonra. Desonra para a tua família inteira. Toma nota: desonra para você, desonra para tua vaca....”

Hã... o que Mulan tem a ver com o assunto mesmo? Ah, sim. Bem, é uma grande vergonha para mim admitir que não tinha lido A Megera Domada e ainda assim o tinha riscado da minha lista de “peças de Shakespeare para ler antes de morrer” (outro dos meus projetos de vida). Assim, só me restava reparar meu erro: li a peça e foi logo em inglês, para poder me penitenciar (experimenta ler Shakespeare em inglês para entender do que estou falando...)

Ok, então... eu continuo não gostando do Petrucchio. Não gosto da forma mercenária com que ele escolhe sua noiva e não gosto do tratamento que ele dá a Catarina. Mas ao menos posso hoje entender bem mais a Cata e o verdadeiro sentido da peça.

Então... Batista, um rico senhor de Pádua, tem duas filhas: Bianca, a caçula, é linda, meiga, doce e obediente... o exato oposto da irmã, Catarina, cujo epíteto carinhoso de megera resume tudo o que se há para dizer sobre a jovem.

Bianca é sempre seguida por um cortejo de pretendentes. O problema é que seu pai só permite que a caçula se case quando a mais velha estiver encaminhada – e nenhum homem em sã consciência, a despeito da beleza ou do dote da moça, está interessado em Catarina.

Até que chega a cidade Petrucchio, ele mesmo nem de longe um primor de gentileza. Petrucchio é amigo de Hortêncio, um dos pretendentes de Bianca. Tendo seu pai morrido recentemente, recebeu sua devida herança e está agora atrás de uma esposa – uma, de preferência, que venha com os cofres cheios.

Ao saber do dote de Catarina, ele decide que ela dará para o gasto e se põe a provocá-la terrivelmente, contrariando tudo o que ela diz. Aparentemente, Catarina cai de amores pelo neanderthal logo de cara, porque a despeito de toda a sua fúria, ela nada diz contra o casamento e o único momento em que se desespera com toda a situação é justamente quando o noivo se atrasa para a cerimônia.

Há o enredo secundário da confusão causada por Lucêncio, outro nobre jovem (só tem nobres nessa história...) que se disfarçou de pobre professor para aproximar-se de Bianca – mas ele não guarda tanto interesse quanto o primeiro. Na verdade, A Megera Domada são várias histórias dentro de uma história: a megera é uma peça encenada no meio de uma brincadeira que um lorde que acaba de voltar da caça prega num bêbado que encontra na estalagem.

Aliás, é uma pena que não tenhamos o deslinde da peça pregada em Sly; eu bem gostaria de ver o que ele faria quando acordasse novamente pobre.

O caso é... Petrucchio e Catarina se casam e ele continua com sua tortura – não a deixa comer ou dormir, a pretexto do amor que sente por ela: a comida está queimada, os travesseiros, muito duros e para sua querida Cata, apenas o melhor é permitido.

Afinal, se tudo o que faz, faz sob o argumento de amá-la, não há como contradizer isso.

E é então que Catarina concorda com ele. Se Petrucchio quiser que o sol do meio dia seja lua, lua ele será. Ao concordar com o marido, ela assume o controle, invertendo o jogo e colocando a estratégia de Petrucchio contra ele mesmo: se ela concorda, ele nada pode negar a ela.

E eis a essência da lição de Catarina, a megera: aconselhando as mulheres a fingir obedecer, ela as ensina como comandar.

Conclusão da história: continuo não sendo uma grande fã dessa específica peça – embora seja da opinião de que é uma das que melhor se presta a adaptações, até porque não me lembro de uma adaptação dessa história de que não tenha gostado – mas posso entendê-la melhor agora e falar com conhecimento de causa sobre o assunto.

Ou, pelo menos, posso dizer que realmente já li o livro...

(resenha originalmente publicada em www.owlsroof.blogspot.com)
Isabella 06/05/2011minha estante
Adorei. Uma resenha de uma peça de Shakespeare com uma citação de Mulan, bem original. (:


Camila 18/08/2012minha estante
Esta é a peça do autor que eu menos gostei, e olhe que eu já li várias, embora não tenha lido todas. Acho exageradamente machista e acho que o autor já fez trabalhos muito mais sutis e filosóficos, mesmo quando explorando o tema da situação da mulher de sua época diate do marido. Concordo quando você fala que Catarina não diz uma palavra contra o casamento e isto diz um bocado de coisa, mas de qualquer maneira é um texto que fala de humilhação, orgulho, humildade e inteligência. Afinal, em quantas situações da vida já não tivemos de utilizar o ditado "se não pode vencê-lo, junte-se a ele"?


Aline 26/10/2013minha estante
Amei, muito mais do que O sonho de uma noite de verão. As vezes acho que deveria ter começado a ler Shakespeare por ela.


Sarah Alcântara 07/02/2016minha estante
Olha, tinha muito a vontade ler, pois inspirou uma das minhas novelas favoritas "O Cravo e a Rosa", cacei esse livro e achei, comprei. Mas desisti de ler, quando vi que no final Catarina se submete, eu como feminista odiei! Nem quis ler o livro. Mas vendo por esse seu ponto de vista que Catarina ironizou, quem sabe eu não tente ler ele.


jones 28/02/2020minha estante
Excelente perspectiva, não que não saiba disso. Que bom que quebrou certos preconceitos, afinal, trata-se de um autor do século XVI. Não pode, de fato, levar com essa dureza toda, isso, ao contrário, paradoxalmente, quebra o feminismo. Mas você foi fantástica. Amei sua interpretação, honesta.


Marieta 31/07/2021minha estante
Simplesmente amei, foi meu primeiro livro de Shakespeare e eu achei incrível. Li muito rápido e eu não tinha o hábito de ler na época que li esse livro.


voaveronica 10/02/2022minha estante
A MELHOR RESENHA JÁ EXISTENTE SOBRE ESSE LIVRO


Kethely.Karol 22/04/2023minha estante
Essa resenha ficou incrível! Descreveu tudo o que eu estava pensando ??




Renata.Deplanck 26/04/2021

É a primeira obra de William Shakespeare que leio.
A princípio fiquei confusa, até compreender que a história é, na verdade, uma peça de teatro.
E gostei muito dessa nova experiência.
A história em si é um tanto incômoda para mim, por ser tão diferente da cultura de hoje.
Mas a experiência é totalmente válida.
Pedro 26/04/2021minha estante
Nunca li nada do Bardo. Acho que tenho que corrigir isso.


Renata.Deplanck 26/04/2021minha estante
Pois é... uma experiência diferente.


Pedro 26/04/2021minha estante
O que torna mais interessante.


Renata.Deplanck 26/04/2021minha estante
Sim! Muito válida!


Pedro 26/04/2021minha estante
???




voaveronica 10/02/2022

Muitos sentimentos no decorrer dessa leitura
Me senti muito honrada em poder ler o que é dito ser uma das primeiras peças de comédia escritas por Shakespeare, e ao que parece trata-se de uma peça dentro de uma peça - ?????? ??? ???????? ???????? ????? ?? ?????? ??? ????? ?? ????? ??? ?? ?????, ????? ????? ?? ?? ???????????????, ? ?????????.
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Enfim, temos aqui Bianca, uma jovem muito doce, amável, respeitosa e detentora de uma longa lista de pretendentes aspirantes à marido, e à seu completo oposto temos sua irmã mais velha Catarina, uma jovem de gênio forte (isso sou eu sendo bem educada para falar dela), tratada por todos os pretendentes como A megera, Catarina é tida como um impecílio, isso porque Batista, - pai das meninas, impôs uma condição para todos aqueles que desejam cortejar Bianca: somente após Catarina se casar, Bianca teria permissão para ser cortejada.
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Então começam as confusões kkk Os pretendentes de Bianca começam a arquitetar um plano para "tirar" Catarina do caminho, e decidem usar Petruchio para este fim, ele nos fala que pouco se importa com o que falam de Catarina, ele é capaz de casar-se com qualquer pessoa desde que esta lhe valha um bom dinheiro (o dote).
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É exatamente aqui que começa o meu descontentamento com a história, eu ODIEI Petruchio desde o momento em que o conheci e foi piorando com o tempo, vejam só:
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Catarina e Petruchio se conheceram, trocaram farpas, mas no fim do dia Petruchio determinou ao pai dela que eles iriam se casar, conhecendo a personalidade de Catarina achei estranho já que ela simplesmente acatou, a mim não ficou claro se por ter se apaixonado por ele ou apenas por ter aceitado o seu fim. Entretanto, a cena do casamento meio que confirmou sua paixão, já que ela se viu nervosa ao pensar que Petruchio havia mudado de ideia, devido ao seu atraso.
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Gente, sinceramente, depois desse casamento FOI SÓ LADEIRA ABAIXO. Catarina é o tempo todo animalizada, sendo tratada pelo próprio marido literalmente como um Falcão - ??? ?????? ????-?? ?????? ?? ?????? ???????? ??? ?????? ???? ????? ? ??? - então ele começa a privá-la de sono e de comida desde o momento que a tira da casa se seu pai, mas sempre argumentando que era por querer o melhor para ela, enfim, é fato que aparentemente a estratégia dele funciona e à vista de todos, Petruchio consegue domar a megera.
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Devo admitir que errei o foco como leitora ao me cegar pelo ódio por Petruchio, Catarina era quem merecia a minha atenção, e ela mesmo provou isso a mim numa das últimas páginas da peça. Em um monólogo, Catarina começa a dar uma baita "lição de moral" às esposas que ali estão (toda trabalhada na ironia) e foi aí que eu percebi que na verdade tratava-se de um dilema muito antigo entre tantos casamentos: as mulheres assumem o comando de suas vidas ao fingir que estão obedecendo o marido, ou seja, seguem a dinâmica do "um finge que manda e o outro finge que obedece".
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GENTE enfim os refrescos... CATARINA MUITO RAINHA, percebeu que a maneira de assumir o controle de sua vida era fingindo concordar com o marido, afinal... como ele poderia negar algo que ela já concordou?
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Eu sei, eu sei, eu faleeeei que só! Mas prometo não mais me prolongar (apesar de querer falar de +detalhes). Gostaria apenas de fazer uma ressalva a quem possa se interessar por esse livro, reconheço que nosso instinto primário nós faz querer ceder a problematizar a peça, mas não acho prudente reduzir a obra ao machismo ??????????? ???????? ????, acho que devemos ser justos e respeitar a idade do texto (escrito +/- em 1594). Se você conseguir manter isso em mente aposto que irá se deliciar lendo uma comédia divertida, digo por experiência própria. Ah, um último adendo: "a megera domada" foi inspiração para adaptações famosíssimas tal qual "O Cravo e a Rosa ?" e "10 Coisas que Odeio em Você"
Lu 21/02/2022minha estante
Agora do esperar o encontro do clube ??
Mulher, tu vai? Eu tô vergonha de ir ?


voaveronica 21/02/2022minha estante
eu vou sim, mas acho que vou entrar muda e sair calada, tbm estou morrendo de vergonha kkkkkk


Lu 01/03/2022minha estante
Não fui kk


voaveronica 05/03/2022minha estante
eu percebi né kk mas vamos ler o próximo, eu gostei bastante, pretendo ir na reunião seguinte também...




@ALeituradeHoje 16/03/2021

Não foi pra Mim
Meu primeiro Shakespeare... nao sei se não tô no clima, se denovo, fui com muita sede ao pote, o fato é que não me conquistou.
Achei machista ao extremo (entendo a época que foi escrito, mas não consigo desligar muito qdo o tema é machismo).
Quem sabe um outro momento, um outro livro dele... enfim...
Faffys 16/03/2021minha estante
Adoro Shakespeare, mas tb foi oq menos gostei até agora. Recomendo o Mercador de Veneza. Espero que goste mais.


@ALeituradeHoje 16/03/2021minha estante
Aaa. Vou ler. Tenho aqui. Fiquei bem triste porque tava ansiosa pra Shakespeare,.. mas faz parte, né...


Marta Skoober 17/03/2021minha estante
Olhando por esse viés talvez você ache As alegres matronas maus interessante. Embora da Megera tenha visto a história mais como crítica do que como apologia, mas posso estar redondamente equivocada.


@ALeituradeHoje 18/03/2021minha estante
Então Marta... eu fiquei pensando muito no meu sentimento. Será que eu exagerei? Não sei... vou anotar As Matronas. Quem sabe...




Vicente Tavares 07/05/2021

Obra prima do machismo
Catarina é a filha mais velha de Batista e não consegue casar sua filha que tem um gênio indomável, que afugenta todos os pretendentes que o pai lhe arruma.
Os homens que pretendem à mão de Bianca, irmã mais nova de Catarina, encontram Petruchio que aceita "domar a megera".
Catarina é domada por Petruchio com técnicas de tortura como privação do sono e fome. Não critico muito, pois Shakespeare teve a audácia de fazer uma mulher ter voz, pensar por si mesma, e quando a mulher faz isso é chamada de megera. Se um homem o faz, é enérgico, autêntico e de pensamento próprio.
Há de se perdoar pela sociedade da época, mas que bom que já se vão 4 séculos desde então, uma pena que tenhamos avançado tão pouco. Há um longo caminho a percorrer e Shakespeare tem obras muito mais geniais que esta.
clarakairos 07/05/2021minha estante
Concordo! Embora eu ache aquela última fala da Catarina cheia de ironia, o livro chega a ser cruel... Gosto bem mais da personagem Beatrice, de "Muito barulho por nada", que tem a mesma personalidade forte de Catarina.


Vicente Tavares 05/08/2022minha estante
Nossa! Eu preciso me atentar mais aos comentários que recebo! Desculpe Clara não tive intenção de ignorar seu comentário. Aliás adorei a indicação? já vou colocar na lista de leitura do ano que vem!




dudoca 23/09/2022

me senti uma burra por não entender algumas partes
a linguagem é beeeeeeem rebuscada...
mas até q deu pra se divertir lendo, não é um livro tipo "uaaaau que livro" porém é bom
Cleber 23/09/2022minha estante
O cravo e a rosa :)


gabriele11 23/09/2022minha estante
a leitura é realmente difícil?




Aragão 22/07/2021

A Megera Domada
Li apenas por causa da novela "O Cravo e a Rosa" e o filme "10 Coisas Que Eu Odeio Em Você" e esperava mais. Eu acho que é um que livro envelheceu muito mal. Tem momentos engraçados mas o final é horrível!
Naaracorrea 22/07/2021minha estante
Como que faz para ler ? Sou nova no app


Aragão 22/07/2021minha estante
Olá, aqui é um app apenas pra organizar os seus livros, então eu recomendo que você busque no google " A Megera Domada pdf" aí é só baixar. Se não encontrar me chama no pv, que te ensino outro jeito!




alineaimee 26/05/2020

Sarcasmo, humor e machismo
Escrita entre 1593 e 1594, a peça trata da irascível Catarina, cuja irmã mais nova, Bianca, está proibida pelo pai de casar antes dela. Como ninguém suporta o humor de cão de Catarina, a bela e doce Bianca continua encalhada, apesar de muito cortejada. Mas eis que surge Petrucchio, um fidalgo grosseirão de Verona, que quer casar com uma moça rica para aumentar seu patrimônio, não importando quem seja ou como. Dois dos pretendentes de Bianca buscam se aliar a Petrucchio para desenrolar esse casamento e liberar Bianca. 

É compreensível a frequência com que essa peça é adaptada, porque ela é cheia de artimanhas e cenas cômicas. Como em A Tempestade, há uma peça sendo encenada dentro de outra peça, e aqui, em ambos os núcleos, há vários momentos de humor. Os diálogos entre Catarina e Petrucchio são deveras engraçados:
"
PETRUCCHIO - Ó vagarosa rolinha, um gavião irá apanhar-te? 
CATARINA - Bruto seria para uma rolinha. 
PETRUCCHIO - Vamos, vespa; ferina sois bastante. 
CATARINA - Sendo eu vespa, cuidado com o ferrão. 
PETRUCCHIO - Há remédio para isso: arranco-o logo. 
CATARINA - Sim, no caso de o tolo vir a achá-lo.
PETRUCCHIO - Quem não sabe onde as vespas o têm sempre? No corpinho. 
CATARINA - Na língua. 
PETRUCCHIO - Como! língua? Língua de quem? 
CATARINA - Na vossa, se em corpinho vindes falar-me. Adeus. 
PETRUCCHIO - Como! Com minha língua em vosso corpinho? Não, Quetinha; voltai; sou um cavalheiro. 
CATARINA - Vou ver isso. (Bate-lhe.) 

Diferentemente das tragédias, o tom é menos solene, a linguagem é mais simples e mais fluida, de fácil leitura. No entanto, é possível perceber certas críticas e alfinetadas de Shakespeare. No primeiro núcleo, por exemplo, o bêbado que assiste à peça mal consegue se manter acordado. Estaria o dramaturgo denunciando a pouca erudição de seu público?

Outra questão, mais patente, é a da condição da mulher na sociedade elisabetana. Discute-se, na peça, não só a submissão das moças à vontade do pai, arranjando seus casamentos ou proibindo-as de casar de forma autoritária, mas também a noção de que as mulheres deveriam ser dóceis e obedientes, e que traços marcantes de personalidade em mulheres são socialmente indesejados (A grosseria de Petrucchio também é rechaçada, mas isso não tem efeito na realização de seus desejos). Esse viés é, inclusive, trabalhado em perspectiva feminista no filme 10 coisas que odeio em você, ainda que de uma forma leve e bem humorada, mais condizente com uma comédia adolescente.

CATARINA - Minha, apenas, é toda a afronta. Tive de, forçada, ceder a mão, contra a vontade própria, a um sujeito estouvado, tipo excêntrico, que ficou noivo à pressa e ora pretende casar-se com vagar. Bem que eu vos disse que era louco varrido e que escondia sob a capa de amargas brincadeiras a grosseria própria. Porque alegre sujeito parecesse, pediria de mil jovens a mão, marcara a data do casamento, convidara amigos, fazendo publicar logo os proclamas, sem pretender, porém, casar-se nunca. A pobre Catarina doravante vai apontada ser por toda a gente, que dirá: "Olha a esposa de Petrucchio, quando Petrucchio se casar com ela!"

Essa comédia de costumes se concentrará na tensão entre masculino e feminino, nos protocolos matrimoniais da época, bem como nas disputas amorosas. E, embora Shakespeare tenha concedido ao público essa outra visão da realidade, a feminina, a peça se conclui do modo provavelmente mais de acordo à realidade da época: o machista. O discurso exagerado dos personagens, no entanto, leva-me a crer que o autor estivesse satirizando a situação.  

Apesar do desfecho desanimador, há momentos divertidos e o texto causa pouco estranhamento quanto ao estilo ao leitor contemporâneo.
Pedro Henrique Müller 27/05/2020minha estante
eu vi uma montagem em dezembro lá em Londres com a Royal Shakespeare Company (saudades de poder ir ao teatro, viajar... parece que foi outra vida) em que os papéis eram representados com uma inversão: Todos os papéis dos homens viravam papéis de mulheres e todas as mulheres do texto eram homens. Então ficava o casal protagonista sendo Petruchia, que chega com seu jeito grosseiro para conquistar um irascível e indomesticável rapaz, o senhor Catherine, filho da poderosa Signora Baptista. Eu achei a ideia bem divertida. Ver o doce Bianco e as suas pretendentes. O efeito era bem hilário e com uma solução bem simples. O texto lido como o seu inverso nos ?papéis de gênero? soava ainda mais hilário. Ao final, no famoso solilóquio que lemos hoje em dia com incômodo e desconforto do ?eis uma mulher?, no caso dessa versão da montagem, quando temos o Catharino finalmente ?domado?, o efeito da peça foi bem bom: terminava com Petruchia dizendo algo do tipo: ?vejam, um homem em silencio e que obedece! eis um homem!?

eu achei um barato.


alineaimee 30/05/2020minha estante
Que sensacional!




Sara Furlan 24/01/2023

O filme "10 coisas que odeio em você" é muito superior. A época era outra, os ideais eram outros, mas bem, eu vivo no presente, então não tenho como gostar verdadeiramente de uma obra tão machista em vários momentos, se não em toda obra.
Minha primeira experiência lendo Shakespeare, e provavelmente vou continuar lendo somente fragmentos das obras dele, se todas seguirem esse padrão.
letss 12/02/2023minha estante
amg essa obra é um desvio na qualidade de Shakespeare... ele tem peças maravilhosas, recomendo a "sonho de uma noite de verão" pra tirar o trauma q essa causou kkkk


Sara Furlan 02/03/2023minha estante
Vou ler, amg. muito orbigada!!!




Ellen 21/09/2021

Não foi dessa vez, Shakespeare
"Quando dois fogos violentos se defrontam, consomem logo tudo que lhes alimenta a fúria."
.
Eu achei o começo muito bom, me prendeu até, por ser comédia. Mas com o passar da leitura, eu percebi umas coisas que para a época poderia ser razoável, mas hoje em dia (ainda bem) não é aplicável. Pesquisei e vi uma peça recente com a inversão de papéis de Petrúcio e Catarina que me agradou muito, onde é a mulher que tem o controle.
Não posso julgar Shakespeare por retratar algo comum da época, mas o livro realmente não me agradou porque não faz parte daquilo que acredito.
Lilian.Cava 21/09/2021minha estante
Nossa, comigo foi a mesma coisa. Começou engraçado e cada vez ia ficando mais sem graça, no sentido de que o machismo da época mesmo foi me incomodando. Gostaria de ver essa peça que tu citou, vou procurar. ?


Ellen 21/09/2021minha estante
Exatamente, Lilian.Cava. Eu vi apenas um trecho dela no youtube, mas já aliviou muito ver que no teatro eles fazem essa adaptação.




spoiler visualizar
Carol 15/04/2013minha estante
Pensei o mesmo! Até que enfim, uma resenha me satisfez!


Sarah Alcântara 07/02/2016minha estante
Olha, tinha muito a vontade ler, pois inspirou uma das minhas novelas favoritas "O Cravo e a Rosa", cacei esse livro e achei, comprei. Mas desisti de ler, quando vi que no final Catarina se submete, eu como feminista odiei! Nem quis ler o livro. Mas vendo por esse seu ponto de vista que Catarina ironizou, quem sabe eu não tente ler ele.




Diego Lima 17/08/2021

Peça com o humor bem refinado de William Shakespeare, onde no começo acontece uma das experiências sociais mais loucas e aleatórias que já tinha presenciado na vida, porém, muito engraçada e bem elaborada, mostrando que podemos esperar algo digno.

Enredo gira em torno das filhas do Batista (Catarina e Bianca), tendo a filha caçula diversos pretendes devido suas qualidades, porém, a primogênita carrega a fama que deu nome ao livro. O pai das duas coloca a regra que somente abria os cortejos a Bianca (a filha mais nova) após arrumar um casório para Catarina. E segue nessa loucura cômica dos possíveis pretendentes da segunda filha para arrumar um noivo para a mais velha.

Precisamos levar em consideração a época que a obra foi escrita e o seu contexto social, ou seja, a forma como era a relação entre homens e mulheres. Será uma experiência negativa tentar comparar a evolução social alcançada atualmente com o período de Shakespeare, todavia, se tivermos um pouco de sensibilidade, podemos ver uma crítica a todo esse modelo por meio do exagero dos personagens, que eram bem caricatos.

Um dos aspectos negativos fora a quantidade de personagens que vão surgindo confundindo o leitor em certos momentos. No mais é uma história bem engraçada, com reviravoltas interessantes.
imbeingsirius 16/09/2021minha estante
Eu to lendo esse livro agora kkakakadk to amando mto


Diego Lima 21/10/2021minha estante
Foi uma leitura muito agradável e engraçada ^^




Tamires 28/02/2020

Difícil
Tive dificuldade de acompanhar. Me confundi com os personagens. Tinha que ler várias vezes pra entender o que estava acontecendo. Mas bem, desvantagens de peças né. São praticamente só diálogos. Sem descrições...
rebeccavs 28/02/2020minha estante
Eu tive a mesma sensação ao ler Sonho de uma noite de verão. Além da linguagem arcaica da época que foi traduzida, precisei reler alguns trechos pra saber o que ocorria.


Tamires 28/02/2020minha estante
Pois é... Acho que é pq é peça né... Tô lendo um Shakespeare por mês. Uma hora vou ler Sonho de uma Noite de verão.




Lidiane 30/03/2017

E o Sly???
É uma peça divertida, cheio de confusões. Mas Shakespeare não finalizou a obra. Antes de iniciar a estória de Catarina e Petrúquio, temos a estória de Sly um bêbado, pobre e sem nada que se torna vítima de uma brincadeira. Um nobre manda pegar o bêbado que está dormindo no chão de uma estalagem e manda que o arrume e coloque o para dormir num quarto maravilhoso. E assim que Sly acorda todos lhe diz que ele é um nobre e que tudo o que ele vê pertence a ele. Mas após o final bem machista da estória de Catarina, Shakespeare não dá o desfecho sobre o que acontece com o bêbado.
Stefani 16/06/2017minha estante
Concordo com vc, tbm senti q a historia esta incompleta, faltou mostrar como seria quando o Sly descobrisse q tudo era apenas uma brincadeira...


Lidiane 18/06/2017minha estante
Eu queria muito saber sobre isso...




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