Tamara 11/10/2019
Toda vez que sai algum livro de um autor que considero um dos meus queridinhos, logo as minhas expectativas se acendem, ainda que eu tente não desenvolvê-las. Dessa forma, quando eu soube do relançamento de Uma fortuna perigosa, de Ken Follett, logo me interessei em ler, não só por ser de Ken, mas porque a sinopse também me pareceu instigante por ser uma história que se passaria no século XIX e que traria um suposto suspense. Mas, para a minha surpresa, logo após resolver lê-lo, já me sentia arrependida dessa decisão nos primeiros dez por cento da leitura, e embora ainda tivesse esperança de que logo iria me envolver, isso não aconteceu e passei toda a leitura achando Uma fortuna perigosa um livro maçante, cansativo e infelizmente seria uma leitura que não me faria falta caso eu não a tivesse realizado.
Mas, tudo bem, não posso dizer que o livro é ruim em um todo, de modo algum, pois há a escrita de Follett, que por si só prende e envolve, e ainda que não estejamos gostando dos rumos que as coisas estão tomando, queremos continuar lendo, porque ele nos deixa curiosos com o que os personagens irão aprontar ou qual será o próximo passo. Além disso, o cenário Londrino no fim do século XIX trazido nessa obra, bem como a história de instituições financeiras me deixou bastante impressionada, e aqui mistura-se uma pesquisa histórica muito bem conduzida aliada a uma intrigante ficção o que sempre gosto de encontrar.
O que eu não gostei então? Para começar, nenhum personagem me conquistou de verdade, e como acredito que personagens sejam uma boa parte do que faz o livro ser bom, já que é com eles que convivemos por longas páginas, isso acabou me deixando frustrada, e as repetidas vezes em que os vilões se deram bem me incomodaram, e achei que quase 480 páginas de maldades para poucas de redenção foi algo um tanto desequilibrado. Além disso, o tal assassinato prometido na sinopse para mim ficou mais como um coadjuvante com o qual o autor não sabia tão bem o que fazer, e de tempos em tempos ele era citado, mas não me convencia, e sendo assim o livro acabou não tendo um ponto de partida e um ponto de chegada, como é costume existir. Também cabe destacar que apesar de eu ser uma leitora que ama descrições infinitas, e adoro quando encontro nas histórias a narração sobre muitos detalhes. nesse caso achei que o autor pecou pelo exagero, e em muitas vezes eu só pensava na vontade que eu estava de pular algumas páginas enquanto a descrição de uma festa se estendia por um longo pedaço do livro.
Nesse enredo, senti que tudo estava voltado mais para uma crônica diária da vida dos ricos e daqueles que o queriam ser, e suas peripécias, sujeiras, amores e desamores, o que não considerei interessante. Em resumo, as características negativas acabaram sendo muito maiores do que as positivas para mim, e infelizmente essa obra passou longe de ser eleita uma das melhores desse autor. Porém, já ouvi muitos leitores o considerando o melhor livro de Follett, então não deixo de recomendar, pois alguns leitores podem ter uma opinião bastante diferente da minha e podem se surpreender, ou podem vir a confirmar o que achei.