Camila 26/01/2024
?Temos que fazer o melhor de uma situação ruim.?
Já faz quase um dia que terminei de ler O menino de pijama listrado e não paro de pensar nessa obra, ela teve um efeito sobre mim, que estou tentando digerir até agora.
A obra está totalmente relacionada a perspectivas: a perspectiva de uma criança, o que faz ser essa obra ser o que é já que traz tanta ingenuidade e inocência dentro de um acontecimento tão terrível que marca a história da humaidade, e a do leitor, que tem ciência do que está acontecendo nesse período histórico.
Assim, o enredo se dá a partir do momento em que uma menino chamado Bruno, chega em casa e depara-se com a empregada da casa encaixotando todos os seus pertences, descobrindo que ele e sua família se mudariam de Berlim por causa do trabalho de seu pai, que ele nunca entendeu bem sobre o que se tratava. Ao chegar em sua nova foi um grande abalo para ele, pois Haja-Vista, o nome de sua nova residência, era completamente triste, com "apenas" três andares- diferentemente de sua casa em Berlim que havia 5-, sem seus três melhores amigos e sem seus avós.
Da janela de seu quarto, Bruno avista uma fazenda, com centenas ou talvez milhares de pessoas, que curiosamente, usavam pijamas listrados e tudo isso o começou a deixá-lo intrigado "Por que havia a cerca?" "Por que eles não vinham para este lado da cerca? E por que só os soldados podiam ir para o outro lado?" eram muitas perguntas, ele não tinha ideia do que estava acontecendo a sua volta.
Percebendo que passaria muito mais tempo do que imaginava em Haja-Vista decidiu melhor fazer algo que gostava, -já que não tinha ninguém com quem brincar, apenas sua irmã que como ele mesmo dizia "é um caso perdido"-, explorar. E assim, circundando um cerca, viu um ponto que virou uma mancha que virou um vulto que virou uma pessoa que virou um menino de pijama listrado, Shmuel, um judeu que por coincidência nasceu no mesmo dia em que Bruno, que dali para frente seria seu novo melhor amigo secreto com o qual passaria a caminhar todos os dias ao local e sentaria de frente para a cerca e conversariam sobre suas vidas. Durante esses diálogos é possível perceber como Bruno é mimado e sempre fala de sua vida como se tudo não estivesse bom, enquanto Shmuel, na maioria das vezes trata seus problemas de modo superfíciais sem que pareça que são tão ruins. São crianças tão parecidas, mas ao mesmo tempo com vidas tão diferentes... O resto da história deixo para quem for ler.
Mais um livro que nos torna mais humano e nos faz ser mais grato por nossas vidas. Este livro serve de lição para que esta mancha na história fique no passado e nunca mais se repita.