Sparr 26/08/2023
Tu não, ó eterno, tu te provocas!!
Essa é uma história sobre amar ao homem e amar ao cão. Uma narrativa cheia de metáforas e exemplificações que justifiquem o fim? A loucura? Não! A corrupção!
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Quando Quincas Borba, um senhor afortunado que pretende deixar seu dinheiro ao seu cão, vê-se louco e morre em sua viagem, sem escrever o testamento, tudo vai para Rubião, o pupilo. Rubião julga-se pronto para receber, não apenas a herança, como os regados de uma melhor posição. Mas Rubião era tão frívolo que se esqueceu de usar a inteligência antes da ambição. Cercado por urubus e ases interessados em sua nova fortuna, vai se vendo em posição de Quincas. Não no renome, na loucura. E assim, definha até não ser mais que o arbusto.
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Meu segundo livro mais amado do Machado de Assis, explora não apenas a falsa motriz de una sociedade que se tolera e se odeia, como também escancara como é simples corromper aqueles que constroem suas vidas em desejar a vida de outros e se esquecem de firmar seu solo no caráter. Há uma crítica forte também à maneira como a sociedade via e convivia com doenças psicológicas ou psiquiatras, e ao final de tudo, elabora em um texto sem igual, como amar os animais pode ser mais vantajoso que amar os homens.
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Um livro cheio de metalinguagem, escanrando o quanto somos dissimulados, tortos e ambiciosos. Não existe herói sem falhas, não existe humano sem obscuridade. Um desenho que apenas o maior do Realismo seria capaz de compor.
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Atenção: Esse livro pode não ser tão simples em leitura, há muitas metáforas, algumas digressões e é preciso ler com atenção para não se perder o raciocínio. Apesar disso, não é impossível, é gostoso demais e vale cada etapa do desafio.