Manuela do Prado 03/02/2022Simplesmente chocada com o quanto este livro me surpreendeu! A meses parado na estante imaginei que seria só mais uma leiturazinha boba pra apaziguar o caos dos últimos dias... que bom que não foi assim.
Clássico do terror, com uma adaptação para o cinemas bastante aclamada, "O exorcista" conta a história de Regan, uma menina de 12 anos que, após o divórcio dos pais, mudança de cidade (e muito tempo sozinha com uma tabuleiro de Ouija), começa a manifestar comportamentos -de longe- estranhos para sua idade. Sua mãe, ateia e profundamente racionalista, somente após ver todos os recursos de ajuda para a filha esgotados, busca amparo na igreja.
Comecei este livro com certa curiosidade, apesar de só ter visto o filme findada a leitura, mas também com um baita "pé atrás" já que inúmeros casos de pessoas com problemas psicológicos foram torturadas por estes ritos ao longo dos anos- distúrbios mentais eram comumente julgados como possessão demoníaca e afins.
Por outro lado William faz justamente o contrário aqui: a prática do exorcismo, apesar de tão vendida no título da obra, é a todo momento desmistificada com falas e episódios que acentuam a necessidade de médicos, e não da igreja, em casos de distúrbios de personalidade, como os apresentados por Regan.
Recomendo este livro pela trama bem elaborada, pelo cuidado na abordagem dos problemas psicológicos, pelos limites bem impostos entre ciência x religião quanto ao cuidado da saúde mental, mas, principalmente, pela trama e personagens tão bem construídos que a gente concretiza tudo ao longo da leitura sem qualquer dificuldade.
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