Tamara 12/01/2020
Demorei um certo tempo para ler o primeiro livro da trilogia Crônicas da escolhida, pois sentia que não estava preparada para uma distopia no momento em que o primeiro livro foi lançado. Porém, após conhecer o mundo apresentado no enredo, bem como os personagens, eu só conseguia pensar na continuação da trilogia e em como tudo se desenrolaria, prova de que esse foi um dos livros mais marcantes que li de Nora nos últimos tempos.
Dessa maneira, foi cheia de expectativas que iniciei De sangue e ossos, segundo livro da trilogia, e de certa maneira tive minhas expectativas não frustradas mas sim freadas, uma vez que esse enredo apesar de muito bom é bem mais devagar que o primeiro, o que nos força a diminuir o ritmo e ter um envolvimento um pouco atenuado. No entanto, essa lentidão é compreensível, pois enquanto no primeiro livro temos um mundo mudando, o que faz tudo ser muito breve e intenso, no segundo livro temos um mundo já mudado e pessoas se acostumando a viver nessa situação; encontramos aqui A escolhida, aquela que deve abolir a escuridão que se instalou no mundo se preparando e aprendendo para cumprir sua missão, o que faz com que uma dezena de capítulos sejam dedicados a acompanharmos esse aprendizado da escolhida, a vermos sua evolução e crescimento e entendermos como tudo a partir dali vai funcionar, o que dita o ritmo vagaroso da história. Algo muito bacana é que no livro anterior as pessoas estavam se conhecendo e nesse enredo eles já se tornaram famílias, então temos um senso de comunidade e união ainda mais forte, o que é sempre incrível em livros da Nora. Além disso, podemos ver uma nova geração de personagens surgindo o que também me agradou, pois estes são tão interessantes quanto os que já havíamos conhecido.
Algo que eu senti falta aqui foi de receber mais informações sobre a tal praga que assolou o mundo e esta pouco foi mencionada, mas acredito que no terceiro livro encontraremos todos os devidos fechamentos e também fiquei querendo acompanhar um pouco mais do meu núcleo favorito, aquele construído na cidade de Nova Esperança e esse apareceu pouco, o que me fazia ficar lendo só mais um capítulo para ver se seria o momento de encontrá-lo. Nessa história, a presença do romance é ainda menor que no livro anterior e o ritmo continua sendo diferente do que Nora costuma escrever, embora com toda a preparação e aprendizado da personagem principal podemos reconhecer mais elementos que lembram outras trilogias dela. De sangue e ossos foi uma boa leitura, mas nem de longe superou o primeiro livro e começou a ser uma história fluida para mim a partir da segunda metade da obra, porém é óbvio que recomendo para quem leu e gostou de Ano um, e posso dizer que até o momento essa é a melhor trilogia que Nora lançou nos últimos tempos.