Sarah 13/10/2020
Entendi, porém dispenso.
Imagino que o objetivo do livro seja uma confrontação direta do psicológico do protagonista, o que de fato o caminho é muito bom. O Adam tem uma síndrome do impostor, incapaz de se aceitar e aceitar suas conquistas e métodos, por isso ele mente tanto, por isso ele inventa histórias, por isso ele é retraído e também por isso ele não se esforça para aprender o idioma espanhol, porque uma vez que ele possa se comunicar sem ruídos então todos saberão que ele é uma farsa e que nem deveria estar ali para início do conversa. E qualquer chance de se assumir a si mesmo é rapidamente descartada pelo personagem, ele não quer ver ou saber, só aceitar que "não deveria" ou que "não é". Apesar disso, e dessas voltas muito boas, por acaso, o livro não conseguiu me prender tanto quanto eu queria, porque o Adam é um chato. Pronto, falei. Acho que já li outros livros e assisti filmes em que os protagonistas eram mentirosos natos e tinham essa constante necessidade de se auto sabotar e simpatizei com eles, mas o Adam foi realmente intragável. Em muitos momentos me peguei pensando porque ninguém dava uns tapas nele, e aí eu percebi que é porque só eu mesma que criei essa antipatia pela apatia dele. E quando ele era mais ativo, ou pelo menos pensava ser, minha antipatia dobrava. Enfim... foi. Mas não foi, também.
Esse é o segundo livro da TAG que eu escolho ler num impulso só pela beleza da capa. E é igualmente o segundo com o qual me decepciono.