Douglas | @estacaoimaginaria 28/04/2020
Cruel como sempre...
nesta terceira obra, os textos são todos focados em relacionamentos, do início ao fim, e depois do fim – daí o título do livro. por meio de textos pessoais e que são, de fato, um tapa na nossa cara, são detalhadas as fases de relacionamentos: o início, tão bom quanto nossa comida preferida feita na hora; o meio, quando as coisas começam a ficar mornas (mas nem sempre, às vezes ainda há um brilho); o fim, o ressentimento e a esperança de não ser de fato fim; e depois do fim, quando é preciso enxergamos uma linha no fim do túnel, uma esperança.
tenho que dizer que os textos receberam um toque muito mais pessoal nessa obra, como se o autor que assina o livro estivesse conversando com a gente, nos falando diretamente sobre aquelas emoções. também percebi um amadurecimento muito grande dos textos. desde o primeiro livro, e os primeiros textos publicados nas redes sociais, é perceptível o crescimento da escrita dos autores. e, creio, por serem textos tão pessoais, isso esteja relacionado ao amadurecimento dos próprios autores.
pessoalmente, já vivi as fases de um relacionamento como os textos descrevem tão bem. e devo dizer que, tirando algumas coisas, há textos que realmente parece que foram feitos para mim – e tenho certeza que a sensação será a mesma para você que está vivendo isso, ou já viveu. e acho que é isso o mais incrível dos “textos cruéis demais”: intencionalmente ou não, eles escrevem aquilo que precisamos ler, e quase sempre é um soco no estômago de tão direto que é.
é, além de tudo isso, um livro sobre amor próprio e como às vezes ele é tão importante. podemos estar vivendo uma péssima situação, mas é preciso lembrarmos de que devemos nos amar antes de mais nada, antes mesmo de amar o outro, como bem descreve o texto “nota para mim mesmo“: “lembre-se de nunca esquecer sua individualidade, não importa o quanto ame alguém”.
mais do que fim, é um livro sobre recomeços, e que há sim novos começos, se soubermos aproveitar as oportunidades, mesmo nos momentos mais tristes, como um término. há mais complexidade nos textos, mais profundidade, e eles continuam sendo tão cruéis e sensíveis ao mesmo tempo como sempre. sem esquecer da poesia, presente em cada página.
simplesmente amei a obra – e sempre fica a dica: não leiam rapidamente, pois pode ser, realmente, cruel…
site: https://estacaoimaginaria.com/2020/04/13/resenha-o-fim-em-doses-homeopaticas-textos-crueis-demais/