Naty__ 13/03/2020Este é o primeiro livro que li de Ken Follett. O autor é considerado um dos mestres do suspense. A propaganda contida na contracapa nos relata que ele arrasta o leitor para um redemoinho de intriga e romance. Fica até difícil não querer ler com uma sinopse tão chamativa e uma indicação tão promissora.
Iniciei a leitura sem esperar tanto do autor e da história. Quis ir devagar para não me decepcionar com tanta expectativa. E posso afirmar que isso não aconteceu. Follett não decepciona de forma alguma, mas também não foi aquela leitura surpreendente em todos os momentos. Senti-me presa do início ao fim e aquele final foi surpreendente num pequeno detalhe. Os outros foram normais até demais. No entanto, esse único fator foi o suficiente para predominar e me fazer querer ler outro livro dele.
Uma coisa que não posso negar é a capacidade de Follett criar personagens, cada um com suas peculiaridades. O leitor consegue se simpatizar, desejar o bem, o mal e uma série de sentimentos com cada um. São vários deles neste livro e, em cada capítulo, adentramos numa história, ansiando para que cada um seja desvendado o mais rápido possível.
Estamos no mês de setembro do ano de 1939, após o Reino Unido declarar guerra à Alemanha. Um hidroavião, o mais luxuoso do mundo, está prestes a partir da costa sul da Inglaterra a Nova York. A bordo dele encontram-se diversas pessoas de classes distintas, seja da sociedade ou da escória da humanidade. Uma das principais motivações para os passageiros deixarem o continente é a guerra, mas não somente. Eles querem se distanciar do próprio passado.
A história começa de uma forma instigante e o final do primeiro capítulo deixa o leitor preso ao segundo. Os passageiros estão confinados por trinta horas em meio a todo o conforto, mas tudo pode ocorrer e tirar o sono de cada um. Afinal, nessa época voar é uma arte arriscada e pode ocasionar vários perigos inimagináveis. Quer saber o que ocorreu? Leia o livro e descobrirá.
Além dos vários personagens, existe algo em comum que fará a ligação com todos. Embora os capítulos sejam alternados, como mencionei, nenhuma história foi escrita em vão. Existe um fator determinante para cada personagem estar ali e ter a sua vez de aparecer. Posso afirmar que Kollett soube fazer isso muito bem.
Temos a presença da segunda guerra mundial no livro, mas esse não é o foco e então apenas vemos alguns flashes sobre ela. Foi uma leitura proveitosa e que, ao final, me fez enxergar pontos que estava cega enquanto lia. O autor jogou mistérios no ar e foi nos revelando a cada momento – alguns não tão misteriosos assim.
A capa do livro representa parte do que a história tem: romance. Além de conseguir retratar uma imagem da referida época. A diagramação é demasiadamente simples, mas que proporciona um conforto ao leitor por conter as páginas amareladas. A revisão não deixou a desejar. Se você gosta de mistérios, este livro é o seu lugar, mas o alerto porque nem todos são incríveis, alguns são até previsíveis. No entanto, o principal eu duvido que você descubra!
Quotes:
“Enquanto esperavam, no entanto, falavam sobre a guerra com seus sotaques ingleses. As crianças estavam empolgadas, os homens discorriam em voz baixa sobre tanques e artilharia e as mulheres apenas exibiam expressões sombrias”.
“- Diga-lhes para não se preocuparem – declarou, com mais confiança do que na verdade sentia. – O homem pode deixar Southampton, mas nunca chegará a Nova York”.
“- Você vai receber as instruções no avião, de um homem chamado Tom Luther.
[...]
- Mas o que vocês querem que eu faça? – Indagou Eddie.
- Cale a boca. Luther lhe explicará tudo. E é melhor você seguir as ordens ao pé da letra se quiser ver sua esposa outra vez”
“A esposa pegou a mala no quarto e lhe entregou depois que ele vestiu o paletó. Ela ergueu o rosto e Eddie beijou-a rapidamente.
- Não saia de casa zangado comigo.
Mas ele saíra.
E agora, parado num jardim, em outro país, a milhares de quilômetros, com o coração tão pesado quanto chumbo, especulava se tornaria a ver sua Carol-Ann”.
site:
http://www.revelandosentimentos.com.br/2016/08/resenha-noite-sobre-as-aguas.html