Marjory.Vargas 05/09/2023Luca e sua mãe, Lydia, são sobreviventes. Após verem a família ser dizimada por um dos cartéis de Acapulco, tudo que os dois precisam fazer é se manterem vivos até chegarem aos Estados Unidos.
Os dois embarcam em uma viagem cheia de percalços e percorrem o caminho que muitos migrantes fazem em busca do tão sonhado “sonho americano”. Lydia só quer uma chance de se manter viva.
A premissa criou expectativas, que infelizmente não foram alcançadas. Logo no início, a gente descobre que Lydia era amiga de Javier, o chefe do cartel que matou sua família. E aí já temos uma das primeiras coisas que me incomodaram na leitura: a autora optou por romantizar o chefe do narcotráfico. Ok, ele matou centenas de pessoas para se firmar na posição, mas, ele escrevia poemas e passava tardes conversando sobre livros com Lydia. WTF?? Um chefe de narcotráfico com bastante tempo livre hein!?
Outra coisa que me incomodou bastante é que, apesar de a narrativa ser em terceira pessoa, quase toda ela foi da perspectiva de Luca, um menino de oito anos. Porém, por mais inteligente que o menino fosse, e por mais que o trauma de ver a família morta o tenha afetado, a narrativa estava adulta demais.
E talvez daí tenha vindo a impressão que eu lia, lia e não saia do lugar kkk isso é terrível gente! É um livro com um tema que eu ainda não havia lido (em termos de ficção) e achei válida, com ressalvas.