Mari1820 14/10/2021
Não é novidade para ninguém que uma das mentes mais conturbadas e difíceis de se decifrar, foi a de Adolf Hitler e o início dos anos 1940, em meio à Segunda Guerra Mundial, o psicanalista Walter C. Langer ouviu dezenas de pessoas que conviveram diretamente com Adolf Hitler para traçar um perfil psicológico do líder nazista. Redigido originalmente em 1943, quando Hitler ainda estava vivo, como um documento contratado pelos militares americanos para contribuir com a derrota alemã no conflito, foi posteriormente transformado no livro A Mente de Adolf Hitler.
Hitler acreditava ter sido escolhido para fundar uma nova ordem social para o mundo, ele se achava um escolhido por Deus para ser o novo salvador da Alemanha. A imagem que ele próprio criou de si foi uma forma de compensação para suas próprias inseguranças e culpas, todas as qualidades humanas de amor, piedade e compaixão foram interpretadas como fraquezas e desapareceram na transformação ao longo dos anos na vida do ditador.
Uma grande curiosidade também é que Hitler era um péssimo debatedor e jamais se expunha a uma plateia crítica, ele tinha medo da lógica, partia para cima com argumentos muitas vezes desconexos e não gostava de jornalistas quando eram entrevistas que fugiam do seu controle. E falando em falta de controle, a vida sexual de Hitler além de teoricamente descontrolada e misteriosa também foi pauta do relatório, mas esse detalhe é melhor vocês mesmo lerem no livro.
Foi uma leitura que me surpreendeu, não imaginava que fosse um estudo tão completo e detalhado, baseado em fontes confiáveis da época. Em certas partes a leitura fica um pouco cansativa, muitas vezes pesada (do ponto de vista psicológico, Hitler era um psicopata neurótico atormentado por medos, ansiedades, dúvidas, recriminações, sentimentos de solidão e de culpa), mas é interessante e vale a pena ler até o final. Até hoje o livro é uma obra reveladora que destrincha não só a personalidade de Hitler, mas também todo o espírito daquela época.