Raquel 11/02/2023Parte I - Como ele acredita ser.
Hitler se via como alguém superior, melhor que todos, inesquecível, que seria lembrado por séculos após sua morte. Chegou a se comparar com Jesus Cristo, um salvador para a Alemanha.
Parte II - Como o povo alemão o conhece.
Era um homem sem nenhum atrativo, mestiço, baixo, de ombros estreitos e cabelo escuro. Porém, ao discursar hipnotizada sua plateia, pois de alguma forma, sabia o que o público queria ouvir.
Aos poucos o partido nazista passou a divulgar a imagem de Hitler quase como um semi deus. Um homem superior, que não bebia, não fumava, não comia carne, não fazia sexo, gostava de animais e crianças e era sensível as causas dos outros. Que trabalhava 18 horas por dias, e que não recebia salário.
Em 1937 Hitler virou uma espécie de religião, quando grupo de "cristãos" aprovou que a palavra de Hitler era a lei de Deus.
Parte III - Como seus colaboradores o conhecem.
Primeira parte faz um esboço de como a propaganda nazista o apresentou: um exímio trabalhador, capaz de trabalhar por longos períodos, dormindo pouco, alto poder de concentração e capacidade de solucionar problemas difíceis. Quase um super homem.
Depois aborda 27 técnicas relativo a psicologia de grupo aplicadas por Hitler, que permitiu que ele alcançasse o poder em pouco tempo.
Na sequência descreve como ele era de fato, a partir de relatos de pessoas mais próximas dele. Em resumo era um menino mimado que só fazia o que queria, na hora que queria. Nos seus últimos anos na escola, não foi um bom aluno, não gostava de trabalhar na vida adulta, nunca teve regularidade ou disciplina em seus atos e sempre gostou do ócio.
Já no partido nazista, se esquivava de reuniões importantes, abandonando algumas sem aviso prévio, se atrasava em compromissos importantes, era covarde, por vezes fugiu de situações que considerou desconfortáveis, sem falar em seus ataques de fúria, que mais pareciam birra infantil e as ameaças de se matar caso algo não saísse como ele desejasse. Gostava de passar seu tempo assistindo filmes (alguns de conteúdo duvidoso) e fazendo caminhadas ao ar livre.
Outra mentira era que ele tinha um estilo modesto. Da culinária, passando pela vestimenta e indo aos acessórios tudo era da mais alta qualidade.
Um fato curioso é que algumas das mulheres que se envolveram com ele tentaram ou cometeram suicídio.
Ele ficava semanas no mais puro ócio, adiava até a última hora qualquer decisão, então em um estalo tinha uma ideia, e queria que a qualquer custo fosse executada, ele não queria pessoas que tinham ideias inteligentes, mas pessoas inteligentes que conseguissem executar suas ideias loucas.
Parte IV - Como ele se conhece
Suas origens não tinha muita pureza de sangue. O pai, Alois Hitler, era bastardo, beberão e talvez com origens judaicas.
A mãe Klara Polzlq, era prima em segundo grau do pai, 23 anos mais nova, e antes tinha sido filha de criação dele. Ela teve um sobrinho com deficiência física. Teve pelo menos um filho fora do casamento e provavelmente um com deficiência mental. Então a pureza que Hitler tanto queria, não existiu na família dele.
Teve pelo menos três irmãos que chegaram a vida adulta: Angela (irmã mais velha) e a favorita dele, Alois Jr., com o qual teve um péssimo relacionamento desde a infância e Paula irmã legítima por parte de mãe e pai, 7 anos mais jovem, e que também não teve um bom relacionamento.
Hitler teve três sobrinhos, William filho de Alois Jr, Geli e Leo filhos de Angela. Teve contato, apenas com Geli, que acreditasse que tenha tido um relacionamento amoroso, que terminou com a morte ou suicídio dela.
Após a morte da mãe, viveu de forma medíocre. Quando a situação se tornava mais crítica, pintava um quadro ou cartões postais, e após obter algum dinheiro voltava a se dedicava ao ócio.
Tentou se afiliar ao exército, mas foi rejeitado. Então quando a 1° Guerra iniciou, se alistou de forma voluntária. Passou 4 anos no exército, não recebeu nenhuma promoção, mas de forma misteriosa conquistou uma Cruz de ferro, uma horária, que não foi registrada em nenhum arquivo do exército.
Com o fim da Guerra ele voltou a antiga vida. Mas depois se reaproximou do exército, e ganhou prestígio ao executar alguns discursos.
Nessa parte o autor fala sobre a dupla personalidade de Hitler: o fraco, chorão, medroso, procrastinador e o perverso, tirano, capaz de matar os próprios amigos.
Parte V - Análise e reconstrução psicológica.
Quando Hitler chegou ao poder, o mundo pode vislumbrar quem ele era. A princípio trataram como algo divertido, irreal e que não iria durar. Com o passar do tempo e suas ações tendo êxito, o consideraram louco.
Porém, a pior parte foi quando constatou-se que não bastava eliminar Hitler, pois o país inteiro, também estava consumido pela loucura. "Não foi só Hitler, o louco, que criou a loucura alemã; a loucura alemã também criou Hitler" página140.
A psicologia freudiana diz que os primeiros anos de vida de um indivíduo, são responsáveis pela formação do seu caráter.
Pouco se sabe sobre a infância dele, a não ser o que ele mesmo informou em Mein Kampf, ao tentar mostrar que teve um lar tranquilo, com o pai provendo o sustento e a mãe cuidando do lar e filhos (páginas 145). Mas em outras partes como se não estivesse falando de si mesmo, fala sobre as impressões que são criadas na cabeça de uma criança ao presenciar abusos e violência. Através de outros relatos, sabe-se que o pai era violento e autoritário.
Hitler passou a vida a procura de uma figura masculina para se inspirar. Como não encontrou, achou que ele tinha os pré requisitos para inspirar outras pessoas no papel de "Führer". O povo alemão também estava sedento em encontrar alguém para ocupar esse lugar, e quando Hitler apareceu, eles aceitaram de bom grado.
VI - Seu provável comportamento futuro
Com o enfraquecimento das linhas alemãs, quais seriam as possibilidades para o futuro de Hitler?
Morrer de causas naturais, pedir asilo político em um país neutro, morrer em batalha, ser assassinado, enlouquecer, os militares se revoltarem contra ele, cair nas mãos dos inimigos ou se suicidar?
Hoje sabemos como essa triste história terminou. Com a morte de 6 milhões de judeus inocentes, um covarde tirando a própria vida, alguns culpados sendo condenados e vários outros escapando da condenação.
Precisamos nos lembrar sempre dos horrores da Segunda Guerra, para não se repetir.