Liz 23/05/2011“Bom mesmo é o livro que quando a gente acaba de ler fica querendo ser um grande amigo do autor, para se poder telefonar para ele toda vez que tiver vontade.”
Sabe quando você ouve, desde sempre, que certo livro é genial? Quando você ouve tanto sobre ele que fica louco para lê-lo? E, quando finalmente consegue obtê-lo, a leitura revela algo totalmente diferente do que você achou que seria? Às vezes a surpresa é ótima, mas em outras é simplesmente decepcionante. Infelizmente foi a segunda coisa que aconteceu comigo.
Eu fui avisada para não esperar muito da história principal, sabia que é um livro sem clímax, mas ainda assim esperava muito mais do que li.
Em O apanhador no campo de centeio, o protagonista Holden Caulfield conta sobre um fim de semana onde, depois de ter sido reprovado, decide passar algum tempo sozinho antes de encarar a fúria dos pais. Ele só tem 17 anos, mas já reflete muito sobre a vida e as pessoas – e talvez por isso seja um pouco depressivo. Ele é um ótimo personagem, mas, por mais carismático que ele seja não consegui gostar muito dele. Simpatizei-me muito mais com sua irmãzinha Phoebe, tão madura quanto ele. Também gostei muito de algumas das pessoas que Caulfield nos apresenta durante seu monologo, como o irmãozinho Allie e a amiga Jane.
Posso não ter gostado muito da historia, mas adorei o jeito que ela foi contada. O monólogo do personagem foi escrito de um jeito tão natural, com direito a várias gírias e palavrões, desvios de assuntos e questionamentos, que parecia realmente que tinha um garoto da minha idade sentado na minha frente e me contando tudo aquilo. Sabe quando alguém começa a te contar uma longa historia à qual você presta atenção, se interessando por uma ou outra passagem, mas esperando desesperadamente que chegasse o sentido da conversa? Foi bem assim que eu me senti o livro inteiro.
Enfim, é um livro em que adorei a narração e apreciei algumas passagens, mas não gostei da historia em si. Talvez eu não tenha entendido mesmo o que o autor quis passar. Bom, de qualquer jeito, acho que recomendo para adolescentes, principalmente para aqueles que não curtem ler.