Cidades afundam em dias normais

Cidades afundam em dias normais Aline Valek




Resenhas - Cidades afundam em dias normais


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Giany.Alves 03/04/2022

Um bom livro, conta a estória de uma pequena cidade que foi inundada pelo aumento do volume do lago que a cercava, e depois de 16 anos, uma grande seca faz com que a cidade reaparece e antigos moradores retornem buscando habitar novamente a cidade e criando expectativas sobre uma nova vida.
A estória é contada e revivida por uma ex-moradora do local que retorna para a cidade com um colega jornalista e resolvem fazer um documentário. Kênia é fotógrafa e ao encontrar antigos colegas e uma professora relembra o tempo passado e os sentimentos que envolveram a sua vida e a partida da cidade que foi inundada pelo lago.
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luamagnetica 28/02/2022

Me faltam palavras para descrever essa obra. Finalmente, o primeiro 5 estrelas e favoritado do ano!

Primeiramente, irei falar o óbvio: sim, temos milhares de livros internacionais bons. Mas, nunca um livro internacional será tão relacionável com as nossas realidades quanto um latino-americano ou principalmente brasileiro.
Nesse livro você encontra sua família, seus amigos, seus colegas, seus vizinhos e você mesmo.

"talvez pudesse dizer algo sobre a experiência latino-americana de nem sequer conseguir curar as feridas profundas da colonização, porque as desgraças se sucediam e o povo não tinha tempo de lidar com todas elas."

Segundo, nunca li antes uma representatividade indígena tão rica e realista numa obra fictícia. (Deveriam substituir "Iracema" por este livro nas leituras obrigatórias...)
Digo novamente que aqui o colonialismo foi tratado como ele é: cruel, invasor e desgraçado. Da narrativa de Érica até a de seu pai Vicente, toda a realidade foi exposta com maestria.

"Érica Xavante tinha a idade da terra. Diziam que ela viu os brancos chegarem, viu a mata virar fazenda, os corpos castigados pelo trabalho forçado ou deteriorados por doenças impossíveis. Outros contavam ainda que ela viu de perto os seus fugirem e morrerem, os tiros, as crianças aos poucos ficando mais claras, mas ainda descalças. Viu a pobreza ser inventada diante de seus olhos."

Terceiro, o mais lindo neste livro são os detalhes.
Aplaudo novamente a escrita da autora quando ela mostra dois melhores amigos que sempre foram bagunceiros na sala de aula mas passam a crescer afastados.
Até que em um certo ponto os dois em meios miseráveis, um conhece o rap (mais especificamente, Racionais) e a arte (pixação) e após isso, quando tem a chance de escolher o crime, não o faz. Já o outro, não teve essa base e infelizmente faz o que precisa fazer para sobreviver.

Pronto, destaquei meus pontos favoritos.
E enfim, esse livro está genuinamente recheado de narrativas incríveis. Amo esse tipo de história que segue vários personagens diferentes, explorando suas versões e perspectivas.

Se você procura uma obra nacional especial com, diga-se de passagem, uma das capas mais lindas que podem estar na sua estante para ler e favoritar, leia Cidades afundam em dias normais.

"A gente sempre se acostuma, depois de um
tempo. (...) Isso me assusta um pouco. Se acostumar é não conseguir mais diferenciar as tragédias dos dias normais."
Katia Rodrigues 28/02/2022minha estante
Excelente resenha! Deu vontade de ler o livro! Já conhecia a autora, mas não essa obra. Vai pra listinha de leituras.
Concordo muito com o q vc falou sobre os livros nacionais ???


luamagnetica 28/02/2022minha estante
obrigada, katia! leia sim, vou esperar sua resenha ?




Karla Borba 20/02/2022

Lindo, poético, encantador, apaixonada por ele!
Olha quando eu vi a indicação deste livro eu sabia que ia gostar dele, mas não sabia que ia amar tanto!!
Aline Valek consegue transpor para as letras as fotografias que a sua personagem principal faz. Um romance que se passa no Brasil, mas não um Brasil qualquer. Um Brasil do cerrado, do interior, da terra, mas sem caricaturas ou recortes específicos que direcionem o nosso olhar com uma interpretação já dada sobre como vive a pessoa fora do eixo Rio-SP. O leitor tem a oportunidade de conhecer as diversas experiências que longe do caricato, são reais e nas quais a gente vai se identificando com um pedacinho de cada uma dessas vidas.
Essa cidade que ressurge das águas e traz com elas lembranças, desejos, traumas e esperanças nos proporciona uma forma de pensar a vida, os caminhos que ela toma, os caminhos que se escolhe, os que se deixa para traz. Mas acima de tudo nos faz refletir sobre o tempo. E o pensar sobre o tempo com esse livro é uma grande delícia e aprendizado.
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Raya 13/02/2022

O tipo de leitura que vai chegando ao final e me faz querer ler mais devagar só pra não acabar a história. Senti como se estivesse retornando à cidade e tentando reencontrar um rumo em meu próprio passado e, por fim, concluindo que é, muitas vezes, é preciso seguir pois as lembranças não fazem mais sentido no momento atual.
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Brunna Fernanda Freire 29/01/2022

Um livro sobre fins e recomeços.
Cidades afundam em dias normais fala justamente sobre isso, sobre as perdas e mudanças que ocorrem devagar, cotidianamente, até que se tornam irrevogáveis, até que só sobra aceitá-las e seguir em frente.
É um livro sobre aprender a continuar, a sobreviver, a dar mais um passo, a perdoar e a deixar passar.
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Midov 20/01/2022

Eu sendo cadelinho de mais um livro da Aline Valek
Sério, que livro incrível. Eu sou apaixonadíssimo pela escrita da Aline Valek, já li dois livros da autora que com certeza se tornaram meus livros favoritos da vida. Não tenho palavras pra descrever o quão incríveis são as obras dela, cada uma de forma diferente que te deixa de um jeito...
Aaaaaa não tem como explicar a sensação de ler esses livros. Te inspiram, te fazem rir e chorar horrores com cada acontecimento e com cada personagem. Cada um mais humano que o outro, você consegue se conectar tanto com eles. É incrível.
5 estrelas com certezaaa, panfletarei esse livro com todas as minhas forças!! :))
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Carol Vidal 10/01/2022

Maravilhoso!
Que livro! Aline, sempre habilidosa com as palavras, me envolveu de um jeito com essa história que ela parecia saltar das páginas. Ler esse livro foi uma experiência tão profunda quanto o rio que engoliu a cidade.
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Tuane 07/01/2022

"Memórias são feitas para o futuro"
Estou simplesmente encantada com esse livro. Do meu ponto de interpretação, ele fala sobre pertencer ou não a algum lugar e como isso molda a gente.

A autora (maravilhosa por sinal) chamou minha atenção inicialmente por ser mulher e brasileira. O título foi a segunda coisa que me prendeu pois pareceu, pra mim, um daqueles comentários que a gente faz sem pretensão alguma, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, jogado no meio de uma conversa sobre o tempo:
- "... e cidades afundam em dias normais. Uai, cê não sabia?"

E já nessa primeira impressão a Aline constrói uma narrativa direta e ao mesmo tempo delicada que leva até o fim da história. Você não sabe o que vem ou o que esperar, mesmo já sabendo que a cidade afunda e que as histórias contadas são de pessoas comuns, como eu e você.

É sobre aquilo que foi mas voltou, mas voltou diferente, ou igual. Daquilo que permaneceu e se perdeu, ou se encontrou. Sobre o espaço que nos constrói e do espaço que construímos. Sobre não ter lugar e ao mesmo tempo nunca ter ido embora. É o encontro de lugar com pessoa, pessoa com lugar, pessoas com pessoas, encontro de identidade, de referência.

E o cenário? Mais brasileiro, impossível. Eu me vi ali, em Alto do Oeste, cresci e passei minha adolescência naquela cidade, indo na escola que iam, comendo arroz doce no lanche do recreio, pegando o circular da viação Rio dos Patos, ficando atoa na praça tomando picolé olhando o movimento com a melhor amiga, falando as mesmas gírias, tudo.

É uma obra completa do trecho de uma história que não começa e nem termina, contada como com todas as nuances de um livro documentário exposição.

Super recomendo.
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Flora Airbender 04/01/2022

Só conta, não mostra nada
A história não mostra quase nada sobre a inundação em si. Não mostra pessoas abandonando/perdendo suas casas, não mostra a vida delas após a tragédia, não mostra pessoas que moram ao redor lidando com uma cidade afundada. Também não foca no retorno das pessoas, nem no documentário e as fotografias. Sabe-se o que rolou mas sabe-se apenas por alto. Caiu duas chuvinhas, a cidade afundou, todo mundo foi embora, do nada a água abaixou, alguns voltaram. Mas isso é apenas implícito, não há detalhes.

Poderia ser um livro de ficção científica ou realismo fantástico mas o enredo é mais "filosófico", só que pra isso funcionar precisaria de mais aprofundamento na trama. Ao invés de a história ser contada pelos moradores por meio do documentário, a maior parte é contada por Tainara (BFF de adolescência da Kênia) numa espécie de livro de memórias que era um trabalho pra escola. Então o enredo é mais sobre a adolescência dela, uma história que poderia ser contada em qualquer cidade. Alto do Oeste fica apenas como pano de fundo. Há alguns outros poucos personagens que ganham algum destaque, mas suas histórias também poderiam ser contadas em qualquer outra época ou lugar. Ou seja, não é mostrado como a inundação afetou a vida das pessoas.

E é difícil acreditar que a cidade não chamaria atenção da imprensa nacional e internacional . Nenhum cientista/geógrafo deu as caras pra tentar entender o que aconteceu. Um fenômeno extraordinário aconteceu e o resto do mundo ignorou pelo motivo de "porque sim".

E que final cagado! A Tainara adulta nunca aparece e não se sabe o que aconteceu com ela, e o epílogo não fez o menor sentido.
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Rodriguinho @literario.rojo 04/01/2022

Cidades Afundam em Dias Normais
Páginas: 256
Autora: Aline Valek

"FOMOS FEITOS PARA PARTIR?"
-
A fotógrafa Kênia após tomar conhecimento do ressurgimento de Alto do Oeste, no cerrado brasileiro, cidade no qual passou parte de sua vida, busca através dos moradores que ficaram até o desaparecimento de Alto do Oeste contar a história da "Atlântida do Cerrado" como assim ficou conhecida. 
-
"Ninguém sabia como Alto do Oeste havia começado a afundar, nem como dezesseis anos depois, a cidade ficou novamente descoberta." 
-
Dividido em duas partes: A Seca e a Água, intercalado com uma narrativa atual e outra em forma de diário documental, a autora vai tecendo o histórico de Alto do Oeste e de seus principais habitantes e a importância de manter viva uma cultura.
-
"Submersa por muito tempo, as memórias ganham a mesma consistência dos sonhos." 
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Paula.Rafaela 02/01/2022

O passado acaba sempre presente
A linguagem da autora é acessível e o ritmo da narrativa faz jus ao enredo. Uma história que nos coloca de frente com a armadilha do cotidiano e da ilusão de que os dias são iguais. Lembrando que o tempo age, muitas vezes de maneira sorrateira.
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Marina 26/12/2021

Que livro
Aline Valek continua sendo incrível, quem diria. Cidades Afundam em Dias Normais é um livro fascinantes sobre memórias, aquilo que não volta mais e aquilo que fica conosco pelo resto de nossas vidas, seja por registros ou por se desenvolver por conta delas.

A montagem da história é intricada e dá ao leitor uma curiosidade que impede a parar de ler. A escrita é fantástica, duh, essa autora é maravilhosa. Leiam mais coisas dela, por favor.

Chorei, ri, não quis falar com ninguém até terminar. Estou toda dolorida depois de ler, mas valeu a pena.
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Igor 12/12/2021

Um obra indescritível
O livro da Aline nos possibilita ver o mundo através do olhar de uma jornalista e fotógrafa que viaja o mundo captando outros universos com sua câmera.

Ao mesmo tempo que nos apresenta um universo distinto de uma cidade que sumiu engolida pelas águas e depois é devolvida ao mundo e as pessoas que antes tiveram que entregar parte de suas histórias a estas águas.

Uma viagem sobre memórias de quem viveu no interior, quase como se estivéssemos crescido em alto oeste com Kênia. Mas também uma viagem sobre a necessidade de entender que histórias se cruzam e se separam sempre seguindo em frente.

É difícil colocar em palavras a sensação que o livro me passou, mas Aline certamente está no meu hall dos escritores que mais me cativaram com suas obras. Fica aqui ainda a indicação de ?Águas Vivas não sabem de si?. ??
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rach 28/11/2021

Tudo o que deixei para trás
Várias narrativas e um só tema: a fuga de si na busca de si. A história te suga e te afunda tal qual o lago que afogou a cidade. Muito bom.
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Luiz 23/11/2021

Ser adulto é continuar sem saber o que isso significa e fingir muito bem.
"Se acostumar é não conseguir mais diferenciar as tragédias dos dias normais."
Fiquei um tempo pensando em como escrever essa resenha porque Alto do Oeste representa, basicamente, o que foi a minha adolescência aqui no centro-oeste. Tirando toda a problemática de que um lago artificial engoliu a cidade (e é impossível não imaginar o Lago Paranoá nesse caso pois este também é artificial), eu consigo me imaginar tranquilamente como alto-oestino. Todo o problema na escola pública onde faltam professores, segurança, verba. Todas as festas, as visitas na casa dos amigos após a aula que ocorreu pela manhã. Os namoros complicados, o abandono, a seca e a chuva forte. O famoso "véi", "de rocha", "boto fé". Tudo isso me lembra a adolescência.
"Memórias pertencem ao futuro. É para lá que estou olhando quando faço esse trabalho todo, Facundo. Só se conta histórias para a frente."
Como se não bastasse, a história fala sobre a vida de quem teve sua origem apagada, sobre se encontrar no mundo, sobre fugir de quem você não quer ser. E pode parecer que a autora se perde em meio a tantos assuntos. Mas não é esse o caso. Aline Valek trata tudo isso com maestria e um toque de humor. Toda a estrutura é bem desenvolvida e vai deixando o leitor com uma curiosidade imensa. É difícil parar a leitura.
O gostinho é amargo e forte, como o café. E não deixa de ser bom.
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