Cidades afundam em dias normais

Cidades afundam em dias normais Aline Valek




Resenhas - Cidades afundam em dias normais


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@bookss505 12/11/2021

"Resistencia era um estado de defesa. Resistir era reagir ..
... Força era uma espécie diferente; exigia ação, ser adulto, deixar de reagir e começar a bancar as proprias escolhas"
Que livro. Aline Valek promete e entrega tudo sempre. Me apaixonei por sua escrita em "as aguas vivas nao sabem de si" e com esse nao foi diferente.
Cidades afundam em dias normais é sobre sobreviver, sobre os dias que parecem ser todos iguais, sobre esquecer de reparar naquilo que esta bem abaixo de nós, sobre nao perceber quando o fim começou e só se dar conta quando nada mais pode ser feito.
As histórias dos personagens sao histórias comuns, de pessoas comuns, adolescentes fazendo coisas de adolescente e adultos fazendo coisas de adultos. Pessoas errando e se descobrindo enquanto a agua vai chegando perto demais e a distância entre essas pessoas vai ficando pequena demais.
Esse livro me deu muita nostalgia, me despertou lembranças simples, vidas que parecem q foram vividas em outro tempo, distante demais para que eu me lembre nitidamente. É sempre estilhaços de memórias que juntando os pedaços gera uma completa, que as vezes é bem diferente do que realmente foi.
"Memorias pertencem ao futuro...So se conta histórias para a frente"
Otima escrita, otima narrativa, otima história.
Super recomendo.
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Gabriela3935 16/09/2021

A água é sempre responsável por levar as coisas embora... E às vezes por trazer de volta
Esse é o tipo de livro que entrega literalmente o que propôs. Em cidades afundam em dias normais temos nada menos do que a cidadezinha de Alto Oeste, no cerrado brasileiro, afundando durante o período de cheia dos rios. De forma triste vemos como esse alagamento em um local marginalizado e esquecido é normalizado por seus moradores que tentam não perder seus bens e suas vidas, mas aceitam a situação saindo da cidade apenas "quando a água bate na bunda", sem condições para começar uma vida nova se rendem à essa nova realidade em que a água os afunda de um lado e a violência os inunda de outro.
Acompanhamos algumas moradoras de Alto Oeste que, desde o início do livro, dizem-se acostumadas a perder, e parece que nessa cidadezinha pacata tudo que resta é perder. Porém, por que, dezesseis anos após o alagamento total, os cidadãos tão sedendos por sair de Alto Oeste sentem a necessidade de voltar?
Para buscar.
O que foi deixado na cidade não foram apenas as casas, mas as infâncias, as relações, os amores, as amizades, a esperança, as memórias. Kênia, uma antiga moradora do lugar - hoje fotógrafa - volta para cobrir um documentário sobre o lugar e se surpreende com aqueles que ela revê na cidade, perebendo que além de antigos conhecidos quem ela principalmente precisa encontrar é a si mesma. Nessa jornada de memórias e redescobrimento, acompanhamos pequenas reflexões, atos banais do dia a dia que mais se conectam conosco. Vemos que a verdade está longe de ser uma só, ou ainda de existir uma verdade absoluta. Tudo que aconteceu a água levou. E o que trouxe de volta foram apenas os destroços.
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Luciana 21/07/2021

Uma lindeza esse livro. Sobre como as coisas vão acontecendo e nem sempre nos damos conta, acontecimentos simples e escolhas que vão moldando o caminho e o caminhar...
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Luciano Otaciano 18/07/2021

Livro espetacular!
Sabe aquela sensação nostálgica que bate quando você visita um lugar que foi muito importante na sua infância ou que marcou sua vida por algum motivo? Um misto de incômodo e conforto que você não consegue explicar, mas que, de uma forma muito pessoal, te toca profundamente e você não consegue expressar em palavras. É exatamente essa a sensação que a leitura deste livro nos transmite.
Através de capítulos curtos e precisos, Valek nos leva em uma jornada tão realista, que muitas vezes me vi procurando na internet sobre Alto do Oeste e seus habitantes. Os personagens apresentados são desenvolvidos aos poucos, dissecando suas camadas em seu  tempo e sem pressa (apesar de o livro ter apenas 256 páginas).
Intercalado com a narrativa atual, quando Alto do Oeste volta das águas e do barro, temos os episódios durante o alagamento da cidade. As origens, as raízes de cada habitante. Somos lançados aos problemas e dores de cada um e aprendemos a gostar de todos à sua maneira. É até complicado entender qual é o plot principal desse livro. Eu mesmo às vezes deixei a leitura de lado por não estar vendo onde aquilo tudo estava me levando. Demorei a entender que o objetivo da autora não era contar a história de uma cidade que afundou e depois emergiu. O objetivo é contar a história de pessoas, a cidade é só um plano de fundo. Só fui perceber isso ao final, nos últimos capítulos, quando terminamos de ler o diário de uma das personagens – que, diga-se de passagem, são as partes mais encantadoras da obra. Uma das coisas mais impressionantes dessa narrativa é o lado jornalístico. Kênia e seu companheiro de viagem registram tudo o que veem através de entrevistas, fotos e vídeos da cidade. Apesar de não ter um formato de documentário (como Daisy Jones & The Six, por exemplo), a obra tem esse traço documental e muito fotográfico. Você consegue ver a cidade toda em sua cabeça, inclusive as situações contadas pelas pessoas que moram ali. Para Kênia, tudo é ainda mais pessoal. Além de estar registrando um acontecimento histórico, ela cresceu naquele lugar, viveu suas primeiras experiências de vida ali, e retornar a um lugar cheio de memórias e lembranças pode ser difícil do que ela esperava.
Bom, devo dizer que algumas partes, para mim, foram um pouco arrastadas. Porém, tenho certeza de que isso ocorreu por uma ideia errada que eu tive inicialmente. Essa é uma história difícil de ser digerida, é incômoda pelas situações difíceis que os personagens passam, mas é extremamente real e necessária. Recomendo! Em resumo, CIDADES AFUNDAM EM DIAS NORMAIS é uma obra nacional acima da média para os padrões literários do Brasil. Leiam e desfrutem de um livro grandioso em todos os aspectos. Espero que tenham curtido a resenha. Até a próxima!
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Bea Romanello 03/07/2021

As palavras de Aline Valek são fortes, verdadeiras e mostram a intimidade das memórias humanas mais comuns.
Ao voltar para a cidade que afundou e reapareceu no mapa, Kênia olha para as suas memórias e as memórias daqueles com quem viveu para entender porque foi embora e porque decidiu voltar — não era apenas para ter boas fotografias para vender.

Alto do Oeste nos mostra moradores comuns com suas histórias comuns e por isso se torna um lugar incomum, com direito a museu e excursão por lugares degradados pelo tempo e pela água. As palavras de Aline Valek são fortes, verdadeiras e mostram a intimidade das memórias humanas mais comuns.

"O lado bom da ausência, é que o vazio a gente preenche como quiser"
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Alvaro.Diogo 19/06/2021

Um retrato de água de terra vermelha e de América do Sul
"A gente sempre se acostuma, depois de um tempo. Se acostuma com o caminho até o colégio, com os programa de TV, com a cidade sumindo, com os blecautes, com apanhar sem nenhuma explicação. Isso me assusta um pouco. Se acostumar é não conseguir mais diferenciar as tragédias dos dias normais" p. 75

O livro conta histórias comuns, e com isso não quero diminuir a complexidade dos personagens envolvidos, que por sinal são todos muito bem construídos, mas é que com certeza todos que lerem vão se identificar com muitas passagens ao longo das páginas.

"A verdade se deforma a partir do momento em que alguém a registra" p. 77

A leitura realizada dentro de uma pandemia, dentro de um isolamento social, marca de forma diferente o livro. Assim, não consegui passar pelo primeiro destaque dessa resenha sem fazer correlação com nossa situação atual.

A escrita envolvente e os elementos brasileiros presentes no livro dão um gostinho ainda maior ao longo da leitura.

Valek é uma das autoras contemporâneas que mais admiro e acompanho tudo que ela faz, não tenho como não deixar como sugestão que todos leiam mais essa grande obra-prima da autora, um retrato de água de terra vermelha e de América do Sul.
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Renan 17/05/2021

Amo como Aline consegue transmitir a infinidade de relfexões que ela tá sempre fazendo em seus livros.

A história do livro por si só já é interessante, mas são as mensagens que mais importam. Eu amo esse estilo da autora.

Os personagens são complexos e a atmosfera é muito real. Por se passar no centro-oeste, várias características de falas e comportamentos específicos foram gravados e eu, por ter tido uma infância lá, me identifiquei com todos.
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Kenia 02/04/2021

"Se acostumar é não conseguir mais diferenciar as tragédias dos dias normais."

Cidades afundam em dias normais é um livro em um formato muito interessante: se imagine em um museu e que nele há duas galerias: a galeria Seca e a galeria Água. A visita à galeria Seca te mostra as ruínas da cidade de Alto do Oeste, que ficou submersa por 16 anos e misteriosamente reaparece assim como seus ex-moradores. Um deles é Kênia Lopes, fotógrafa, que junto com seu amigo argentino, Facundo, retorna à cidade para fazer um registro fotográfico e entrevistar as pessoas no intuito de entender o motivo que os fizeram retornar à cidade e resgatar suas memórias de quando a cidade foi afundando em dias normais.

"Se Alto do Oeste afundou, foi para que a gente pudesse contar histórias de esperança."

Quando visitamos a galeria Água, mergulhamos nas memórias desses ex- moradores. Tem o a própria Kênia, que não revela muito da sua ligação com a cidade; a incrível professora de história Érica, que segundo as lendas, é mais velha que a própria cidade; do grafiteiro Tiago; e da adolescente Tainara que é dona, na minha opinião, das cenas mais saudosistas do livro, pois enquanto escreve suas memórias para o trabalho de história, acompanhamos uma adolescência cheia de descobertas regada a muita música, filmes e seriados dos anos 90, 2000. Com alma brasiliense, a mineira Aline faz, sem exagero, algumas referências a esses anos especiais pra mim, e me aqueceu o coração quando menciona artistas que eu escutava na época como Só pra Contrariar, Claudinho e Buchecha e até o DJ Jamaika! Além disso, alguns detalhes que remetem à Brasília, como o nome de uma escola conhecida na região da Asa Norte, que é o CEAN, e o transporte da cidade, o Grande Circular, nos transporta para uma realidade que é minha, como moradora de Brasília.

"Para Kênia, que chegou ali com o mesmo peso de uma caixa de papelão, aquela era só mais uma aventura. Ela não tinha como saber que passaria tantos anos de sua vida naquela cidade. Não sabia também que chegava ao mesmo lugar onde um dia estaria sentada no chão, suas fotografias espalhadas como um baralho aberto, de repente entendendo que aquelas imagens só faziam sentido quando fora de ordem."

Eu gostei muito de como a Aline contou essa história e deu bastante importância a questão da memória. Ela nos leva a refletir sobre como somos influenciados pelo meio em que vivemos. Alto do Oeste é uma cidade esquecida; então nesse ambiente, as coisas acontecem, as relações se solidificam e se quebram em seguida; e para os moradores está tudo bem. Mas quando a cidade ressurge, o que aconteceu no passado vem junto com ela, e com isso, a urgência de não repeti-lo.

Esse foi meu primeiro contato com a escrita da Aline e me conforta muito saber que temos ótimos escritores contemporâneos. Nunca é tarde para conhecer os novos talentos da nossa literatura.
Esse livro me conquistou e só me incomodou não ter mais páginas! Me envolvi muito com os registros da minha xará pelo cerrado que fiquei com gostinho de quero mais.
Se você, como a Kênia, precisa de mais respostas sobre esse apocalipse no Centro-Oeste, recomendo muito o mergulho na leitura de Cidades afundam em dias normais. É uma leitura muito envolvente!
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ianaag 29/03/2021

Nostálgico
Já quero começar recomendando esse livro. Aline Valek soube desenvolver tudo dentro do necessário, sem pecar pelo excesso ou pela falta. A história me prendeu do inicio ao fim e por muitas vezes me senti em Alto do Oeste; cidade pequena, onde todo mundo se conhece, alguns sonham em sair dali, outros vivem bem com as limitações, faltar aula pra tomar banho de rio, a praça, o ginásio, a história de cada personagem... quase tudo familiar. Gostei demais!!!
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Licia Maria 01/03/2021

Literatura sem heróis
O livro é uma coletânea de pessoas normais, dilemas reais e dores de um cotidiano tão ordinário (no sentido mais puro da palavra) que encanta.
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DomDom 28/02/2021

Sabem aqueles livros que, inicialmente, te conquistam pelos título e sinopse, e, ao iniciarmos a leitura, percebemos que é melhor do que você imaginava? Pois é, estamos diante de um desses casos.
"Cidades Afundam em Dias Normais" tem como cenário a pequena cidade Alto do Oeste. E o que faz dela ser especial foi o fato dela ter sido "engolida" por um lago, e, alguns anos depois, ressugir após uma seca na região, fazendo com que os antigos moradores voltem para as ruínas em busca de retornarem suas vidas em meio a tantas histórias passadas naquele local.
A autora vai fazendo um jogo passado-presente (através de escritos da época do desaparecimento da cidade e das entrevistas com os moradores antigos e atuais), mostrando o quanto de mudanças ocorreram com esses moradores, e a infinidade de histórias que aquelas ruínas guardavam. Isso faz com que, nós, leitores, façamos um paralelo com nossa própria vida. Muitas vezes, algumas mudanças são tão sutis, que não nos damos conta do que está acontecendo, até chegar a um patamar que seja impossível nao perceber.
""Teria sido mais fácil se tivesse acontecido de uma vez", ela disse. "Como nos filmes de ação. A vida pode ser meio decepcionante. Parece que nada acontece, até você reparar que acabou. Que chegou num ponto que não tem mais volta. Foi assim que começou pra mim, acho: Quando vi que nada ia voltar a ser como antes"." Pág. 12
Outros pontos que me agradaram foram a construção das personagens e os conflitos enfrentados por elas. A Aline apresentou características muito reais nesses quesitos. Isso faz com que os leitores se conectem ainda mais em sua trama.

Continua no blog: Ler Para Divertir

site: http://www.lerparadivertir.com/2021/01/cidades-afundam-em-dias-normais-aline.html
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brunascarpelli 24/02/2021

No começo fiquei um pouco confusa com o vai e volta do tempo, mas depois tudo se encaixou. É um livro lindo, com personagens incríveis e que é cativante do início ao fim, é uma história muito gostosa de ser lida. Recomendo a leitura.
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Mialle @mialleverso 16/02/2021

Aline Valek me surpreendeu muito.
Se você leu o título "Cidades Afundam Em Dias Normais" e não quer ler o livro de Aline Valek imediatamente, eu não sei como te ajudar.

Aqui temos a história de várias pessoas que viveram em Alto do Oeste, uma cidade que afundou num lago no meio do cerrado. Anos depois a cidade volta e com ela, vários de seus moradores retornam.

Eu não sei nem explicar o sentimento de ler Cidades Afundam em dias normais, mas são muitos, assim como os personagens que a autora entrega com muito talento.

Foi uma leitura bonita, sabe. Quando você pega um livro e acha ele bonito mesmo quando a autora não está escrevendo coisas que parecem frases de efeito. Dá pra sentir uma melancolia pelas páginas, como se água que inundou tudo fosse inundando o livro a cada página passada enquanto tudo afunda também. Até o leitor afunda e depois volta.

Foi uma leitura que ficou comigo por dias e mesmo depois que consegui me soltar, ainda voltava para a beira de Alto do Oeste para me perguntar sobre o destino de alguns personagens, se a cidade pode afundar de novo.
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