Cidades afundam em dias normais

Cidades afundam em dias normais Aline Valek




Resenhas - Cidades afundam em dias normais


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Luiza Helena (@balaiodebabados) 07/01/2021

Originalmente postada em www.instagram.com/balaiodebabados
Cidades Afundam em Dias Normais foi um boa leitura e uma ótima surpresa. Aqui vamos acompanhar a história da cidade de Alto Oeste e seus habitantes. Uma cidade que afundou e que, por conta de uma baita seca, voltou a aparecer no meio do cerrado brasileiro.

A narrativa do livro te faz sentir como se realmente tivesse assistindo o depoimento dos habitantes em um documentário. Ao mesmo tempo que você se sente parte daquela comunidade que viu sua cidade desaparecer aos poucos e de repente voltar.

A história tem uma quantidade significante de personagens, o que pode ser um pouco confuso no início. À medida que a história vai avançando, você se vê envolvido em suas histórias de vida. O processo de afundamento da cidade vai sendo gradual e vamos acompanhando aos poucos os seus moradores abandonarem o local, cada um com uma razão própria para essa decisão.

A escrita da Aline aqui tem uma pegada super melancólica e nostálgica, mas a alternância de narrador faz com que a leitura seja bastante fluída. Ao final dele, você sente como se tivesse se despedido de toda a cidade de Alto Oeste e seus habitantes.

site: https://www.instagram.com/p/CJrXcurjiZ0/
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Bárbara 31/12/2020

Memórias e visitas ao passado
E se você tivesse que revisitar o passado, remexer nas lembranças da juventude, fatos que marcaram seu povo e sua memória?

Kênia, uma fotógrafa, retorna a sua terra natal junto com seu parceiro, o jornalista Facundo, para filmar um documentário sobre Alto do Oeste, uma cidade do cerrado brasileiro que sucumbiu a um alagamento e desapareceu. Notícias de jornal davam conta de que a "Atlântida do Cerrado" ressurgiu depois de quase vinte anos submersa. Ela reencontra a cidade em ruínas, e os antigos moradores, alguns velhos conhecidos, que tentam retornar às antigas casas, e recomeçar a vida dentro de alguma normalidade.

Aos poucos, vamos conhecendo um pouco mais sobre aquela cidade, suas ruínas consumidas pelo tempo e pela água. A cidade, o retrato da destruição, aparece como uma personagem viva, pulsante, envolta em um passado nebuloso. Os antigos moradores são testemunhas da enchente que levou tudo ao colapso. Muitos nem sonhavam o que estava por acontecer.

A narrativa vai se alternando entre passado e presente. Aos poucos, vamos conhecendo mais sobre a história da cidade, através de reportagens, depoimentos, memórias registradas no caderno de uma adolescente. Vemos os fatos sob as óticas de de um padre náufrago, de adolescentes da época, de uma professora de História disposta a preservar as memórias.

Todas são histórias com as quais podemos facilmente nos identificar, pois trazem as dificuldades da vida, a impotência em mudar o rumo das coisas, o desejo de mudança e a esperança em dias melhores, sentimentos universais. Vamos montando um quebra-cabeças sobre o processo que afundou Alto do Oeste e as vidas de muitas dessas pessoas, percebendo que tudo acontece gradativamente, e nem sempre tudo é o que parece.

A escrita da autora é bonita, sensível, me peguei pensativa e até nostálgica em algumas passagens. Quem gosta de fotografia e memória também tem tudo pra gostar dessa leitura. Há passagens poéticas sobre a imagem que se imortaliza na foto, o olhar e a percepção de que vê, e o poder da memória. Conhecer essa autora esse ano foi uma grata surpresa!

site: http://www.instagram.com/leiturasdebarbara
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Jefferson 28/12/2020

Nenhum lugar é para sempre.
?Resolveu que tatuaria isso para reafirmar seu compromisso consigo mesma,de seguir em frente,de não olhar para trás,para cidades que desmoronavam ou para as relações que se rompiam,inevitáveis.
Teria pelo menos algo permanente em meio a uma vida tão transitória.?
Esse trecho do livro define bem uma das mensagens que a história nos transmite,enfatizando a necessidade de valorizarmos o momento,pois se a verdade desaparece no instante em que é registrada,talvez a memória seja o único lugar onde podemos permanecer.
Após uma grande seca trazer para a superfície uma cidade que ficou submersa no início do milênio,uma fotógrafa(em busca de visitar sua antiga cidade e registrar as suas ruínas geradas pelo lago) e o seu colega jornalista,a procura de respostas relacionadas ao ponto de vista dos antigos moradores sobre a lenta inundação do município,vão para a cidade em busca de uma boa matéria jornalística e fotos interessantes.
Foi uma reportagem marcada por diferentes perspectivas do que significou o desaparecimento da cidade para os antigos moradores. Mostrando a necessidade que eles sentiram de voltar para a cidade após o seu reaparecimento,nos fazendo perceber que os antigos moradores procuravam um sentido para a própria narrativa deles e queriam reordenar as próprias memórias.
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Amanda Celeste 20/12/2020

Este país de tragédias anunciadas
Um dos melhores livros que li este ano. Utiliza de uma premissa concreta e criativa - uma cidade no cerrado que afunda lentamente em um período de chuva intensa e cujas ruínas ressurgem muitos anos depois durante a seca - para ilustrar as muitas e perigosas tragédias anunciadas com as quais convivemos diariamente: as pessoais, as civis, as políticas... E as de saúde. Muito apropriado para 2020. Tudo isto apoiado por uma escrita ágil e por um elenco diversificado e interessante de personagens. Um livro essencialmente brasileiro em todas as suas vírgulas - acredito que cada um de nós consegue encontrar um eco das próprias brasilidades aqui, para o bem e para o mal.
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Nathalia Ellen | @pixelbooks 15/12/2020

[[Resenha - Cidades afundam em dias normais]]
Resenha publicada no Instagram @pixelbooks.
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Em ?Cidades Afundam em Dias Normais? conhecemos a história de Alto do Oeste, uma cidade que, inexplicavelmente, afundou dentro de um lago, sendo que essa submersão foi acontecendo de forma lenta e gradual até que os moradores precisaram deixar as suas casas e a história que haviam construído na cidade em rumo de uma nova vida. Contudo, esse cenário é modificado quando anos depois, em razão de uma seca, Alto do Oeste, volta a se revelar e traz junto consigo resquícios da vida das pessoas daquele lugar, entre elas Kênia Lopes, que decide voltar para fotografar as ruínas da cidade.
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É incrível como algumas leituras têm o poder de prender a gente, mesmo quando não estamos esperando grandes coisas delas, né?! Foi o que aconteceu comigo ao longo deste livro. Recebemos ?cidades afundam em dias normais? da Rocco, contudo não era uma leitura que tinha chamado minha atenção pela capa ou pelo título, porém fiquei instigada por ter sido escrito pela mesma autora de ?as águas vivas não sabem de si?, livro que até então tinha uma certa vontade de ler. Então, considerei esse lançamento a oportunidade de conhecer a autora e a sua obra, mas eu não tinha nem noção do quanto essa história iria mexer comigo.
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Adorei o enredo e a maneira com que o mesmo foi narrado e mesmo que eu não tenha criado uma grande identificação com os personagens, consegui me colocar no lugar deles e imaginar como seria retornar para a cidade que você vivia, depois que a mesma passou anos submersa e recuperar um turbilhão de memórias e sentimentos que estavam esquecidos juntamente com a cidade. Dentre tantos elementos, as referências feitas às fotografias e a importância que as mesmas têm em traduzir e guardar tantos sentimentos por trás de momentos congelados no tempo foi magnífica.
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Definitivamente quero ler o outro livro da autora e espero que ele seja tão bom e funcione tão bem quanto esse, pois o meu exemplar ficou cheio de post-its marcando as diversas passagens reflexivas e singelas abordadas ao longo dessa história que me conquistou completamente. Aline Valek é uma escritora incrível que consegue prender o leitor da primeira até a última página, o que torna a leitura rápida, fluída, gostosa e altamente prazerosa.
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#NathEscreve
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Nelissa 25/11/2020

Vou sentir saudades desse livro.
Fala sobre relações, marcas do passado, memórias e como as repetições e a história permeia a vida, tudo de forma muito sutil e real. Tem como pano de fundo o reaparecimento de Alto do Oeste, uma cidade do cerrado que desapareceu por ter ficado submersa, o fato atrai uma certa atenção turística, e alguns antigos moradores resolvem revisitar a cidade, a partir daí inicia a narrativa da relação de cada um com a sua própria história, com os reencontros, com a relação que estabeleceram com aquela cidade e a forma como ela desapereceu.
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Sabrina 24/11/2020

?Eu era muito nova quando entendi que a gente carrega aqui dentro a nossa própria destruição, o potencial de nos despedaçar aos poucos. Nascemos para a morte, essa é a natureza. Mas foi aqui, nesse lugar, que aprendi a construir.?

O novo livro da Aline Valek traz a história de uma cidade, Alto do Oeste, que foi inundada depois de uma longa e devastadora chuva e que anos depois voltou à superfície fazendo assim com que a história dessa ?Atlântida brasileira? interessasse não apenas para quem retornava pelas memórias, mas também para quem queria dali tirar novas histórias, como Facundo, um argentino que decide ir para lá documentar o ocorrido. Junto dele vai Kênia, uma antiga alto oestina que divide sua história junto com a de tantos outros que lá habitavam, em especial, Tainara que deixou um caderno de memórias perdido nas águas.

A história dessa cidade me lembrou diversas outras como a de um documentário que contava sobre os moradores de uma cidade fantasma no Brasil; dos alagamentos em Maceió; da mudança total em Mariana depois do rompimento da barragem, enfim havia algo de muito real nessa escrita e nesses personagens.

A escritora usou de diferentes técnicas literárias: carta/e-mail, diário, relato em terceira e também primeira pessoa ao longo do texto, um linguajar de acordo com os personagens em questão, as referências jovens dos anos 90 foram um êxtase imenso durante a leitura. Uma narrativa que me prendeu do início ao fim. Eu queria saber mais de Kênia, Tainara, as outras meninas, da professora, dessa cidade que havia deixado marcas em todos esses sujeitos que retornavam em presença ou memória para sempre contida naquela vivência.

Além de um título que me prendeu desde o início, a escrita da Valek tem uma forma instigante de romance contemporâneo e isso tornou a leitura leve e rápida e era bem o que estava precisando.
@de_literatura
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Coisas de Mineira 23/11/2020

Em “Cidades afundam em dias normais” da mesma autora de “As águas-vivas não sabem de si” Aline Valek conhecemos a história de Alto do Oeste, uma cidadezinha no meio do cerrado que afundou inexplicavelmente, um fenômeno que aconteceu de forma lenta. Anos depois, por causa de uma seca, a cidade volta a aparecer e alguns dos antigos moradores, começam a retornar. Kênia, ex-moradora de Alto do Oeste, é uma fotógrafa que resolve retornar com Facundo, um jornalista argentino, para fazer uma reportagem sobre a “Atlântida do Cerrado”. É assim, como uma exposição, que conhecemos a história de Alto do Oeste.

Vou ser sincera com vocês, o título e a capa (apesar de ser linda), não me chamaram atenção de primeira, mas após começar a ler, minha opinião mudou completamente. Não é à toa que a nota para ele foi cinco estrelas. “Cidades afundam em dias normais” foi montado como se fosse uma grande exposição de fotos, e não é de se estranhar, já que Kênia volta a cidade para fazer fotos.

A história é dividida em duas galerias “a seca” e “a água” e ao final ainda temos um mapa de como seria a exposição (preciso confessar que desse mapa, eu não entendi muita coisa). O que vemos durante a história é o reencontro dos moradores com a antiga cidade e a história, do ponto de vista de cada um deles, de como as coisas aconteceram.

“Submersas por muito tempo, as memórias ganham a mesma consistência dos sonhos.
A realidade se borra, a lógica do como e dos porquês escorrega, as motivações se perdem.”

Os capítulos, então, são intercalados entre o que está acontecendo na atualidade e essas memórias do que aconteceu. Toda vez que temos alguma memória, é como se Facundo e Kênia estivessem gravando um depoimento, para o documentário que pretendem fazer. É assim que descobrimos como uma cidade pode afundar em um dia normal.

Descobrimos que o processo de cheia do lago, não foi algo que aconteceu de uma hora para outra. Foi um processo demorado, em que os moradores iam sendo expulsos aos poucos, com isso, vamos vendo os conflitos que iam acontecendo na cidade. Cada morador teve um motivo diferente para partir ou para ficar na cidade que estava sendo alagada.

Conhecemos os dramas que muitos dos personagens viveram em Alto do Oeste e as relações que eles tinham com as pessoas e a cidade. A autora escreveu uma ficção, mas com personagens muito reais, com dilemas e sentimentos que poderiam ter sido de qualquer um. Acho maravilhoso quando os autores conseguem fazer personagens com os quais conseguimos nos identificar.

“Fotografar é voltar várias vezes para o mesmo lugar, de novo e de novo, até que a história apareça. Ela já está lá, o tempo todo. Mas é só na repetição que conseguimos prestar atenção no que ela realmente quer dizer.”

Enquanto fui lendo e fui sendo envolvida pela história de “Cidades afundam em dias normais”, não conseguia mais parar de ler. Um capítulo ia chamando o outro e quando vi, já estava finalizando e queria mais. O querer mais, é querer mais da autora, porque a história finaliza, apesar de não sabermos o que aconteceu com alguns personagens.

Aline Valek é escritora e ilustradora, a autora tem livros lançados de forma independente como “Hipersonia crônica” e “Pequenas tiranias”. Pela Rocco ela lançou seu primeiro romance “As águas-vivas não sabem de si” em 2016. “Cidades afundam em dias normais” é o segundo livro da autora, pela editora. Depois de lê-lo, já coloquei os outros trabalhos dela na lista.

Como disse no início, a capa não chamou muito a minha atenção, apesar de achar ela bem bonita. É simples, mas combina muito com a história. A diagramação de “Cidades afundam em dias normais” também chamou a minha atenção: os capítulos sempre começam na página da direita, então quando um termina nesta página, temos a folha da esquerda em branco.

Sem sombra de dúvidas, “Cidades afundam em dias normais” é uma história que vou indicar para todos.

“Na vida nem sempre as coisas terminam como a gente espera.”

Por: Ana Elisa Monteiro
Site: www.coisasdemineira.com/cidades-afundam-em-dias-normais/
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Monique Nóbrega 20/11/2020

"Cidades afundam em dias normais" (Aline Valek)
"Fomos feitos para partir." (Contra capa)
Inicialmente, estranhei um pouco o livro. A cor da capa não me atraiu e o nome, convenhamos, é bem diferente. No entanto, tenho alguma experiência e sei que clichê é verdadeiro: não se deve julgar um livro antes de lê-lo.
Kênia, nossa personagem principal, é fotógrafa e andarilha. Vive buscando boas fotos e um lugar no qual se encaixe junto com o amigo Facundo, um argentino que busca boas histórias.
Desta vez a proposta é fazer um documentário sobre Alto do Oeste, uma cidade que afundou há cerca de 17 anos coberta pelas águas de um lago e, após uma grande estiagem, reapareceu revelando suas ruínas em meio ao cerrado brasileiro.
Aos poucos alguns antigos moradores voltam para tentar reconstruir suas vidas e junto vêm os turistas religiosos e curiosos.
Kênia é ex moradora da cidade e acaba vendo sua própria história ga
nhar outra perspectiva sob o olhar e as palavras de um amiga.
Além disso, conhecemos as histórias de uma professora que quer manter as memórias da cidade num museu, um padre que acredita em milagres, um ex morador que virou artista e uma ex moradora que era terrível no passado.
As aflições da adolescência, os abandonos, os amores e o fato de aos poucos a cidade estava desaparecendo permeiam todas as páginas do livro e temperam a busca de Kênia por um tipo de desfecho.
O livro é muito bem escrito e tem um toque poético mesmo nos palavrões. Fala das mazelas da sociedade brasileira numa cidade esquecida pelos governantes antes mesmo de começar a afundar. De certa forma, me lembrou a escrita dos mestres japoneses como o Sōseki e o Kawabata: os sentimentos devem ser 'lidos', pois não são nomeados o tempo todo e o final é bem no estilo 'japonês' também.
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Koala Leitora 12/11/2020

Acabei
Narrado em terceira pessoa, o livro de Aline Valek pode ser considerado um livro de memórias, uma ficção com fundo de verdade que relata vidas normais, mas que foram mudadas por conta de uma enchente que levou a cidade.
Dentro do livro encontramos o cotidiano de moradores do interior que muito se assemelha a mim ou a você, com seus estudos, correria e sonhos, mas que ao contrário de nós, precisou deixar sua cidade por uma tragédia e não pela força pura de vontade.

?A verdade se deforma a partir do momento em que alguém a registra.?

Um livro com vários pontos soltos e que deixa o final aberto a perguntas, como: mas o que aconteceu com os moradores que voltaram? A cidade continua a existir? Tudo se perdeu outra vez?
Perguntas sem respostas que mantém o ponto de interrogação para a imaginação fechar as lacunas finais daquele enredo.

Confesso que não sou fã de finais abertos, mas tirei muitas reflexões durante a leitura e certeza que levarei elas para a vida em algum momento.
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MelQuezado 11/11/2020

O livro é bom
Eu juro que fiquei um pouco assim quando recebi esse livro da Aline Valek. Tive uma experiência ruim com o primeiro livro dela. Mas me surpreendi com esse segundo livro. Me deixou saudades no fim da leitura e várias citações grifadas.
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Thabata 09/11/2020

Belo e triste
Acompanho a Aline Valek há um tempi através de suas newsletters e seu jeito de escrever sempre me cativou.
Comprei este livro que veio autografado, e que no começo tive dificuldade de entender e encaixar com a leitura. Mas depois tudo fluiu e li sem parar. É uma história linda, triste que me deixou feliz de conhecê-la mas também melancólica com os acontecimentos.
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Amanda @litera.pura 01/11/2020

Mais resenhas em @litera.pura
Perdida no Cerrado brasileiro, Alto do Oeste foi engolida pouco a pouco pelo lago que margeava a cidade. Alguns foram embora logo que a inundação começou, outros achavam que a situação logo voltaria ao normal e ainda tentaram permanecer lá por algum tempo. Mas a água, sem piedade, arruinou a cidade e expulsou seus moradores. Muitos anos depois, uma seca prolongada trouxe Alto do Oeste de volta e, junto com as ruínas, memórias.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Em meio aos antigos moradores que resolveram reaver suas casas e aos turistas interessados em visitar a "Atlântida do Cerrado", conhecemos Kênia Lopes, uma fotógrafa que cresceu em Alto do Oeste e voltou à cidade para registrar o que sobrou daquele lugar. Ao reencontrar as pessoas que fizeram parte do seu passado, Kênia percebe que ainda carrega em si muitas coisas que pareciam esquecidas.
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Quando a editora enviou esse livro, me encantei pela edição linda (e autografada) e comecei a ler sem saber exatamente o que esperar. A cidadezinha que reapareceu depois de passar anos debaixo d'água é o plano de fundo para uma história que fala sobre lembranças, descobertas e arrependimentos. Somos apresentados à personagens complexos e interessantes: um padre que resolveu ficar sozinho na cidade alagada em nome de sua fé, uma adolescente que sentiu na pele as dificuldades de uma gravidez precoce, uma professora que sempre se esforçou para fazer o melhor no meio de tanto descaso, duas amigas que acreditaram que aquela amizade duraria para sempre.
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Por ser tão brasileiro, é fácil se identificar com o que está nas páginas: violência, pobreza, machismo, famílias desfeitas. A adolescência de Kênia foi como a nossa, marcada por amores, irresponsabilidade, momentos de alegria que pareciam ser eternos e a esperança de que as coisas poderiam melhorar no futuro. É fácil se identificar com os personagens e trazer a história para a nossa realidade, o que torna a história envolvente e nos faz sentir saudade de alguma coisa, mesmo que a gente não lembre bem do quê. Super recomendado!

site: https://www.instagram.com/litera.pura/
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Pipoca Nerd 31/10/2020

Resenha: Cidades afundam em dias normais – Aline Valek
Salve salve, pipoqueiros!

Recebemos da editora rocco o lançamento e o segundo livro publicado por ela da escritora e ilustradora Aline Valek. O livro é um drama contemporâneo que vai nos apresentar uma cidadezinha que simplesmente afundou e anos mais tarde reapareceu. Só uma observação: simples é só uma forma de falar sobre o tema da história, porque a bagagem emocional que os personagens carregam ao relatar o fim e o reaparecimento dessa cidade é o que move o livro.

Kênia Lopes é uma antiga moradora do Alto do Oeste e resolveu voltar para sua ex-cidade quando soube que ela reapareceu depois de anos afundada. Com a ajuda do seu amigo argentino, ela e Facundo planejam montar um documentário sobre a história e o fatídico dia do afundamento. Kênia com a sua câmera fotográfica e Facundo com seus equipamentos de áudio visual, entrevistam ex-moradores que tiveram a mesma ideia de voltar para a cidade, seja por curiosidade ou desejo reconstruir seu lar.

Certa pergunta paira no ar … Quando isso realmente aconteceu? Quando que a cidade afundou? Pois é. É uma resposta que ninguém sabe ao certo. Não tem uma data. Certos acontecimentos e a instabilidade que cercavam a cidade e seus moradores fizeram muitos abandonarem suas casas. E é a partir dessas perspectivas que vamos montar um quebra-cabeça a respeito dos pensamentos e desconfianças que os antigos moradores sentiam.

Kênia também dá o seu testemunho, afinal ela é uma alto-oestina. Ao passar das páginas, personagens importantes também são apresentados, como Tainara, Thiago, Rebeca e a professora/diretora Érica.

Juntos, essas pessoas vão resgatando as memórias e acontecimentos das suas vidas pessoais, profissionais e as suas visões de como o desastre aconteceu. O livro é um pouco lento por causa das inúmeras narrativas. Se fosse somente a Kênia narrando, seria muito mais dinâmico, pois ela é bem focada. Mas ao mesmo tempo, precisamos de outros narradores para entendermos melhor o que a Kênia está omitindo da gente.

Então com o passar do tempo nós vamos lembrando daquela vez que fulana brigou com a outra pelo motivo que a Kênia não contou pra gente. Portanto, todos alto-oestinos que aparecem são importantes.

Essa história é muito bem elaborada. Nos instiga saber os motivos das pessoas quererem sair da cidade e as suas missões no mundo. O padre que é apresentado no livro tem uma perspectiva totalmente diferente dos outros, a professora Érica já é mais conservadora, enquanto os adolescentes daquela época são mais agitados e propensos a começar uma nova vida.

Vamos acompanhar o início e o termino de inúmeras amizades, a descoberta do amor, o senso de responsabilidade e a morte da juventude.

Tainara foi a personagem que mais me identifiquei. Ela tem a inocência de uma criança e ao mesmo tempo a garra de uma jovem adulta. Ela foi super coerente com os relatos, as angustias e os seus caminhos foram (eu imagino) mais sensatos. Kênia omite muitos o seu passado, isso acabou me desanimando em ler seus capítulos. Thiago tem uma história incrível, sem mais. Érica foi aquela narradora que a gente não dá nada por ela, mas que no final impressiona. E Rebeca não é tão bem explorada como os outros, sua história é sensível e com muita mágoa, mas a autora dá uma cortada nela.

No geral eu adorei os alto-oestinos e como eu falei no skoob, eles são guerreiros. Todos tiveram um peso gigantesco para esse documentário sair. Todos contribuíram como puderam. A autora construiu vínculos tão íntimos e instigantes. E a capa do livro é linda.

Até a próxima!

site: https://pipocanerd.com/cidades-afundam-em-dias-normais-aline-valek/
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