ntayar 11/01/2021
CARTADA FINAL
(The Guardians)
John Grisham
Na pequena Seabroook, na Flórida, um advogado é assassinado a tiros dentro de seu escritório. Keith Russo, 37 anos, praticava advocacia na cidade há onze anos, com sua sócia e esposa, Diana Russo.
A polícia não tinha suspeitos, até Diana citar um cliente que estava muito descontente com o serviço de Keith num processo de divórcio. Segundo Diana, esse homem havia ameaçado seu marido várias vezes.
As investigações concluíram que Quincy Miller era o assassino. Algumas testemunhas declararam tê-lo visto saindo do local com alguma coisa na mão (um rifle?) e sua ex-esposa reconheceu a lanterna respingada de sangue, encontrada no porta-malas do carro de Quincy.
Após o julgamento a sentença foi proferida: prisão perpétua.
Embora negasse ser o autor do crime, ninguém lhe deu atenção e o caso foi encerrado.
Após 22 anos, Quincy escreve uma carta para uma pequena instituição ? Guardiões da Inocência ? que se dedica a lutar contra condenações injustas e defende pessoas esquecidas pelo sistema.
Cullen Post era advogado, mas abandonou o Direito após um caso em que não conseguiu livrar seu cliente inocente da pena de morte. Na mesma época, seu casamento acabou e ele decidiu mudar de cidade e entrar na carreira religiosa. Alguns anos mais tarde, conheceu a fundadora da Guardiões e juntou-se a eles. Não era por dinheiro, pois a fundação vivia de doações e o orçamento era sempre apertado. O que motivava Cullen era a satisfação de fazer justiça e corrigir erros judiciais.
O caso de Quincy ficou aos cuidados de Cullen Post. Ele começa a fazer uma investigação por conta própria e descobre uma porção de erros cometidos na ocasião: provas que desapareciam, perito que não sabia fazer perícia, testemunhas compradas, juiz desinteressado, preconceito racial entre outros.
À medida que vai avançando, ele próprio se torna alvo de gente que não quer que Quincy Miller seja absolvido.
?Keith Russo foi assassinado por um motivo. Alguém que não foi Quincy Miller planejou o homicídio, conseguiu realiza-lo com precisão e em seguida fugiu. Depois disso, jogaram a culpa num homem, e diversos conspiradores estavam envolvidos. Pessoas inteligentes, quem quer que tenham sido. ?
A história narrada no livro é baseada em fatos reais, que envolve um preso do Texas chamado Joe Bryan. O enredo trata de assuntos relevantes em qualquer sistema judicial: prisão injusta, preconceitos, falhas de investigação, pena de morte etc. O começo é empolgante, até mais ou menos a metade do livro a trama prende a atenção, mas depois se torna monótona. Talvez porque não seja uma área que eu domine, achei muito cheio de detalhes que nada acrescentavam, e não via a hora de terminar logo o livro. Senti falta das surpresas e reviravoltas, tudo ficou muito entediante depois de esclarecidos os motivos e os autores do crime.
Muito diferente de outro livro do escritor que li há alguns anos e adorei: A Firma (1991), que da metade em diante se torna cada vez mais dinâmico.
Também não gostei da tradução do título. Afinal não encontrei nenhuma cartada final na história.
De qualquer maneira, deverá agradar o leitor que aprecia dramas de tribunal (eu também gosto).