Identidade

Identidade Nella Larsen
Nella Larsen




Resenhas - Identidade


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Noany0 26/02/2023

?Amor, esse sentimento primoroso e torturante?
Um retrato cru, doloroso e essencial, acerca do racismo e machismo naquela época. Clássico da renascença do Harlem e marco importante; a história desenvolve as duas personagens, Clare e Irene e tenta demonstrar principalmente tratando-se da Irene, essa querela interna na qual ela se encontra de proteger e ao mesmo tempo, condenar a situação das pessoas que ?se passam?. História concisa e interessante, gostei bastante e recomendo, até para uma maior compreensão de como funcionavam determinadas questões sociais num EUA de 1920.
A única ?falta?, na história toda pra mim, se dá no fato de que a personagem da Clare poderia ter sido mais bem explorada e até ter uma parte narrada por ela, por mais que pareça intencional ter sido narrado como foi, em determinado momento, dificulta um pouco a empatia com a personagem.
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Lethycia Dias 17/02/2023

Título certeiro
O título desse livro é tão certeiro que eu só podia começar essa avaliação falando dele!
A grande questão dessa história é se o ato de "se passar" por outro é uma simples omissão ou uma renúncia àquilo que você é. Afinal, é possível abrir mão de uma parte de você mesmo e fingir que ela não existe?
Clare Kendry se afastou do bairro negro em que vivia e apagou qualquer vestígio de seu passado para garantir uma vida confortável e luxuosa ao lado de um homem branco racista, mas o reencontro com Irene Redfield a faz se lembrar de onde veio e de tudo o que deixou para trás ao escolher seu destino. E a vontade de voltar a se conectar com isso - com sua identidade - é o que faz com que ela deseje manter contato, por mais que isso seja perigoso para ela.
A história, narrada por Irene Redfield, começa pela lembrança do reencontro inesperado entre as duas mulheres e pela narrativa surpreendente de Clare Kendry sobre como conseguiu falsear seu passado para fingir ser branca, não apenas ocasionalmente, como Irene fazia, mas o tempo todo. Em outra parte, avança para um novo momento (o presente cronológico da narrativa), para trazer um novo encontro entre as duas e os efeitos inevitáveis desse episódio.
"Identidade" é uma história marcante, forte e extremamente potente ao falar sobre colorismo, segregação racial, pertencimento e relacionamentos interraciais, questionando também as "teorias" eugenistas que já foram usadas para justificar o genocídio contra pessoas negras.

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Aline 15/02/2023

Muito bom
Gostei bastante, só o final que vem meio abrupto, mas nada que tire a beleza da história.
Li sem saber que tem um filme, tô ansiosa para assistir. Espero que seja fiel ao livro.
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Roberta 11/02/2023

Identidade
Livro sensacional que mostra o olhar sobre duas mulheres negras que podem ser passar por brancas e elas tomam caminhos diferentes que se encontram novamente quando já estão mais maduras e casadas.
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MCRA 30/01/2023

Ótima leitura.
De Passagem é a grande obra de Nella Larsen, nome importante do movimento "Renascimento do Harlem", publicado originalmente em 1929, e que descreve a amizade entre duas mulheres amigas de infância, Irene e Clare. Ambas negras de pele clara, criadas no Harlem, mas que tomam rumos completamente diferentes em suas vidas. Irene aceita e celebra suas raízes, orgulhando-se delas, casa-se com um médico negro, tem dois filhos e uma ótima condição financeira, enquanto Clare opta por um caminho diferente, se passando por uma mulher branca da sociedade através do casamento com um homem extremamente horrípilo e racista, que não conhece sua origem. Aliás, é importante ressaltar que toda personagem racista me causa repulsa, mas o marido de Clare, em apenas duas ou três frases, consegue deixar qualquer leitor colérico.
A trama se desenvolve a partir do encontro das amigas já adultas e foca em suas emoções e ações, suas personalidades extremamente complexas, e em um debate sobre identidade e reconhecimento e orgulho de suas raízes. Obra curta, porém, com uma crescente tensão que prende o leitor do começo até o abrupto e impactante final. Recomendo a leitura, minha primeira da autora, que tem mais um livro publicado: Quicksand (1928).
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Camila.Kauany 25/01/2023

Bom, porém, poderia ser melhor elaborado
O livro conta a história de duas mulheres negras de pele clara e se passa nos EUA dos anos 20. Uma delas muito envolvida com a comunidade negra e suas raízes, a outra se passa por branca porque acredita que assim a vida é mais fácil.
Achei muito interessante essa abordagem. Eu, particularmente, nunca tinha lido livros ou visto qualquer outra obra nessa perspectiva. No geral, é bem enriquecedora e abre nossa mente para os desafios que uma pessoa negra enfrenta mesmo sendo de classe média alta.
A leitura é muito rápida e objetiva. Os personagens eram muito complexos e interessantes, senti falta de explorar um pouco mais as particularidades de cada um. Em alguns momentos, as coisas vão acontecendo sem muita explicação e encerram de forma abrupta. De qualquer forma, é livro importante dentro dessa temática e vale a pena a leitura.
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vasilisamorozko 07/01/2023

Uma Amizade Estranha
"Naquele segundo, percebeu que conseguiria suportar tudo, desde que ninguém soubesse que ela precisava suportar algo. Doía. Dava medo, mas ela podia suportar."

*


"É curiosa essa história de se fingir de branco - disse Irene - Nós criticamos e, ao mesmo tempo, perdoamos. Causa desprezo e certa admiração. Evitamos isso com um tipo estranho de repulsa, mas protegemos quem faz."


*


"Começo a acreditar - murmurou Irene - que ninguém é feliz ou livre de verdade, nem está totalmente seguro."

*


"A verdade era que estava curiosa. Havia coisas que desejava perguntar a Clare Kendry. Queria descobrir sobre esse jogo arriscado de se passar por branca, essa ruptura com tudo que era familiar e amistoso para tentar a vida em outro meio, não de todo estranho, talvez, mas com certeza não completamente amistoso. O que, por exemplo, a pessoa fazia quanto às origens, como criava uma narrativa para sua vida? O que sentia ao entrar em contato com outros negros? Mas não podia. Não conseguia pensar em uma única pergunta que, pelo contexto ou fraseado, não fosse franca demais em sua curiosidade, talvez até impertinente."

*

"Você não entende, Irene, não tem como entender o quanto eu quero ver negros, estar entre eles, falar com eles, ouvir as risadas deles"




#2 - Minha experiência com essa leitura tem muito mais influência positiva por causa do filme do que outra coisa.

Eu não sou uma pessoa que goste de ver o filme antes do livro mas por alguma razão depois de quatro anos (ou mais) que esse livro estava na estante do kindle resolvi ver o filme. Toda a trama de Clare fingir ser uma mulher branca não era algo surpreendente e instigante para mim correr para o livro porque bem já li isso muitas vezes, mas foi o final que me fez terminar o filme e corre pro livro. Eu simplesmente não entendi porque raios aquilo aconteceu e depois de terminar o livro acho que não entendi verdadeiramente.

Minhas conclusões finais sobre essa leitura são que é uma leitura excelente e incomoda, a relação entre Irene e Clare é conturbada, quase romântica e completamente odiosa por parte de uma delas.

Não sei se foi o olhar da atriz da Claire que era cabisbaixo e triste ou minha parte egoísta mas por alguma razão criei simpatia por essa mulher, ela parece uma pessoa que está tão perdida na vida que chega a dó, sei que ela é uma pessoa péssima e esquisita, mas compreensível o fato dela querer se passar por branca nos anos 20 ainda mais porque ela suporta toda a humilhação que enfrentar ao lado daquele marido miserável e racista, ela está presa a tudo aquilo (por escolha própria) apenas pra ter uma vida mais aceitável quase ideal para época.
O problema da Clare e que seu contraponto é a Irene, uma mulher que tem orgulho de suas raízes e está batendo de frente com os preconceitos do mundo, então chega a ser difícil você não entender todos os sentimentos que se passam na cabeça de Irene, como sentir simpatia com uma pessoa que quer usufruir da liberdade da branquitude ao mesmo tempo que que está rodeada da alegria e convivência de pessoas negras e ainda nega suas raízes? Até fica complicado tentar sentir simpatia por Clare depois disso.



Identidade é um livro fascinante em que você vai lendo e pensando "Jesus" e ri de desespero porque há tantos momentos desconfortantes e de se contorcer por inteiro, cada segundo dessa leitura mexeu comigo então recomendo muito.


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Bruna | @bru.noslivros 06/01/2023

Um livro poderoso
Identidade é um clássico de uma das principais escritoras do movimento chamado Renascimento do Harlem. A autora aborda de uma forma excepcional sobre racismo, identidade, machismo e etc.

Eu gostei muito da escrita da autora, é muito poética e fluida. Foi um livro que com certeza vai ficar gravado em mim por um bom tempo e que deveria ser lido por todos.
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Laura - @lendoplurais 01/01/2023

SEGREGAÇÃO RACIAL, AMIZADE E O "SE PASSAR"
Esse livro conta a história de Irene e Clare, duas amigas negras de pele clara que brincavam juntas na infância, mas nunca mais se viram, vez que uma delas deixou a comunidade e nunca mais voltou.
Um dia, casualmente, se esbarraram em um hotel onde não deveriam estar, posto que as leis segregacionistas ainda estão em vigor.

O livro aborda uma temática talvez um pouco deixada de lado: a segregação racial e o ato de "se passar", que seria quando uma pessoa negra se passa por branca, em razão de sua pele mais clara, como forma de sobreviver em meio ao contexto histórico violento segregacionista.

O livro é muito fácil de ser lido, envolvente e surpreendente. Os textos de apoio são esclarecedores e enriquecem ainda mais a história. Fui muito surpreendida e gostei tanto da temática, quanto das personagens, suas histórias e sentimentos.
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Giulia29 31/12/2022

Identidade
"[...] ao examinar sua irritação, Irene admitiu, com certa relutância, que aquele sentimento vinha de uma sensação de estar em minoria, uma sensação de solidão, em sua adesão à própria classe e ao próprio tipo"
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adrianlendo 19/12/2022

'Identidade', de Nella Larsen, é mais um caso de livro com poucas páginas que se torna gigante ao final da leitura.

Claro, isso pode ser porque a narrativa se torna monótona em alguns momentos, mas, nesse caso, é principalmente porque a autora sabe muito bem lidar com o que está escrevendo e entende de tocar na ferida ao apresentar duas personagens tão diferentes que estão ligadas para sempre.

Irene é alguém complexo, estar na mente dela durante toda essa história é definitivamente desafiador. Ela possui suas crenças e em momento algum tenta fugir delas, mas ao mesmo tempo ela se vê presa em uma espécie de atração por Clare que ela mesmo entende como estranha, mas que não consegue evitar.

Clare, por outro lado, até tenta, mas percebe da maneira mais difícil que é impossível fugir de quem você é e de tudo que te trouxe até esse momento. É fácil tentar ignorar o que te faz assim, difícil é se manter na ignorância por muito tempo. Mais difícil ainda é ser ignorante enquanto corre alguns dos maiores riscos.

'Identidade' é um livro poético e sufocante. Possui uma tensão crescente que não decepciona ao atingir se clímax. Me deixa sem ar, me deixa com o coração acelerado e me deixa reflexivo. Um clássico estadunidense pouco comentado, mas que é gigante e deveria ser lido muito mais.
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Diego Rodrigues 12/12/2022

Muitas camadas (racismo, identidade, sexualidade, machismo, etc)
Nascida em 1891, em Chicago, Nella Larsen foi umas das principais escritoras do movimento que ficou conhecido como Renascimento do Harlem. Além de contos, publicou dois romances: "Quicksand" e "De Passagem". Recebeu a cobiçada bolsa Guggenheim e também foi condecorada com o prêmio William E. Harmon, destinado a trabalhos notáveis de pessoas negras. Infelizmente, parou de escrever na década de 30 devido a um conturbado divórcio seguido de severas crises de depressão. Atuou como enfermeira até a sua morte, em 1964. A "redescoberta" de seus escritos, na segunda metade do século XX, reforçou seu nome como um dos expoentes do modernismo, além, é claro, de reacender a importância de temas como identidade sexual e racial na literatura.

Clássico da Renascença do Harlem, "De Passagem" foi publicado originalmente em 1929. O romance narra o reencontro de duas amigas de infância, Irene e Clare, duas mulheres de origem negra em um EUA sob as rigorosas Leis de Jim Crow, isto é, a segregação racial. Para driblar o preconceito e poder ter acesso a lugares restritos, elas "se passam" por brancas, cada uma à sua maneira. Enquanto conversam tranquilamente e tomam chá em um hotel (onde não poderiam estar), as velhas amigas dão início a uma complexa relação, envolta de tensão, medo e desejo.

Apesar de ser um romance curtinho (menos de 150 páginas), este é muito rico em camadas e não fica só na questão racial. Irene, por exemplo, é uma personagem muito forte e complexa. Além do estigma de ser uma negra vivendo em um estado segregacionista, ainda carrega os fardos do casamento e da maternidade, a anulação de si mesma em prol de outrem, e acaba por se revelar uma demonstração daquela força feminina de se arrumar e sorrir em público enquanto se despedaça por dentro.

A narrativa é intensa e mesmo ambientes teoricamente tranquilos, como um simples café, deixa a gente apreensivo, com a sensação de que algo de muito ruim pode vir a acontecer a qualquer momento. Larsen é uma escritora muito sutil e que deixa muita coisa subentendida, sobretudo nos diálogos, é um livro que diz muito no não dito e é preciso estar atento para captar suas camadas mais ocultas e entender o que a autora quer passar. "De Passagem" é uma leitura que conversa muito com o nosso contexto atual. Interessante perceber como, no romance, o Brasil era visto como um refúgio para os negros norte-americanos, uma terra onde se dizia não haver preconceito. Já imaginou? É tristemente risível...

Com tradução de Floresta, o volume ainda conta com apresentação de Bianca Santana e posfácio de Ruan Nunes Silva, textos que não apenas complementam a leitura mas destacam a importância de se falar sobre o tema. Em 2021, a obra ganhou uma adaptação pelas mãos da Netflix, dirigida por Rebecca Hall e estrelada por Tessa Thompson e Ruth Negga. Essa foi uma leitura realmente fora da caixinha pra mim, não conhecia o romance e confesso que não sabia quem havia sido Nella Larsen. Surpresas e aprendizados que parcerias com editoras nos permitem vivenciar!

site: https://discolivro.blogspot.com/
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Lelê 10/12/2022

O que é a Identidade?
Essa obra de Nella Larsen nos faz questionar e refletir muito a respeito da identidade e das motivações que levam as pessoas a se sentirem aceitas e incluídas socialmente. Escrito a quase 100 anos, Identidade narra a história de duas mulheres negras de pele clara, que se reencontram após muitos anos. Uma delas vive uma tranquila social e financeiramente, em uma comunidade negra, já a outra vive uma vida luxuosa se passando por branca. E o encontro delas trás a tona vários sentimentos e reflexões para ambas, personagens cheias de camadas, que podem nos surpreender a todo momento em um narrativa cheia de discussões sobre raça, gênero e classe social, mas que trazem sobretudo, uma mensagem sobre sobrevivência.
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@blogcoisasdepaloma 07/12/2022

Curtinho, mas muito intenso!
Publicado em 1929, De Passagem é um livro intenso da autora Nella Larsen e narra a história de duas irmãs negras de pele clara na sociedade racista da época.

Enquanto Clare "se passa" por uma mulher branca e nega sua ancestralidade, Irene afirma sua identidade, se casa com um homem também negro e sofre com discriminações.

As duas tiveram destinos diferentes, e anos após se afastarem, a vida acaba fazendo com que as irmãs se reencontrem e forcem uma relação já quebrada.

Aos poucos nós somos envolvidos numa trama complexa de paixão, inveja, traição e ressentimento.

O livro é curtinho, mas intenso, trazendo várias reflexões de vida e pensamento. Com uma narrativa impactante, a autora nos surpreende com um final avassalador. Eu não conhecia o livro, recebi em parceria com a @companhiadasletras e amei.
yasminescrita 08/12/2022minha estante
fiquei com vontade! marquei pra ler ano que vem.




Amanda 05/12/2022

Esse é um livro que ao ser lido desconectado do momento em que foi escrito, causa certo estranhamento. No entanto, é importante entender o que a autora nos traz nas entrelinhas e a construção que ela faz do lugar da mulher negra (aqui, que se passa por "branca") na alta sociedade de décadas atrás. Nella desconstrói o que se espera de um discurso racializado e localiza sua escrita no tempo e na história. Ademais, humaniza suas personagens, repletas de erros, inseguranças, indecisões e dotadas de um "instinto de sobrevivência". Há uma riqueza de debate nesse livro que aborda não só as questões de raça, como é a proposta inicial, mas também de gênero e classe social. Importante ter conhecido essa obra!
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