Resenhas - Identidade

Thiago Araujo 16/11/2021

Realidade bruta
Poucos livros pegam a gente de surpresa com um assunto que pensamos que conhecemos. Quando isso acontece, por vezes, é um soco no estômago.

Você perde o ar e tenta entender se é verdade ou ficção e se espanta como a realidade pode ser perversa.

Falar de racismo e preconceito hoje em dia é até moda. Mas falar da raiz do problema ou sobre que as pessoas já passaram, é bem diferente.

O que acontece em Identidade é exatamente essa experiência. Um livro que deveria ser lido como forma de criar uma consciência coletiva sobre como viver e evitar um ambiente tão racista.

É bruto, mas é real. Valeu muito a leitura.

Elisana 14/11/2021

Os limites da identidade
Identidade, inicialmente lançado em 1929, aborda duas mulheres negras que resolvem seguir caminhos diferentes: uma assume sua negritude, enquanto a outra emula a branquitude. É um livro relativamente curto, uma narrativa simples, mas nos traz muitas reflexões sobre como fingir ser branco traz privilégios, apontando ainda como a autora está muito a frente de seu tempo ao abordar essa discussão. Apesar de eu achar o final particularmente problemático, é necessário entender o contexto histórico e social de Nella. Acompanha ainda um lindo texto de Ryane Leão. Vale a leitura.

TatianaTati 14/11/2021

Colorismo no início do século XX
É uma obra interessante pelos assuntos que aborda e pela época em que foi escrita, mas não me envolveu. Na primeira parte, achei Irene muito apática; depois, inexplicavelmente ressentida com Clare. Mal estava na metade da leitura e já estava de saco cheio das paranoias da Irene... e aí fiquei pensando se isso não era exatamente parte da experiência, já que o tempo todo o enredo acontece pelo ponto de vista dela. De qualquer modo, fiquei interessada em saber no que ia dar a aproximação de Clare e quando o asqueroso John Bellew iria aparecer de novo na história. O posfácio esmiuçou o que ficou mais latente na minha cabeça após a leitura – adoraria que houvesse mais textos complementares, aliás.

Embora eu não tenha amado a história (razões meramente pessoais mesmo), é uma leitura indispensável, porque abre margem para discutir assuntos que passam ao largo do cotidiano da sociedade.

gabi 12/11/2021

O posfácio da Ryane Leão foi PERFEITO, ali ela diz tudo o que eu senti lendo esse livro.
Algo interessante é que em diversos momentos da Clare e a Irene juntas eu pensei que uma hora elas iriam se relacionar além da amizade, mas não aconteceu e esse final foi muito brusco.
Agora vou ir assistir o filme.

Madu.Vasconcelos 10/11/2021

Ambíguo
Esse livro é incrível, a leitura é curta mas devagar. Em alguns momentos eu me senti confusa pq nada é dito de forma clara, a Nella não deixa clara a sua opinião e eu sinceramente não sei dizer, principalmente, como mulher branca. Mas desde o começo eu sinto que nenhuma das duas estão erradas, porém como é um livro que é escrito em primeira pessoa, a opinião da Irene sobressai. No entanto, nem Irene sabe o que está sentido, ela se vê confusa, presa à lealdade a sua raça e a ela mesmo, no caso além de não querer prejudicar Clare por ser uma mulher negra, ela mesma tinha um carinho por Clare e não queria o seu mal. O final para mim foi chocante e confuso. Sinto que me falta interpretação para entender melhor o livro e noção. Mas gostei muito da leitura. Meus pensamentos estão melhores do que minha apresentação aqui.

Lívia 09/11/2021

Interessante
A história me lembrou um pouco ?A Metade Perdida?, que também li esse ano.

As duas protagonistas são amigas e rivais ao mesmo tempo, pois não encontramos conforto nessa amizade, sempre há um sentimento de estranheza.

Livro de leitura rápida, de fácil entendimento e com questões relevantes. Primeiro escolhido do Netflix Bookclub

Lailie 07/11/2021

?Um livro curto com profundidades oceânicas?
Eu não sei nem o que escrever após finalizar essa leitura. Não sei mesmo. É um livro de 1929 e que conversa demais com 2021. Tem um trecho do posfácio da Ryane Leão que resume o meu sentimento com esse livro:
?Identidade atravessa raça, classe, cultura e uma porção de coisas mais. Nella Larsen apresenta e trabalha a consciência de cada personagem exposto na obra, nos trazendo reflexões acerca da branquitude e da negritude e suas representações [?] O livro é muito mais do que a história de uma mulher negra que se arrisca ao se passar por branca para alcançar certos privilégios e capitais. Os atravessamentos que se desencadeiam dentro da vida dessas mulheres que cresceram juntas na infância e seguiram rumos diferenciados são explorados, especialmente quando as personagens dialogam sobre suas perspectivas e seus caminhos. Um livro curto com profundidades oceânicas.?

Pedro.Alves 31/10/2021

Impactante
(+14)

Uma história que consegue passar muitas coisas em poucas páginas. Um retrato de uma época em que ser negro era quase crime. Um livro que foi esquecido injustamente, escrito por uma mulher a frente do seu tempo. Mas principalmente, uma homenagem a negritude.

Recomendo muito!

fev 31/10/2021

Interessante, mas pouco desenvolvido
É uma obra que discute racismo, passabilidade branca entre outros temas de forma clara, direta e simples. Infelizmente, simples demais. Gostaria que a estória tivesse um desenvolvimento melhor e profundidade que os temas. Com as escolhas feitas pela autora perdemos narrativas que seriam mais convidativas e reflexivas. O final também não me agrada. Apesar disso gosto do tema do livro mesmo sendo pouco explorado e desenvolvido.

Taty 06/10/2021

Perdida
A história em si tem pontos bem marcantes. De um lado Irene vive em uma situação "confortável" com marido e filhos, enquanto do outro Clare finge uma vida que odeia.

Porém a história se resume nas paranoias de Irene e os outros personagem ficam fora de contexto, só surgem na história pela visão de Irene. O que torna tudo muito confuso e sem sentido.

Finalizei o livro sem entender Irene. O contexto do titulo do livro, ficou bem claro! Mas a forma de exploração deixou a desejar.

Nati Sampaio 06/08/2021

Um romance clássico americano, lançado em 1929, portanto, com visão e contextualizaste da época. Trata-se sobre colorismo, um assunto pouco falado no âmbito do racismo. Infelizmente o livro todo é contado a partir do ponto de vista de Irene, então muita coisa fica em aberto, sem termos como ter certeza sobre uma coisa ou outra. Também ficamos sem o lado da Clare, os motivos pelos quais a levaram se passar por branca. De um modo geral, achei os personagens pouco aprofundados. Sinto que faltou um maior desenvolvimento da obra. Mas acho que foi proposital da autora, visto q é um livro curto, e com críticas sutis.
Enfim, é uma boa leitura, mas não o melhor livro sobre o assunto racismo, e também fica longe de ser um dos melhores que já li sobre o assunto.
Mas recomendo!

Vitor 27/07/2021

O livro expõe questões realcionadas ao colorismo, um tema que, admito, apenas recentemente comecei a entender. É uma leitura sucinta, mas impactante. Eu só acho que poderia ter ido mais fundo na complexa psique dos personagens. Ficou um pouco a desejar nesse sentido.

breakwithbooks 12/07/2021

Identidade
O primeiro livro que “abandonei” de 2021.
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Estava extremamente ansiosa para ler esse livro, ele fala sobre o colorismo, uma questão racial pouco falada quando citamos o racismo. Especificamente sobre negras de pele clara, da qual há a possibilidade de ignorar suas origens e se passar como branca. Nunca tinha lido sobre, e as obras que li não abordaram tal questão.
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Identidade relata a história de duas amigas, Irene e Claire, uma optou por ignorar suas origens e se casou com um branco preconceituoso e a outra vive sua vida “perfeita” com marido e filhos negros, valorizando suas raízes. E tudo começa com o choque do reencontro das duas.
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O livro foi publicado originalmente em 1929, acho importante ressaltar isso porque vale a pena pesquisar sobre o racismo nos EUA da época para melhor compreensão. Porém, a escrita de Nella não me agradou, achei lenta, com personagens pouco aprofundados e devido a narrativa ser com a visão de Irene, não conseguimos compreender de fato as razões da Claire por optar esconder sua real identidade.
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A linguagem é simples, mas a ordem cronológica também me incomodou. O posfácio de Ryane Leão me arrebatou e fez com que eu entendesse a tamanha importância da obra.
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O abandono entre aspas é porque li em pedaços por meses, alguns parágrafos eu pulei porque a descrição e foco em coisas desnecessárias me incomodou, então não considero um livro lido.

site: https://www.instagram.com/p/CPg6ZUoDfLo/

Julia.Martins 01/07/2021

Livro carregado de simbolismo e tensão sexual. No original - Passing - o livro da escritora americana Nella Larsen é cheio de camadas e nuances. Acompanhamos a vida de Irene e Clare, duas mulheres oriundas de famílias interraciais e que por serem fenotipicamente brancas passam-se por brancas, daí o nome do livro ser Passing em inglês. A sinopse é simples, mas esbarramos com uma infinitude de questões raciais do começo do século XX que continuam latentes até os dias de hoje. Essa história nos faz refletir sobre o lugar de privilégio da branquitude e sobre o quanto ainda temos que estudar sobre raça e racismo. Recomendo muito.