A tirania do mérito

A tirania do mérito Michael Sandel




Resenhas - A tirania do mérito


82 encontrados | exibindo 31 a 46
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6


LeozinhoF 21/07/2022

Um livro sobre a tragédia da Meritocracia
Este livro abriu minha mente sobre o tal "mérito" que faz com que as pessoas louvem e sintam necessidade de exaltar o merecimento das pessoas em conseguir dinheiro e Ascensão social.
Apesar do livro em si ter sido feito utilizando a lógica nos EUA da Meritocracia, muitas coisas podem sim vir a explicar acontecimentos do Brasil, principalmente após 1992 com a ascensão do neoliberalismo em nosso país.
Enfim, um livro de extrema importância para quem gosta do tema, e mesmo que você for leigo no assunto, ele te explica muito bem alguns contextos com analogias muito boas e de fácil entendimento ao público.
comentários(0)comente



Ludmila 21/06/2022

Para entender nossa realidade!
Sandel faz uma interessante revisão histórica da meritocracia com origem na teologia cristã antiga. Inicialmente, pensa-se a graça como concessão divina (Sto Agostinho), para então ser fruto de ações merecedoras como compra de lugar no céu, penitências e rituais religiosos. O protestantismo e a ética protestante do trabalho foi, a princípio, um rompimento e crítica aos privilégios gerados por essa lógica. No entanto, a ideia de graça obtida pelo trabalho árduo logo sendo distorcida para o vigente discurso da meritocracia: resultados e benefícios como frutos de trabalho e dedicação. Neste caso, vencedores e perdedores são responsáveis diretos pelo resultado, gerando a chamada ?Tirania do Mérito?. O autor ainda discute sobre o amplo uso do discurso da meritocracia por partidos de centro-esquerda ter contribuído para ascensão conservadora, falando diretamente sobre Obama, Tony Blair e Schroeder, e a desqualificação e marginalização daqueles que não estão conseguindo obter os frutos da globalização. E implícito, uma reflexão sobre a educação superior como política para solução de tudo gerar rancor na classe de trabalhadores.
comentários(0)comente



ToniBooks 02/06/2022

Obrigado professor Sandel
Em vez de corrigirmos as condições que levam à desigualdade, construímos, por puro rancor e ressentimento, um sistema meritocrático que só conhece a mobilidade como meio de igualar as pessoas. Essa reflexão é tema central de "A Tirania do Mérito - O que Aconteceu com o Bem Comum", do filósofo Michael J. Sandel, uma obra para a qual me falta adjetivos para qualificá-la, por isso finalizo por dizer: excelente!!!
comentários(0)comente



Paulinha 01/06/2022

Leitura estimulante!
O livro traz uma visão comunitarista da política, trazendo de volta a ideia de que política é feita por todos nós - da classe mais baixa a mais alta. Além disso, há fortes críticas à meritocracia que, segundo o autor, tem dividido a sociedade e transformando a democracia em uma tecnocracia ( governo de técnicos e especialista da elite).

O autor fala sobre o preconceito credencial, a influência da globalização, a desigualdade social, a ascenção da extrema-direita e a polarização da sociedade.

Para quem gosta de política de verdade, esse livro traz uma visão diferente da política atual e nos faz pensar além do espectro político predominante (direita e esquerda) e nos vermos não como inimigos ou como opositores, mas como membros de uma comunidade em busca do bem-comum.
comentários(0)comente



Vitor451_ 28/05/2022

Uma análise necessária, mas infelizmente subestimada
Ao iniciar sua crítica à meritocracia, Michael Sandel explicita ao leitor os casos de fraude associados ao processo seletivo de entrada para as principais universidades estadunidenses, mostrando aquele que foi, talvez, o principal efeito do regime meritocrático no Ocidente: a "fetichização" do ensino superior como meio de emancipação na economia global.

Na obra, tornam-se claros dois aspectos nos quais a premissa meritocrática tocou de modo pujante: a questão da solidariedade e da supervalorização do academicismo. Quanto aos laços de civismo e pertencimento, é válido pensar que, se somos os únicos responsáveis por nossos acertos e erros, a empatia torna-se um aspecto raro e até reprovável, pois aqueles que estão na base da pirâmide social, a despeito de fatores externos, merecem a posição em que se encontram. No entanto, Sandel rebate tal argumento: ignorar as questões que não estão sob controle do indivíduo cria uma espécie de "arrogância meritocrática" que, em vez de inspirar, aumenta a distância entre ricos e pobres na escala social. Ora, partindo do pressuposto de que os ricos somente têm sua opulência pela sorte de seu capital estar alinhado às demandas na sociedade (na época e local certos, afinal, um pecuarista milionário no Brasil certamente não conseguiria manter seu capital na Índia ou Japão, por exemplo), atribuir aos pobres a sua própria miséria é, no mínimo, imoral - mas é exatamente o que nos dizem os governantes das últimas quadro décadas para cá, seja de modo veemente, seja de maneira sutil.

E, com isso, nascem as contradições do sistema meritocrático, pois, além de ignorar os fatores exógenos que auxiliam alguém a alcançar o sucesso - alimentação, ensino, princípios - a QUEM cabe definir a fronteira entre aquilo sobre o que se tem controle e as questões externas a nós?

Sobre o segundo aspecto modificado pela meritocracia, o fetiche associado à faculdade visa encobrir a consequência de uma globalização favorável ao mercado: a galopante desigualdade que, descortinada nas últimas décadas, fez com que os políticos - os mesmos defensores de tal globalização - atribuíssem ao ensino superior a tarefa quase messiânica de resolver as mazelas sociais. A partir daí, surgem outros dois problemas:

1 - Achar que TODOS almejam um curso superior desvaloriza gravemente outras formas de trabalho e cria profissionais infelizes, os quais, segundo os dados trazidos por Sandel, não ascenderam como prometiam os proponentes da meritocracia.

2 - Àqueles que ainda conseguem ascender restam a ansiedade e os traumas, frutos de uma educação que, desde cedo, incumbe aos pais a tarefa de tratar a faculdade não só um como um caminho para a realização profissional, mas também como um objetivo para a própria felicidade humana. Com isso, cada vez mais jovens relatam sintomas de ansiedade e depressão em virtude da cobrança que lhes é imposta, até mesmo no transcurso do ensino superior, já passado o obstáculo do vestibular.

Ok, mas como isso afeta o regime democrático?

É simples. Basta pensar sob o ponto de vista daqueles que ficaram para trás na corrida da globalização e do mérito. Esse público, em sua maioria sem ensino superior, cansou-se do credencialismo divulgado na imprensa por governantes que, sutilmente, ignoram as demandas de tal grupo e justificam sua condição.

É aí que reside o perigo; ressentidas e afetadas pelas perdas salariais, essas pessoas aderem a discursos populistas de figuras autoritárias que absorvem tal público e ameaçam o processo democrático. Com isso fica fácil entender as eleições americanas de 2016: enquanto a candidata democrata, que repetiu o discurso de seus antecessores, ganhou nas grandes metrópoles do leste e nas cidades com mais graduados na faculdade - os locais "vencedores" da globalização - , seu adversário republicano obteve larga vantagem no centro e do interior do país - que ainda não assistiram aos benefícios da globalização, tão prometidos pelos líderes anteriores.

Mas como mudar isso? Vetando definitivamente o mérito de nossas vidas e retornando ao sistema de nepotismo?

Não. Como solução, o autor apresenta a ampliação no investimento do ensino técnico - deteriorado devido ao fetiche em torno da Academia -, bem como um processo de seleção universitário que aumente a influência do acaso na escolha dos candidatos.

Conclusão: Um livro excepcional cujo conteúdo ainda não foi tão conhecido (talvez pelo seu recente lançamento, em 2020). Traz à tona ideias de diversos autores e amplia os horizontes com exemplos e citações através de linguagem técnica - mas de fácil entendimento - , com o intuito de mostrar ao leitor o quão imoral é a lógica do mérito, desde a sua teoria até a implantação. Apesar de abordar a realidade de seu país, recomendo a obra de Sandel a todos que não moram nos EUA, pois a questão de mérito está arraigada em todo o cotidiano ocidental.

Obs.: Por serem as primeiras edições traduzidas, algumas páginas apresentam erros de gramática, especialmente concordância e omissão de artigos, mas isso é raro e não compromete a leitura.
comentários(0)comente



pedro.cezar.142 21/05/2022

Livraço!
Seria mérito um termo como remendo para qualquer falha social que aprofunde a desigualdade e evitamos o debate? Sandel demonstra, focando no contexto americano mas com o discurso universal do mercado globalizado baseado em uma meritocracia inutilizadora dos invíduos que não se encaixam, que a meritocracia acabou por substituir a humildade em nosso convívio comum e substitui o desejo coletivista de uma vida digna por um desejo individualista de satisfação consumista sem retorno social.

Ódio, rancor, exclusão... São sentimentos comuns aos indivíduos que se encontram excluídos dessa lógica de retorno pelo "mérito". Sandel aborda então sobre como as políticas atuais não desmontam essa engrenagem avassaladora e impulsiona políticas que aprofundam esse abismo social.

É uma leitura rápida, mas crítica. Recomendo fortemente àqueles que desejam entender a crise de representação política dos últimos anos que não encontra precedente histórico, bem como o sentimento de exclusão em uma sociedade cada vez mais próxima.
comentários(0)comente



Julio Cesar 26/04/2022

A Tirania do Mérito
Quatro décadas de globalização favorável ao mercado resultou em desigualdades de renda e riqueza tão pronunciadas que nos levam a modos de vida separados.
E, quando a máquina de triagem meritocrática faz o seu trabalho, quem está no alto acha difícil resistir ao pensamento de que merece o sucesso que tem e quem está na base também merece o lugar onde está.
Se a democracia simplesmente for economia por outros meios, uma questão de somar nossos interesses e preferências pessoais, seu destino não depende dos lições morais dos cidadãos.
Mas se o bem comum pode ser alcançado apenas por meio da deliberação com nossos concidadãos sobre os propósitos e os fins dignos de nossa comunidade política, a democracia não pode ser indiferente ao caráter da vida em comum. Ela não exige igualdade perfeita. No entanto, exige que cidadãos de diferentes níveis sociais e estilos de vida se encontrem em espaços compartilhados e lugares públicos. Porque é assim que aprendemos a negociar e a acatar nossas diferenças. E é assim que passamos a nos importar com o bem comum.
A convicção meritocrática de que pessoas merecem quaisquer que forem as riquezas que o mercado concede a partir de seus talentos faz a solidariedade ser um projeto quase impossível.
Deve-se reconhecer que para todos os nossos esforços, não vencemos por conta própria nem somos autossuficientes; Estar em uma sociedade que recompensa nossos talentos é sorte, não é obrigação.
Essa humildade é o começo do caminho de volta da dura ética do sucesso que nos divide. Aponta para além da tirania do mérito e na direção de uma vida pública menos rancorosa e mais generosa.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Rebekah 01/03/2022

Apesar de expor o contexto de mérito norte-americano em um sistema um pouco diferente do Brasil, em geral, a proposta de debater sobre a tirania do mérito pode ser para qualquer outro país ou cultura. Em cada país ou cultura existe uma imposição da sociedade sobre o que é valorizado para dar o mérito a isso. Toda sociedade tem seus padrões que criam diferenças e então as desigualdades. O livro traz essa reflexão sem ser pesado, mas que nos faz questionar o status quo em que vivemos.
comentários(0)comente



Volnei 20/02/2022

A tirania do mérito
Esta obra parece ter sido escrita por um socialista que critica o sistema do mérito .Em alguns pontos parece defender a distribuição igualitária de bens e em outros o fato de algumas outras pessoas buscarem levar vantagem por conta de suas posições sociais

site: https://toninhofotografopedagogo.blogspot.com.br/
comentários(0)comente



Bety.Shiue 13/02/2022

Boa leitura
Ótima temática, achei a tradução um pouco falha, com bastante errões de português básico, quanto ao texto, achei por vezes repetitivo, prolixo. Mas vale a pena entender sobre o tema.
comentários(0)comente



Débora 09/02/2022

Você acredita na política do Mérito?
Você já de ter visto, em algum filme ou série, como o sistema de admissão nas Universidades estadunidenses são concorridas. Quando chegam no ensino médio, os jovens se dedicam a trabalhos na comunidade, voluntariado, olimpíadas científicas, esportes e por aí vai. Os melhores recebem um convite, e ser selecionado pela Ivy League é a realização de um sonho.
O que os filmes não contam é que esse sistema se tornou tão viciado que pais pagam uma espécie de "turbinador de currículo", fazem doações para que seu filho seja escolhido.
E os alunos que precisam de uma Universidade gratuita ou subsidiada pelo governo? E a ideia de que a educação é uma forma de ascensão social? Os planos de encontrar o emprego dos sonhos, não passou de uma ilusão?
Ao formar gerações interessadas no sucesso e visibilidade social, o sistema deixou de lado aqueles que realmente precisam, projetos de inclusão social, escancarando o abismo social entre ricos e pobres.
Se quisermos que o bem comum predomine é necessário reduzir as desigualdades e consolidar os ideias democráticos.
Afinal, o que queremos oportunidades iguais para todos ou os "melhores" (de sempre) no comando?
comentários(0)comente



Lia 08/01/2022

Sandel aborda a meritocracia com muitos conceitos, trazendo ideias que nos fazem refletir sobre o ideal de mérito pesando no bem comum.
Ele traz exemplos sobre as universidades americanas e os problemas de mobilidade dentro da sociedade.
Te faz repensar o conceito que vivemos atualmente de ?mérito?, nos fazendo questionar esse modelo.
comentários(0)comente



erbook 28/11/2021

A meritocracia não elimina a desigualdade social
Michael Sandel, professor de Harvard, se tornou popular aqui no Brasil após a divulgação no YouTube do curso intitulado “Justiça – o que é fazer a coisa certa?”. Nesse interessante curso, o renomado professor aborda questões filosóficas de forma didática e com exemplos contemporâneos, atraindo diversos alunos da área de humanas.

Em “A tirania do mérito” o autor produz interessante ensaio crítico acerca daqueles que conseguem (vencedores) e dos que não conseguem (perdedores) ascender socialmente. Sandel questiona a seguinte premissa: “Se meu sucesso é resultado de minhas próprias ações, o fracasso deles deve ser culpa deles.” O autor entende que “essa lógica faz a meritocracia ser corrosiva para a comunidade. Uma noção muito fervorosa de responsabilidade pessoal em relação ao nosso destino torna difícil nos colocarmos no lugar de outras pessoas”.

Essa visão, além de tornar arrogantes os vencedores, gera ressentimento em grande parte da população que não consegue melhorar de vida, o que, segundo o autor, impulsionou reação populista por parte da classe trabalhadora em diversas partes do mundo contra elites meritocráticas, levando a eleições de populistas nacionalistas. Isso porque “a era da globalização trouxe desigualdade ampla e salários estagnados para a classe trabalhadora”.

Sandel critica o próprio critério da meritocracia, na medida em que este não elimina a desigualdade social; ao contrário, a justifica. Afinal, “até mesmo uma competição justa tem vencedores e perdedores”. Dentre outros temas, que vão desde teologia à ética do sucesso, Sandel menciona a respeito das duas alternativas políticas para a sociedade justa, quais sejam, o liberalismo de livre mercado versus o liberalismo de Estado de bem-estar (ou liberalismo igualitário).

Sandel, para “castigar” a arrogância do mérito, chega a propor o sorteio para ingresso nas universidades, solução com a qual não concordo, pois poderia incrementar o sentimento de injustiça social.

O autor conclui que, “com frequência, presume-se que a única alternativa para a igualdade de oportunidade é uma igualdade de resultados estéril, opressiva. Entretanto, há outra alternativa: uma ampla igualdade de condição que permite àqueles que não alcançam grandes riquezas ou posições de prestígio vivam com decência e dignidade, desenvolvendo e exercitando suas habilidades em trabalhos que rendem estima social, compartilhando de uma cultura do aprendizado que seja amplamente difusa, e deliberando junto a concidadãos sobre questões públicas”.
comentários(0)comente



82 encontrados | exibindo 31 a 46
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR