A tirania do mérito

A tirania do mérito Michael Sandel




Resenhas - A tirania do mérito


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alex 18/05/2021

A tirania do mérito, de Michel J. Sandel (2020)
Caramba! Sabe aquela sensação de explosão ao ler algo que altera a forma como vc costuma ver o mundo? Que te mostra uma nova perspectiva sobre algo tomado como quase natural na sua sociedade, pq já assentado culturalmente? Pois é... Esse livro me proporcionou isso.

Recomendo demais. Algo me diz que é uma tese que vai fazer estrondoso sucesso e promover convergência política apenas daqui muitas décadas.
Rafinha 18/05/2021minha estante
Quero muito ler este livro. ??


alex 18/05/2021minha estante
Leia, sim! Não vai se arrepender ; )




Tatiane 19/04/2021

A meritocracia me trazendo respostas...
Eu ainda estou muito impactada com este livro. Embora Sandel faça uma análise extensa do que é a meritocracia, com uma percepção histórica exemplificada com a realidade americana, o que mais me marcou foi a clareza da percepção do que ela gerou na sociedade atual e que motivou um revertério político: a meritocracia promoveu um ressentimento de parcela da classe média motivada pela perda de espaço no mercado e de poder aquisitivo. Sandel diz que "o mantra de que pessoas que trabalham duro e seguem as regras conseguem ascender até onde seus talentos as levam" escondeu uma dura realidade. As elites meritocráticas "não notaram que, para quem fica preso no fundo ou lutando para ficar boiando, a retórica da ascensão era menos uma promessa do que uma provocação". (p. 104)

Segundo o professor de Harvard, "de fato, há uma razão para pensar que a antipatia populista direcionada às elites meritocráticas tiveram um papel importante na eleição de Trump e no surpreendente referendo na Grã-Bretanha para deixar a União Europeia." (p. 103)

O livro trata da realidade americana e faz alguns paralelos com países da Europa. É, porém, fácil correlacionar a eleição de Bolsonaro aqui no Brasil com o ressentimento também da nossa classe média (majoritariamente branca), diante de questões como a globalização e a necessidade cada vez maior de se obter um diploma no Ensino Superior em universidades de ponta, para se conseguir um lugar ao sol. Que tal refletirmos sobre as discussões de "Escola sem partido", kit gay, cotas raciais e sociais e o desmonte da Cultura e das Universidades?!

"Mas várias pessoas da classe trabalhadora que apoiaram Trump, o Brexit e partidos populistas em outros países pareciam menos interessadas em promessas de mobilidade ascendente do que em reafirmações de soberania nacional, identidade e orgulho." (p. 103)

É isso. O livro me trouxe algumas respostas para o que estamos vivendo e muitas outras perguntas...

Como sairemos desse buraco?
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spoiler visualizar
comprido 29/10/2021minha estante
Valeu a pena ler seu spoiler, comprei o livro até .




cornflakegrrl 30/03/2021

Indispensável
O livro poderia, tranquilamente, ter umas 50 páginas a menos: é um pouco repetitivo - mas não descarto a possibilidade de isso ser um recurso pedagógico, com o fim de facilitar a assimilação de ideias. Nele, são retomadas algumas ideias já expostas em "Justiça: o que é fazer a coisa certa" e em "O que o dinheiro não compra: Limites morais do mercado" e o comunitarismo do autor fica muito evidente, assim como a influência de John Rawls sobre ele.
Até a leitura deste livro, eu considerava que a meritocracia era um conceito falho por uma única razão, qual seja, a sociedade atual não confere iguais oportunidades aos seus integrantes.
A verdade, contudo, é que o furo é bem mais embaixo: mesmo que tivéssemos oportunidades iguais, não há nada que se possa fazer quanto ao fato de que algumas pessoas nascem com habilidades que são valorizadas, ao passo que outros não (aqui, entra o "princípio da diferença" de Rawls, sugerindo que essas vantagens, conquanto inexoráveis, sejam empregadas de modo que reverta em favor dos membros menos favorecidos da sociedade), ademais, a meritocracia desencadeia arrogância nos "vencedores" (que venceram por uma série de fatores nem sempre ligados ao seu merecimento) e rancor nos "perdedores", gerando, no tecido social, uma fissura que permitiu a ascensão de Trump e também culminou com o Brexit.
Embora seja um livro muito focado na realidade norte-americana e britânica, o paralelo com o Brasil é inevitável, seja quando se fala na supervalorização do diploma universitário (com a agravante de que, no Brasil, as cadeiras das universidades públicas estão, em sua maioria, ocupadas por estudantes de classe média/alta, com disponibilidade financeira para frequentar cursinhos, dedicar-se exclusivamente aos estudos etc), seja quando se pensa no contexto que permitiu que o bolsonarismo se desenvolvesse.
Recomendadíssimo!
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carolmc_ 26/03/2021

Bom
Excelente discussão sobre os problemas da exaltação do mérito. Texto um pouco repetitivo em alguns momentos mas muito esclarecedor.
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Amanda 26/03/2021

Críticas à ideia de meritocracia
Gostei de ler. O autor dá um histórico sobre a ideia de meritocracia e tece críticas sobre ela... O livro tem por base a meritocracia na sociedade americana, mas isso não impede que leiamos o livro... Acho que algumas das ideias e conclusões podem ser importadas para nossa realidade sem grandes problemas...
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Karol 16/03/2021

Tese interessante
Faz refletir sobre a supervalorização da educação universitária e em como a polarização pode ser gerada do ressentimento de classes menos abastadas e estudadas. A meritocracia é retratada como o grande problema devido à falta de igualdade de oportunidades - uma realidade indiscutível - e a um discurso idealista que por vezes pode ser exclusivo. Boa leitura.
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Danielle.Duca 02/03/2021

Desmistificando a meritocracia
O autor traz o debate sobre os malefícios da meritocracia, ajudando o leitor a desmitificar essa ideologia de que seu sucesso depende exclusivamente de suas ações , e que àqueles que alcançaram seus objetivos foi pq fizeram por onde e quem não os atingiu é porque não o fez por merecer. Apesar de ser um debate necessário o contexto do livro é muito focado na realidade dos EUA, tendo trechos inclusive bem repetitivos. No entanto, é uma ótima critica a sociedade meritocrática seja ela nos EUA ou no Brasil.
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Coruja 22/02/2021

Ganhei esse livro final do ano passado. O autor já estava no meu radar desde que eu vira críticas sobre o seu Justiça - o que é fazer a coisa certa. Nesse título, ele é excelente na forma didática e repleta de exemplos com que explica seus conceitos e teorias. Mais um daqueles muitos livros que gostaria de ter lido nos anos de faculdade.

Enfim, tendo me envolvido com seu estilo, emendei a leitura de A Tirania do Mérito - o que aconteceu com o bem comum?, e, embora tenha lido até rápido, passei dias para digerir as ideias apresentadas. Algumas das questões que Sandel levanta sobre a meritocracia já tinham me passado pela cabeça, mas o desenvolvimento que ele faz aqui, suas ligações com ideias de livre-arbítrio e, sobretudo, a ideia de que a cultura do mérito está na base para a onda de ressentimento que levou a eleição do Trump, deixaram-me estupefata. Não foi um ângulo no qual eu pensara anteriormente.

Em poucas linhas, a concepção de que cada um é dono do próprio destino, responsável por suas escolhas (livre-arbítrio) e que, dando o melhor de si mesmo, será “alguém na vida” (vencendo com base no mérito) tem pelo outro lado da moeda o corolário de que se você é um fracassado, a culpa é sua, que não se esforçou o bastante. Nos Estados Unidos, essa correlação se fundamenta também na certeza de ser uma sociedade com alta mobilidade social - outro tópico que Sandel não hesita em desmistificar.

O sucesso, consubstanciado no imaginário social como um diploma no ensino superior, acarreta um orgulho classicista, em que, mesmo quando você entra numa universidade com base nos privilégios de boas escolas, tutores, e todo um leque de recursos, você crê que tal conquista é fruto do seu esforço e se os outros não se esforçaram o suficiente, problema deles. Essa arrogância cega os indivíduos para o bem comum - para a necessidade de políticas de distribuição de renda, de valorização do trabalho - e contribui para a animosidade daqueles que são humilhados por tal sistema.

Políticas afirmativas para minorias entram como tempero nesse caldeirão de mágoas, que explode então num conservadorismo preconceituoso Para uma classe média baixa e branca, saber que havia outros em situação social mais vulnerável servia como um consolo; mas, de repente, essas minorias foram contempladas pelo governo e eles continuaram esquecidos. Abre-se assim caminho para a intensa polarização, a retórica do ‘nós e eles’, a desconfiança do governo (formada em grande parte pelos filhos da meritocracia, uma aristocracia de diplomas universitários) e, claro, o populismo.

Sandel foca especificamente na sociedade americana - e, em menor grau, na britânica -, mas há muito aqui que pode ser aplicado à situação no Brasil. Não é difícil identificar algo desse ressentimento no discurso da direita, extremista ou não - basta ver suas opiniões sobre o bolsa família e as cotas para universidade. Ironicamente, por aqui, não se trata de uma reclamação daqueles que foram “deixados para trás”, mas de estratos mais altos, misturados ao preconceito de homem cordial bastante típico de brasileiro (como esquecer o ministro da economia observando o dólar alto era algo bom, porque até as empregadas domésticas estavam viajando para a Disney?).

Resolver todo esse imbróglio não é fácil, considerando o fato de que a meritocracia é um paradigma fundamental de nossa sociedade moderna. Para o autor, é algo que passa pela necessidade de valorização do trabalho e do indivíduo, quando ele passa a se enxergar - e aquilo que faz - como contribuição importante para o bem comum, parte produtiva da comunidade. É uma completa mudança de foco, necessária para que alcancemos, de fato, uma sociedade mais justa. Ao final, A Tirania do Mérito é um livro que merece reflexão e debate, que oferece perspectivas relevantes e alternativas para o momento que vivemos.

site: https://owlsroof.blogspot.com/2021/02/a-tirania-do-merito-o-que-aconteceu-com.html
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Fellipe.Henrique 16/02/2021

Um livro razoável
Um livro razoável com uma linha de pensamento bem difere te sobre meritocracia, vale a leitura.
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Lenicio 12/02/2021

Desconstrução
O livro questiona os fundamentos da sociedade contemporânea.
O modo de vida baseado no consumo, a administração pública dominada por tecnocratas, a universidade como locus de competição desenfreada e o indivíduo vitimado pela necessidade de alcançar único objetivo: o sucesso.
A meritocracia, ao mesmo tempo em que produz vencedores arrogantes, é prolífica em gerar perdedores ressentidos.
Os vencedores ignoram que fatores fora do controle contribuíram para a vitória, inclusive a sorte.
Os perdedores ficam frustrados, sentindo que não conseguiram porque os vencedores foram favorecidos por fatores injustos (posição social, riqueza, sorte).
Leitura necessária.
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Edu 05/02/2021

Desconstruindo a Meritocracia
O QUE É? O processo de entrada nas universidades americanas é a base para se discutir a meritocracia neste livro. Obviamente, é possível fazer analogias com situações no Brasil também.

COMPLETO. O autor passa por universidades, religiões, política(atual e processo histórico), empregos, política econômica, elitismo, direita e esquerda, neoliberalismo, etc. Tudo sob a lupa da tirania do mérito.

Em relação ao livro Justiça, ele perde um pouco no quesito aplicações práticas dos conceitos, mas o entendimento fácil e acessível a todos.
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Mari Doroteu 01/02/2021

Gostei muito das reflexões trazidas no livro, sobre como a meritocracia, apesar de parecer positiva, acaba deixando de lado diversos aspectos que aumentam a desigualdade e mantém as pessoas que não alcançam o sucesso com a sensação de fracasso ou impotência.
A própria ideia de meritocracia em si já é um pouco utópica, porque cada indivíduo tem uma realidade diferente, com obstáculos próprios, de forma que jamais haveria um ponto de partida com condições iguais para todos alcançarem o sucesso.
O autor aborda também o fato de a tecnocracia (o fato de apenas pessoas com diplomas e formação superior serem valorizadas no mercado de trabalho) criar uma marginalização das pessoas que não possuem condições ou oportunidades para fazer uma faculdade, o que faz com que elas tenham uma sensação de não pertencimento à sociedade.
O livro é bom, todos os argumentos do autor são muito válidos e pertinentes, porém o autor foca na realidade norte-Americana, de modo que algumas coisas não se encaixam na situação brasileira.
Em resumo, gostei bastante do livro e do que ele me fez pensar. Dei nota 3,5, pelo simples fato de que em alguns momentos ficou um pouco cansativo pra mim. Mas recomendo muito a leitura.
Um trecho bem explicativo que destaquei foi:
?A noção de que seu destino está em suas mãos, de que ?você consegue, se tentar?, é uma faca de dois gumes: por um lado é inspiradora, por outro, odiosa. Ela felicita vencedores, mas rebaixa perdedores, até mesmo do ponto de vista das próprias pessoas. Para quem não consegue encontrar emprego ou ganhar dinheiro suficiente para se sustentar, é difícil fugir do pensamento desmoralizante de que seu fracasso é resultado de suas próprias ações, de que simplesmente não tem talento nem elã para o sucesso.?
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Maikel.Rosa 30/01/2021

um sistema que já não merece tanto crédito
eu costumava esconder minhas notas dos colegas na escola, instintivamente protegendo minha vida social de um efeito que cedo compreendi: o ressentimento da maioria contra a predileção escancarada das autoridades pelos CDFs.

mesmo concentrando seus estudos na realidade estadunidense e britânica, o livro de Michael Sandel me fez lembrar disso e pensar muito sobre como a classe média branca brasileira compartilhou (e compartilha) das mesmas frustrações dos seus pares norteamericanos, embora talvez por razões um pouco diferentes (e que renderiam um outro post).

Sandel traça um panorama detalhado sobre as políticas meritocráticas em universidades e no mercado de trabalho nos EUA, destacando suas consequências desastrosas pra dignidade e autoestima da grande maioria dos yankees.

uma delas, ao que tudo indica, foi a ascensão de Trump ao poder: uma resposta dos cidadãos, num país de maioria branca e sem diploma, ao credencialismo (monopólio de oportunidades à elite graduada) e à tradicional aristocracia hereditária (ricos que usam seus privilégios pra aumentar as chances de ingresso dos filhos nas melhores universidades).

o autor demonstra que a meritocracia, pelo visto até nas maiores economias, é um sistema que falha miseravelmente como política distributiva, ao privilegiar exageradamente os "mais talentosos", perpetuando um lado cruel e muito injusto do tão vangloriado sonho americano (que acho que tem reflexos distorcidos, mas igualmente perniciosos no Brasil).

como professor universitário, Michael Sandel faz uma análise completíssima desse cenário, abordando providencialismo, tecnocracia, populismo, liberalismo econômico, globalismo, triagem meritocrática, capitalismo e bem comum.

mas como filósofo ele manda ainda mais bem, defendendo soluções polêmicas, mas coerentes, pra desmascarar e amenizar a tirania do mérito no mundo. bem, não preciso nem dizer o quanto MERECE ser lido, né?
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Brenda.Gajus 17/01/2021

Inquietante.
Sandel utiliza a situação política norte americana para elucidar os efeitos diretos e indiretos de uma sociedade baseada no mito da meritocracia. De forma leve e um tanto repetitiva, mas com exemplos lúcidos, o autor desenrola sua tese criticando alguns paradigmas que até o leitor mais mente aberta sente-se encurralado. Inegavelmente um eficiente gerador de discussões intensas.
Vale a leitura :)
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