A tirania do mérito

A tirania do mérito Michael Sandel




Resenhas - A tirania do mérito


82 encontrados | exibindo 46 a 61
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6


Eva 27/11/2021

O livro mostra a realidade estadunidense sobre a lógica meritocrática e suas consequências nos rumos da política daquele país. Particularmente, acho que nossa realidade é diferente quanto ao discurso do mérito ter tido algum papel fundamental no rumo político que o Brasil tomou, vejo outras raízes para isso aqui no país. Mas, é interessante para ter conhecimento sobre as possíveis causa que levaram a eleição de um presidente como Trump em 2016, mas não para trazer de todo para nossa realidade.

O autor coloca como um dos problemas do discurso do mérito é de que as oportunidades não são iguais para todos e que se as pessoas não têm o mesmo ponto de partida e não se pode esperar que elas cheguem ao mesmo ponto na vida. Ou seja, esse discurso de que basta trabalhar duro que você conseguirá sucesso, riqueza ou seja lá o que você busque na vida. Isso porque sabemos que vários fatores influenciam, como: a educação formal que você recebe, o talento inato, os privilégios que tem em relação a outras pessoas, a sua rede de contatos etc.
Nesse ponto eu concordo com o autor que realidades diferentes não podem ser julgadas igualmente quanto ao alcance de sucesso.

E o autor coloca que isso tem sido problema pois as pessoas que ouvem o discurso de que basta trabalhar duro para conseguir o que quer e não conseguem chegar ao seu objetivo passa a se achar e ser vista como perdedora o que ocasionalmente pode gerar ressentimentos sociais.
Acredito, sim, que esses discursos podem gerar frustrações pessoais nas pessoas pois quando não conseguem perceber a grande falácia desses discurso podem se julgar perdedoras.

O livro coloca alguns pontos bem interessantes em pauta sobre a meritocracia. Mas também tem alguns pontos negativos.

O que me incomodou na leitura é a repetição de argumentos em vários tópicos nos capítulos longuíssimos, diga-se de passagem, e somente no final, último capítulo, o autor apresentar possíveis soluções para a problemática, além de serem poucas, achei bem rasas e simplistas. Tá, você pode pensar que o autor não deve ser cobrado pela solução de problemas, mas se você se propõe a escrever um livro e passa páginas e páginas discutindo problemas o leitor espera que o autor seja capaz de propor possíveis soluções sobre o mesmo tema.
Enfim, acho que poderia ter exposto bem a problemática do discurso de meritocracia no seu país e no mundo em menos páginas, assim o leitor não esperaria tanto para a conclusão.
RafaelM 29/11/2021minha estante
Penso igual..




Carolina 16/10/2021

#36 Os mitos e as verdades sobre a meritrocracia
Os mitos e as verdades sobre a meritrocracia são abordados por Michael Sandeli na obra. Os defensores da meritrocracia, defendem que as pessoas sempre serão recompensadas pelos seus esforços e talentos, apesar das chances e oportunidades dos indivíduos serem desiguais. Mesmo que todos os indivíduos tivessem iguais oportunidades, ainda assim, a meritrocracia tem um lado sombrio, ela cria uma sociedade de vencedores e perdedores, sem levar em consideração a classe social dos indivíduos, cor de pele, gênero, entre outros tantos aspectos. Sandel, nesta obra, discorre que a meritrocracia não é um termo novo, existe desde os primórdios da sociedade, visto que não está ligado ao capitalismo. As pessoas, desde a antiguidade, costumam pensar que o que acontece de ruim em suas vidas trata-se de um ?castigo dos céus? por seus comportamentos aqui na terra. Esta é a ideia inicial da meritrocracia que conhecemos, como se tudo que acontece com os indivíduos fosse exclusivamente consequência dos seus atos, méritos e/ou esforços. Com o passar dos tempos, essa ideia religiosa foi sendo substituída por uma visão mais secular, como se fosse uma promessa de liberdade individual, uma espécie de recompensa, como se os nossos destinos individuais estivessem única e exclusivamente em nossas mãos. Mesmo que o lado religioso fique em segundo plano na meritrocracia atual, nas sociedades do ocidente, ainda é bastante forte a ideia de que tudo que acontece conosco, tanto o sucesso quanto o fracasso, é consequência no nosso trabalho, ou seja, do quanto nos dedicamos ou nos esforçamos. O autor aborda que os defensores desta forma de pensar defendem que por mais que as condições dos indivíduos não seja igual, devem ser buscadas formas para reequilibrar as oportunidades para que os menos favorecidos possam competir com os mais favorecidos, ou seja, para que todos nós possamos viver em uma ?meritrocracia perfeita?. Atualmente, políticos com as mais diversas ideologias defendem que a melhor forma para acabar com as injustiças, desigualdades e pobreza seria oferecer as mesmas oportunidades. Mais ainda assim, por mais que todos reconheçam que este é o melhor caminho, ao longo das últimas décadas as desigualdades do mundo têm seu crescimento acelerado e as riquezas do mundo cada vez estão mais desequilibradas. As políticas para fazer com que as pessoas saiam da pobreza ou que, pelo menos, tenham melhores condições de vida estão falhando em algum ponto. Sandel acredita que o fato de existirem políticas que fazem com que os indivíduos cheguem ao sucesso por meio de seus próprios méritos cria uma pressão gigantesca como se o sucesso ou o fracasso fosse resultante de 100% do esforço de cada um neste processo, como se fôssemos os únicos culpados no caso de fracassarmos. A grande maioria da população mundial não faz parte de famílias milionárias ou sequer fazem parte da classe média. Uma dúvida fica latente ao longo da leitura, até que ponto (políticos ou até mesmo os pais) podemos afirmar que basta que uma pessoa estude, acorde cedo ou não perca seus méritos que conseguirá ?chegar aonde quiser??! O que podemos dizer para as pessoas que jamais conseguirão ter uma fortuna como a do Bill Gates, por exemplo? Chamaríamos de fracassado? Para o autor, esta é a grande armadilha de acreditarmos tanto na meritrocracia, mesmo que ela fosse uma forma perfeita, nem todas as pessoas nascem com talentos, fatores de vida e oportunidades iguais. Não deveria ser obrigatório exigir isso de todo mundo porque cada indivíduo possui condições diferentes. Para o autor, a princípio, a cultura da meritrocracia não é ruim, mas foi distorcida a ponto de se tornar tóxica. O autor faz uma análise que a tirania da meritrocracia está gerando a maior polarização da história dos Estados Unidos e, consequentemente, está se refletindo em todo o planeta.
comentários(0)comente



William 20/09/2021

Excelente livro.
É um livro que talvez não vai agradar muita gente, contudo é um livro profundo e sincero, com boas analises como a meritocracia se tornou tirana. O autor explica bem como Trump chegou à presidência, com o apoio de muitas pessoas colocadas a margem da sociedade por grande parte de uma elite egoísta e arrogante, que usa o mérito como justificativa para se perpetuar no poder, tanto econômico e político. Lendo o livro, me lembrei no período de faculdade, a arrogância de muitos docentes, se sentindo superior aos outros, tratando muitos dos alunos e alunas como seres inferiores. E infelizmente na nossa sociedade, se prevalece muito isso, se você não conseguiu atingir um curso superior, uma pros graduação, uma estabilidade econômica, é um fracassado. Mas será verdade? No livro, Sandel comenta de forma bastante inteligente, com fatos, como a meritocracia provoca arrogância nos vencedores e ódio nos “perdedores”. Não importa se é de esquerda ou direita, o importante, como o autor comenta, independente se as pessoas não ascendem, que prosperem no lugar onde estão e se enxerguem como membros de um projeto comum. Me lembra na minha época de estudante do ensino médio, um professor perguntou para a turma, quem é mais importante, o médico ou o lixeiro. Muitos falaram que é o médico, pois para se formar na profissão, é um caminho longo e trabalhoso, precisa passar num vestibular concorrido, fazer um curso que exige muito, depois residências etc. O professor comentou tudo bem, agora se os lixeiros fazer uma greve, por duas semanas, o que vai acontecer? Com certeza lixo espalhado para todo lugar, fedor insuportável, principalmente ser for no verão. E daí vai começar aparecer ratos e durar mais ainda a greve, irão aparecer doenças. Ai muitos entenderem que todas as profissões são importantes e merecem respeito. É um livro que merece ser lido com mente aberta e ser debatido, para que podemos, nesses tempos sombrios, começar construir uma sociedade mais justa ancorada em respeito, solidariedade e cooperação E que todos possam ter um lugar nela e sentir que faz parte de um grande projeto de Mundo.
comentários(0)comente



Bru 14/09/2021

Sobre desigualdade
Já tinha lido outro livro do mesmo autor e estava com altas expectativas e como sempre conseguiu superar minhas expectativas, o livro fala sobre a meritocracia e suas falácias. A ideia de meritocracia está entranhada na sociedade em quase todo o mundo, por isso é preciso saber como começou e como funciona nos dias atuais.
comentários(0)comente



Edgard7 11/09/2021

Em comparação com outros livros do autor, fiquei um pouco decepcionado.
O autor pareceu ir contra o principal argumento do livro até quase seu final.
Pessoalmente, acho que as últimas 50 páginas seriam mais do que suficientes para expor todo o assunto.
comentários(0)comente



Diego 11/09/2021

Alguns conceitos no contexto da meritocracia utilizados pelo autor que me chamaram atenção: credencialismo, por isso a necessidade irrefreada dos diplomas universitários, a diferença entre mobilidade social e possibilidade de ascensão, dentro do contexto do sonho americano. E o fato de que a os estudantes das grandes universidades são a maior parte filhos de ex-alunos. Os governantes buscam acessores cheios de credenciais para definir políticas para os trabalhadores. O adoecimento dos estudantes nesse processo. O livro é bem legal, vale bastante a pena a leitura.
comentários(0)comente



Porto 07/09/2021

Até onde vai o mérito?
A Tirania do Mérito, combina linguagem acessível e profundidade analítica. Digo profundidade porque Sandel se aventura nos labirintos das sociedades capitalistas contemporâneas. À porta de entrada do labirinto estão de sentinela os arroubos xenófobos, racistas, intolerantes e racistas daqueles que se consideram abandonados à beira da estrada da vida.
comentários(0)comente



Dênis 06/09/2021

Credencialismo: a mais nova forma de preconceito
Sandels leva o leitor pelos meandros do mérito tirano e vai mostrando a necessidade do resgate do bem comum. Destaque para a noção de credencialismo, em que o autor demonstra que o preconceito de separar as pessoas conforme as credenciais acadêmicas adquiridas ao longo da vida pode ser uma fácil solução para a ideia de conquista pessoal e de self-made-man. No entanto, a mesma ideia nega que as credenciais são distribuídas desigualmente e que o mérito é uma falácia. Mais que uma nova forma de preconceito, o credencialismo sequer é assim notado, por isso é tão disseminado e "normalizado". Excelente leitura, recomendo muito.
comentários(0)comente



Dave.Christian 23/08/2021

Que livro? obrigatório!!
Sabe quando o livro é bom? Quando ele te faz mudar de opinião e te abre a visão para pensamentos nunca antes imaginados!!
Um livro denso mas sem ser enfadonho sobre a cultura da meritocracia, sucesso, modelo educacional, financeiro, tecnocrático!
Não precisamos concordar com a totalidade do argumento, mas nós deixa em divida sobre várias questões que fomos doutrinados pela cultura e política atual? que de quebra explica a atual situação da polarização de opiniões!
comentários(0)comente



Igor13 13/08/2021

Utopia Sandeliana
O autor é famoso e esse é meu terceiro livro dele. Gostei do livro Justiça, e nem tanto do "Contra a perfeição: Ética na era da engenharia genética". O assunto é relevante e já mostra consequências por aqui também.

O assunto é complexo e acho que Sandel abordou de forma confusa e cheio de inconsistências. O autor menciona a realidade dos EUA. Obviamente diferente da nossa, mas como o livro foi colocado no pedestal, achei bom dar minha opinião - mesmo que contrária a imensa maioria.
Bem resumidamente, porque já gastei muito tempo pontuando nos comentários do histórico de leitura...

1) Demora o livro pra chegar onde quer: i)critérios de seleção das universidades de ponta; ii) muito por cima, uma valorização maior de trabalhos que não exigem nível superior; e iii) mais por cima ainda, bens públicos, comuns para convivência entre indivíduos de classes diferentes;

2) Fica repetindo mesmas ideias e julgamentos contra pais endinheirados, ricos e tal. Só julga um lado. Não faz uma análise do todo. Só critica, e de forma depreciativa e debochada. Faz a alegria dos invejosos e recalcados. Hora alguma pondera que há pais que realmente são ausentes e inconsequentes. Todos os que não conseguem passar em universidades de ponta são frustrados, humilhados e sem talentos - é bem estranha a lógica dele, no mínimo;
3) Coloca na conta da meritocracia problemas e distorções ligadas ao carácter humano, como ego e ambição - desses dois, nada fala;

4) Exemplos históricos péssimos. Como se nunca antes as classes maia altas tivessem investido pesadamente nos seus filhos. Hoje o que acontece com o fim, ou diminuição da aristocracia – nos EUA – é que muito mais gente está na competição por dinheiro, status e, sim, poder. Inclusive pessoas de famílias de origem bem simples estão tendo a chance de ascender financeira e intelectualmente – detalhe, esses dois nem sempre andam em paralelo. Pra quem gosta de história, como eu, é fácil verificar diversas passagens nas quais os filhos da elite eram treinados com tutores, esportes competitivos e retórica. Grécia antiga e Roma que o digam. Na Europa, pós renascença, era comum filhos de elite serem forçados a seguir a profissão do pai ou parente, e começavam como aprendizes em idades assustadoramente novas para os padrões atuais – sim, não só os filhos dos proletários começavam a trabalhar cedo. Todos. O autor esqueceu ou fingiu que essas coisas são normais por séculos; e

5) Muito vago nas recomendações e como fazer melhoras.

Chega. O livro é ruim. Já pontuei muitos pontos no histórico de leitura.

As três coisas que são úteis:

I) Muitas referências interessantes da realidade norte-americana (o autor escolheu ser parcial de propósito – e não foi pouco);
II) Importante saber opiniões diferentes das suas. Não tenho problema com isso. Só achei o acadêmico um pouco desonesto na forma como selecionou as informações. É um livro claramente político, e cá pra nós, bem fraquinho;
III) Sim, concordo que os EUA poderiam melhorar seus benefícios sociais. Políticas bem desenhadas podem aumentar o bem estar dos menos favorecidos (e de todos de forma indireta), sem valorizar a meritocracia e hard work (que são dois pilares daquela sociedade – não do nosso país, vale lembrar).

Obs: um livro interessantíssimo que comecei a ler das referências disponíveis neste livro foi ‘The Price of Privilege’, de Madeline Levine. Acho que não está disponível em português. Vai mais fundo na realidade dos EUA.
comentários(0)comente



andrealog 26/07/2021

Eu esperava mais
Sandel é sempre instigante, nos cutuca sempre em questões fundamentais. Sinto falta de alguns aprofundamentos, falta nos capítulos finais de um lastro filosófico como de Hannah Arendt, que já havia traçado de modo mais profundo as questões sobre o populismo, enquanto o autor acha que o Trumpismo foi um soluço que já acabou
comentários(0)comente



alex santos 06/07/2021

Conhecer a tirania
A meritocracia, ao pregar a premiação dos vencedores, trata todos como merecedores: uns merecem o sucesso e a riqueza; os demais, que "não se esforçaram o suficiente", merecem ficar lá embaixo mesmo. O mesmo processo que valoriza o diploma superior despreza quem não conseguiu estudar.
É o cenário propício para o surgimento do ressentimento e da raiva contra quem estuda, contra o conhecimento, e incubadora para o populismo de direita criar o ódio contra quem se destaca.
Este livro devia ser leitura obrigatória para gestores públiques e educadores.
comentários(0)comente



Ana 28/06/2021

Indispensável!!!
" As democracias liberais estão em risco. E, de acordo com o filósofo Michael J. Sandel, o princípio do mérito, um de seus pilares básicos, é o responsável por esse cenário. Vivemos em uma constante competição, que separa o mundo entre "ganhadores" e "perdedores", esconde privilégios e vantagens e justifica o status quo por meio de ideias como "quem se esforça tudo pode" e "se você pode sonhar, você pode fazer". O resultado concreto é um mundo que reforça a desigualdade social e, ao mesmo tempo, culpabiliza as pessoas, o que gera uma onda coletiva de raiva, frustração, populismo, polarização e descrença em relação ao governo e aos demais cidadãos."
comentários(0)comente



Paulo Henrique 21/06/2021

Meritocracia como uma Aristocracia Moderna.
A meritocracia é o sistema mais comentado dentro de qualquer empresa e até mesmo em um país como o Brasil, onde muitos pedem um sistema público que recompense os melhores e não os apadrinhados. Pelo menos é assim que muita gente pensa e é nesse ponto que o autor Sandel entra em seu livro.
Em resumo o título traz a palavra “tirania” porque os “melhores” na verdade são sempre os mesmos, e isso gera mágoa nos “derrotados”. No passado tínhamos a aristocracia que nada mais era do que passar o bastão para os filhos. Com o avanço do mundo passou-se a valorizar “o melhor”, aqui entre aspas porque o melhor é também visto como o mais “inteligente”. No entanto os mais abastados financeiramente permitem que seus filhos sejam melhor treinados e educados e assim fiquem com as melhores vagas, salários, etc. Portanto a meritocracia não diminuiu a desigualdade, pelo contrário a concentrou mais ainda. Em países como Estados Unidos esse sistema impera mais fortemente, porém o livro mostra com dados que ascender de baixo para cima lá é mais difícil do que em um país Europeu. Um lado cruel da meritocracia é a de criar os derrotados como sendo incapazes e incompetentes, quando não sem inteligência. Portanto tem-se aqui uma mágoa instalada e que permitiu nos últimos anos que uma elite autoritária utilize um discurso de que com eles as coisas seriam diferente, a meritocracia não seria a única maneira de ascender socialmente.
O Brasil não é citado, mas seria uma disrupção na teoria, em minha opinião, pois permitiu por exemplo que um cidadão de baixa renda chegasse ao topo mais alto de comando do país (apesar de que quando chegou não fosse mais de baixa renda), o que é mais do que os Estados Unidos fizeram com Obama, que apesar de negro não era pobre e também era formado em uma das três principais universidades americanas. No caso brasileiro além de vir de família pobre não tinha formação superior. Nossa sociedade assim como a americana, leva as elites a condenarem de princípio um “despreparado” para comandar, afinal em um mundo complexo pessoas sem estudo não teriam preparo para dirigir, para tomar decisões. Não entendo que o autor tenta fazer uma revolução de esquerda, ao contrário ele critica muito a esquerda por não ter detectado essa mágoa na sociedade que levou a Trumps e Bolsonaros, mas ele tenta achar um meio termo de que a mistura de pessoas estudadas com pessoas que aprendem com a vida seja uma maneira de reduzir as mágoas, tanto que ele cita que o melhor presidente americano era formado em uma grande faculdade, mas sua equipe de governo tinha vários não graduados.
O autor demonstra com dados de que a meritocracia vem gerando muita desigualdade e mágoas e de que é necessário achar uma solução. Por outro lado ele traz questionamentos interessantes, como a de que a natureza é meritocrática, ao dar talentos natos a algumas pessoas, e que isso é valorizado. Exemplo podemos citar um Cristiano Ronaldo que treina muito, assim como muitos outros jogadores, mas pouquíssimos chegarão ao talento dele apesar de se dedicarem da mesma maneira ou até mais que o próprio Ronaldo. Portanto nessa discussão de meritocracia a sorte não deve ser descartada e portanto o sistema de correção deveria ser implementado para trazer os “menos” sortudos para o jogo também. Aqui obviamente estamos falando de cotas, mesmo que estas gerem outro problema a de que os mais esforçados percam seus direitos, porém os mais “esforçados” nem sempre são realmente os mais esforçados, mas sim sortudos por terem nascido em condições melhores - aqui temos obviamente uma polêmica. Quem não compactua com essa ideia pode imaginar como vemos muitas vezes aquele jovem nascido em família rica, que se esforça para ser o melhor e manter o status herdado – um filhinho de papai, mas quando conhece alguém que ganhou na loteria diz apenas que a pessoa é sortuda, sendo que na verdade nos dois casos a sorte esteve presente.
Portanto, o livro permite discutir muito sobre esse assunto, suas polêmicas e está repleto de pensadores e dados para que possamos tirar nossas próprias conclusões ou até mesmo não tirar nenhuma, mas sim abrir uma ampla discussão. Sobre a solução ele traz algumas, que confesso não me convenceram como um todo, mas me fizeram pensar muito sobre ser somente a meritocracia a gerir um sistema de recompensa, até porque o melhor nem sempre é quem traz resultado, principalmente em um país onde o compadrio e “amizades” podem ser atalhos muito eficientes.
Claudio 21/06/2021minha estante
Muito interessante sua colocação. O tema é complexo e não tem resposta fácil. O desafio é oportunizar condições para que todos possam expressar seu potencial. Mas entendo que atualmente nem sempre isto é possível, inclusive por algumas das razões que você levantou.




Rbraga 14/06/2021

??????????????????????????????????????????????????
comentários(0)comente



82 encontrados | exibindo 46 a 61
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR