DIRCE 08/07/2012
Corpo e alma
Quando adolescente, assisti ao filme Dr. Jivago(até hoje, não li o livro), e esse filme me marcou muito intensamente. Não daria para ser diferente – um filme maravilhoso: lindas músicas (enfatizando, claro, Tema de Lara) paisagens exuberantes, o apaixonante romance vivenciado pela linda Lara e o lindo Omar Sarif – nãooooooooo - o lindo Yuri (já nem me lembrava mais o nome da personagem do Omar Sharif, tive que pesquisar). Bem o que eu quero dizer, é que esse filme despertou em mim uma paixão por filmes e livros que trazem como cenário a Rússia. Minha paixão era tamanha que, quando eu estava grávida da minha filha, pensei no nome Karina ( por causa de "Anna Karenina" , livro que eu li anos depois de ter assistido ao filme Dr. Jivago)- na hora de registrar minha filhota, optei por outro nome.
A Rússia me fascinava, e ,ao ler "O Palácio de Inverno" , deduzi que ela continua me fascinando até os dias de hoje.
Confesso que , quando assisti "Dr. Jivago" e li "Anna Karenina", pouco ou nada sabia sobre os aspectos históricos da Rússia , hoje, com certeza, sei pouco, mas o bastante para afirmar que "O Palácio de Inverno" é um livro onde há um casamento, hã, hã... há muito mais que um casamento: há um junção entre o corpo e a alma, onde ( no meu entendimento) o corpo é a ficção, e a alma é parte histórica da Rússia Czarista - mais precisamente no período em que Nicolau II foi o imperador.
Sobre os desígnios e mitos que envolve a última Dinastia Romanov, John Boyne cria, com genialidade, um romance recheado de mistério, de beleza, de luxo, de dores – dor da perda, dor do trauma, dor do medo.
Um romance que acompanha, de modo não linear, a vida de Geórgui ( o narrador) desde menino, quando ainda vivia com sua família ( na pobreza) em Cáchin, até que um involuntário ato de bravura o leva ao Palácio de Inverno, em São Petersburgo, ocasião em conhece Anastácia por quem ele passa a nutrir um amor tenaz que perdura até a sua velhice.
Sem dúvida, quando John Boyne escreveu " O Palácio de Inverno", quis presentear seus leitores ( apaixonados ou não pela Rússia) com um romance digno de 5 estrelas.