Na casa dos sonhos

Na casa dos sonhos Carmen Maria Machado
Carmen Maria Machado




Resenhas - Na casa dos sonhos


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Vitoria 25/03/2023

"É parecido com o que aconteceu com as pessoas que, depois de assistirem a Procurando Nemo, compraram peixes palhaço sem saber cuidar deles, e os peixes morreram. As vezes as pessoas amam uma ideia, mesmo que não saibam o que fazer com ela. Mesmo que só saibam fazer a pior coisa possível."
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Luisa 06/04/2023

Deixei passar um bom tempo da leitura pra resenha, então vão ficar as memórias que tenho do que queria escrever assim que terminei :)

em a casa dos sonhos, carmen maria machado expõe seu relacionamento abusivo com mulher que inicialmente parecia, de fato, um sonho. ?ela não é a primeira mulher por quem você se apaixona, nem a primeira mulher que você beija, nem mesmo a primeira mulher com quem você transa. mas é a primeira mulher que deseja você desse jeito - com um quê de obsessão.?

carmen conta essa história de uma maneira muito única. os capítulos não seguem uma ordem cronológica, nem mesmo seguem a mesma estrutura: ?casa dos sonhos como um, casa dos sonhos como aula sobre o subjuntivo, casa dos sonhos como thriller de espionagem.?

ao longo do texto, ao narrar eventos felizes, tristes ou mesmo assustadores de seu relacionamento, por diversas vezes carmen destaca nas notas de rodapé o ?Motif-Index of Folk-Literature?, um catálogo de seis volumes dos mais variados elementos (se é que posso chamar assim) literários que se repetem em narrativas.

logo no prólogo, carmen deixa claro o quanto foi difícil identificar os absurdos desse relacionamento e os abusos da namorada, mesmo depois do fim, por falta de referências, pelo apagamento histórico de vivências queer. nas palavras dela, ?buracos que impedem que alguém encontre um contexto para si.?

fiquei me perguntando se o uso do motif-index poderia ser uma forma que ela encontrou de elaborar o abuso vivido, como uma referência alternativa entre várias outras que ela cita, em filmes, livros, etc. que a ajudaram a perceber o que aconteceu já que havia a dificuldade da pouca referência de abuso em relacionamentos queer (na literatura, no cinema, em estudos, enfim).

pra não prolongar ainda mais essa resenha, eis meu resumo: a casa dos sonhos é um livro brutal, muitíssimo bem escrito e merece ser amplamente lido. fiquei realmente encantada com a escrita da carmen e tenho certeza que esse livro vai ficar na minha cabeça por um bom tempo.
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Marina 09/04/2023

Na Casa dos Sonhos traz um forte relato de uma relação abusiva entre pessoas do mesmo sexo. Assunto pouco explorado e, até mesmo, desconsiderado na sociedade. Tendo a própria autora dificuldade em ter referências para identificar aquilo que sofreu.

Em uma leitura fácil e fluida, acompanhamos o relacionamento do começo ao fim, em todas as suas nuances. O início promissor e cheio de amor, e o fim confuso e cheio de dor.

Me impressionou a franqueza do relato e o estilo próprio de contar a história com alusões à ficção científica, mitos e à relações hétero, creio que numa tentativa de identificação do ocorrido.

Super recomendo a leitura.
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Bru 09/04/2023

"Não importa o quanto você ama alguém, como você sobrevive ao passar dos dias?"
Esse livro é mais do que só um livro, é uma experiência. Ao relatar sua vivência dentro de um relacionamento queer abusivo, a autora viaja entre analogias, metáforas, ficção e realidade, ciência e religião, filmes, músicas, histórias reais e mitos, e tudo mais que se possa pensar, na busca de constituir a imagem de uma casa, uma pessoa, um relacionamento. Não consigo colocar em palavras todos os sentimentos evocados durante a leitura, só digo que a leitura vale muito a pena, muito mesmo!
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cecí 11/05/2023

Na casa dos sonhos
Acho injusto dar nota pra essa leitura porque parece que a gente como leitor valida toda a vivência da carmen... de alguma forma é isso mesmo que acontece.
livro importantíssimo, nao adianta a gente bater a tecla no óbvio se quase nunca somos validadas. fico feliz demais que hoje em dia ela esteja bem e feliz casada com a val!!!
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Julia Ledra 12/05/2023

"Se você fizer silêncio sobre sua dor, eles vão te matar e ainda dizer que você gostou" - Zora Neale Hurston
Eu poderia fazer uma dissertação inteirinha falando sobre esse livro, mas vou ser breve:

Esse é o tipo de livro que te impacta e não sai da tua cabeça.

É o tipo de livro que tu termina de ler e já quer ler de novo de tão lindo que foi.

É o tipo de livro que muda a tua perspectiva do mundo pra sempre, que se torna uma referência pra quando tu vai falar sobre o assunto que ele aborda.

É o tipo de livro que eu vou considerar um dos meus favoritos da vida
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Renan 12/05/2023

Muito doido como a autora narra o abuso em todas as suas formas do início ao fim de forma que você não consegue não se colocar no lugar dela. Livro maravilhoso e também doloroso.
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Marcela Fregonesi 15/05/2023

A temática abordada (relacionamento abusivo entre duas mulheres) foi muito bem explorada, por mais que parecesse obvio que isso podia acontecer e que acontece, eu nunca tinha parado pra pensar nisso especificamente. Acho que a autora foi muito corajosa em colocar sua própria experiência e suas inseguranças mais profundas que provavelmente explicam o porquê dela ter se colocado em uma situação dessas.
Gostei muito da maneira que foi escrita, por mais que em alguns momentos eu tenha achado que o material adicional, por mais rico e importante que fosse, atrapalhou um pouco o andamento e deixou certos pontos meio repetitivos.
O único ponto que achei bem chato foi ela ter essa necessidade de especificar qual ?tipo de lésbica? as mulheres eram (butch ou femme) como se só existissem esses dois tipos, além de que parecia ser contraditório com o que ela vinha falando sobre os esteriótipos. Também fiquei confusa sobre o uso da palavra lésbica em certos momentos do livro.
Por fim, fico muito agradecida por ela ter abordado um tema assim e escancarado uma realidade que a gente muitas vezes não enxerga, tendo a responsabilidade de esclarecer as intenções e compartilhar obras que a ajudaram a escrever esse livro no posfácio.
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Zé Guilherme 31/05/2023

Pesadelos cotidianos.
Que livro denso, complexo e poético. A escrita da Carmen Maria Machado te leva por um labirinto íntimo de memórias, resgatando a sensação incômoda de que você não deveria estar descobrindo aquela história.

Um tratado sobre violência doméstica e pesadelos prosaicos, que acabam vindo de lugares de segurança aparente. Daquelas leituras que podem ser descritas como um ?soco na mente? pela coragem. Surpreendente.
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Danilo 01/06/2023

Hoje em dia está “tudo bem”
Próximo do que seria o curso final dessa história a sensação que me pegou foi o alívio por saber o pior já tinha passado, afinal de contas a autora conseguiu finalizar o trabalho que se dispôs a fazer. Não há nenhuma linha de conformismo nesse sentimento, muito pelo contrário, uma vez que junto com alívio vem carregado o pesar de saber que alguém passou por tudo isso. E a palavra tudo aqui é no sentido mais amplo que possa existir.
Pensei um pouco se deveria escrever sobre os sentimentos que me foram despertos com essa leitura porque sei que de longe tenho a coragem da Carmen, mas me arrefece o coração saber que meu alcance é quase nulo e mais valerá como um registro do que qualquer contribuição ou exposição.
Aos que sempre se perguntaram como poderia alguém se submeter a esse tipo de experiência, “"Casa dos sonhos como dando nomes aos animais”" foi a tipificação de fato mais palpável que já consegui reconhecer como resposta a essa pergunta: “"Atribuir linguagem a uma coisa para qual você não tem linguagem não é tarefa fácil.”". Se perceber dentro de uma situação da qual não se há nem referência, é difícil até de nomear. Por muitas vezes fica apenas no olhar de quem está sofrendo e interpretado por um outro alguém que já sofreu. Ainda que seus próximos o vejam definhar, não se tem conhecimento de como é possível lançar uma ajuda efetiva sem que se aparente provocar ainda mais sofrimento. É como pedir ajuda em uma sala superlotada de conhecidos, mas uma sala completamente escura: ninguém sabe de fato o que fazer.
No decorrer em que os episódios vão delimitando uma formatação e você consegue nomear a situação, sua mente já se encontra tão afundada no que sempre lhe pareceu normal, que qualquer movimentação diferente de sua parte, qualquer deformação daquele espaço lhe parece extremamente perigoso e sua mente não sabe como reagir. Seu sistema de fuga ou luta é disparado e a qualquer momento você pode sucumbir, literalmente. “"Quando você entra no seu quarto, o celular está lá parado, conectado ao carregador. Imóvel e pérfido. Quando você pega o aparelho, há chamadas perdidas e mensagens de texto. Você liga de volta para ela, TREMENDO, COM OS MÚSCULOS DO PEITO SE CONTORCENDO DE ANSIEDADE".” (Casa dos sonhos como thriller de ficção científica).
Uma solução fácil e rápida para esse tipo de caso é o término, claro. "Casa dos sonhos como homem vs. homem" me pareceu muito uma alusão sobre o estado reacionário à perda do relacionamento. “’"'Greta’', você disse, ‘'vai! Se liberta! Corre!’' Ela só olhou para você com uma expressão muito triste, muito pesarosa. Ela poderia ter fugido. A porta estava aberta. Mas era como se ela nem soubesse o que fazer.”". Nesse ponto, o sistema de fuga ou luta é tão constantemente mantido que sua ausência resulta numa inércia total.
Viver esse tipo de experiência não é um procedimento fácil com princípio, meio e fim bem delimitados. É de um desenvolvimento lento e contínuo, cercado de comportamentos e falas clichês, mascarado de sentimentalismo. Poderia citar diversas outras passagens, até porque não foi difícil a identificação com Carmen nessas páginas, mas uma em particular me acompanhou do momento em que a li, até seus agradecimentos. Em “"Casa dos sonhos como libreto"” a autora me resumiu todo o seu trabalho nas linhas finais desse capítulo: “"Aí ele a esfaqueia e ela morre. Confessando seu crime à multidão que se aglomera, ele se joga sobre o cadáver de Carmen e grita: 'Ah, Carmen! Carmen, minha adorada!', como se não tivesse acabado de matá-la com as próprias mãos.".” Não há nada que justifique o abuso.
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