Gica Brombini 24/11/2023
"Às vezes é justo comemorar apenas o fato de estar vivo, porque isso é uma conquista."
Diário de uma ansiosa ou: como parei de me sabotar; como entendi que amor próprio não é sobre gostar de si mesma 100% em 24h por dia e 7 dias por semana; como lidar com vida adulta por ser um desafio; e por aí vai...
Como uma pessoa ansiosa, este foi um livro que mexeu muito comigo. Este livro está de fato mais para um diário pessoal da autora, juantmente com relatos e reflexões sobre o que é ter depresssão e como é viver com os sentimentos que ela nos provaca.
Fui diagnosticada (depressão e ansiedade) com 11 anos de idade, então, em minha experiência pessoal, pude chegar a vida adulta (hoje tenho 20 anos) com uma longa trajetória na terapia que me pertiu conhecer a mim mesma e saber lidar com sentimentos. Felizmente, por ter tido acesso a ajuda profissional, acompanhada por uma psicóloga maravilhosa, um psiquiatra incrível e uma mãe amorosa, lidar com o ensino fundamenta/médio, entrada na faculdade, consumo de remédios por longos 9 anos foi mais fácil do que poderia ter sido para outras pessoas que não tiveram este tipo de suporto (e eu sinto muito se este foi seu caso).
Este é um livro que conta um pouco sobre a trajetória da Beth Evans em descobrir o que sentia, buscar ajudar e percorrer um longo caminho de autodescoberta e aceitação. Eu gostei muito como, apesar do tema pesado, a autora usa de certas irônias e torna momentos trágicos em cômicos, porém ainda tratando com muito respeito sua caminhada e suas emoções. Acredito que, mesmo que alguém não tenha a vivência de ter algum tipo de questão psicológica clínica, ler este livro poderá te ajudar a tantar compreender como é estar na pele de uma pessoa assim. Este "diário" é um passo de empatia, da autora com ela mesma, também do leitor com ele mesmo, ou com alguém próximo.
Este não é um livro de autoajuda, mas sim uma não-ficção na qual Beth Evans vai abrir seu coração e derramar sua mente confusa na esperança de deixar claro que você não é a única pessoa do mundo a se sentir sozinha ou perdida, e que está tudo bem.