spoiler visualizarLucy 24/11/2023
Quando Te Vejo tem uma das tramas mais longas e vazias que já li. Não gosto de ficção feminina e se soubesse que era o caso desta obra não leria. A premissa é curiosa: Joel tem sonhos com o futuro e conhece Callie. Ambos se apaixonam, mas ele teme o tipo de sonho que pode ter sobre ela. Apesar de muito promissor, a ideia dos sonhos é muito mal explorada. Joel, salvo os sonhos, é um monte de nada. Callie não é muito melhor, fora o fato de amar a natureza ? que parece ser seu único traço de personalidade.
Foram quase 400 páginas de nada além do cotidiano comum dos dois. Casais simples e sem graça existem, mas ninguém quer ler sobre eles. Não há algo que empolgue e nenhum conflito ocorre. A autora descreve em demasia, de roupas até características que deveriam ser notáveis no decorrer da leitura, como a tal "personalidade calorosa" de Joel. Fato nunca comprovado durante todo o livro. As tais "faíscas" entre os dois também nunca é mostrada, apenas citada. Então foi impossível, para mim, comprar o amor entre um casal tão monótono quanto eles.
Da metade do livro para frente, temos o enredo mais estúpido: Joel sonha com a morte de Callie daqui a 8 anos. Ao invés de usufruir do tempo que lhes resta (afinal, todos morrem), Joel termina tudo com a desculpa de que ela vai viver melhor sem ele. Obviamente, viver nem que seja um minuto ao lado dele é um desperdício de vida. Porém, Joel nunca lhe deu uma chance. Ele decidiu por ela. E ela, completamente apaixonada, diga-se de passagem, aceitou facilmente. Ambos passam 8 anos remoendo a saudade, e achei uma falta de respeito com Finn, que pareceu incrível, Callie viver anos sempre lembrando constantemente de seu ex. Separou, superem! Foram anos, não meses. E por que ter filhos sabendo que sua vida será curta?
O final foi simplesmente anticlimático. Tão vazio quanto o resto. Tolo e abrupto. A questão da capa, sobre ser capaz de amar mesmo sabendo do fim, nos é respondida na metade. Não, Joel não é capaz e vai viver uma vida vazia igual ao pai. Então, não vejo muito propósito em ler essa história. Assim como não vi propósito em descrever tanto Grace, já morta, que ninguém conheceu ou se importa.