carbononh 26/01/2023
Pouco mel e muito enjoo
Demorei mais do que eu esperava (e devia) para terminar esse livro, mas a vida às vezes é muito mais complicada do que gostaríamos e precisamos saber redirecionar melhor nossa atenção, e talvez seja esse um dos tramas principais do livro (?).
Pra mim, a história/enredo do livro começa muito forte, amei logo de cara; as diversas referências ao mundo atual e o percurso para onde a sociedade estava indo (ou não indo) eram minimamente curiosos e interessantes, sem falar do passado, mais uma vez, sendo coadjuvante na história e dando certas profundidade e dimensão para a protagonista.
"A extinção das abelhas" nos conta, do ponto de vista de Regina, o colapso do mundo que o conhecemos, no sentido social, político, econômico, ambiental, etc, etc, etc. Retrata a extinção das abelhas, e, de certa forma, a extinção da humanidade, se aqui usarmos a palavra "humanidade" de forma mais abstrata e não como sinônimo para um coletivo que precisa urgentemente ser reestruturado. Até aí tudo bem, eu tava gostando.
Mas o livro se perde, meio que porque a autora introduz um milhão de informações, fatos, histórias e enredos avulsos que se relacionam ou não com a história principal e acaba gerando um trelele muito doido. A história era uma coisa, depois vira outra, depois vira outra. Não sei se era intencional ou não, mas fiquei meio "perdido". Às vezes parecia que ela misturava notícia jornalística com carta e estrutura do conto, não necessariamente junto, para dar algum tipo de impacto ou ênfase nos problemas sociais, que são realmente importantes, mas... para mim, não funcionou da forma como foi construída.
Meu sentimento em relação ao livro é essa: começou muito bem, tinha tudo para dar certo, mas a autora errou na mão (escreveu bem, mas não soube filtrar ou controlar) e não veio aí. 3,5/5