O mapeador de ausências

O mapeador de ausências Mia Couto




Resenhas - O mapeador de ausências


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Gislaine 15/10/2023

Necessita material extra
Ou estou de ressaca literária ou realmente tive dificuldade de compreender a história.
A escrita é linda e poética, no entanto as idas e vindas de narrativa e diferentes narradores me deixaram um pouco tonta.
Acredito que ainda vou precisar de muito material para conseguir absorver tudo o que li.
Mas foi divertido!
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Cantareli 13/10/2023

Biografia ou ficção?
Esse foi meu primeiro livro de Mia Couto, apesar de já ter lido algumas resenhas de outros livros desse autor durante a faculdade. Além da história sensacional, fiquei encantada com sua escrita, o modo como intercala os narradores, de modo que não sabemos mais se quem conta a história é Diogo Santiago ou se ele somente é um pretexto para que a história se conte por si só. Até na última passagem do livro há uma alusão a essa técnica literária dizendo que ele era o ?guardião da história?, como se fosse um artifício para que a história pudesse ser revelada ao mundo. Mia Couto foi brilhante em nos intrigar sobre os limites do que é real e o que foi inventado.
Para além da técnica, o roteiro é desenvolvido sobre alguns mistérios: a vida do pai de Diogo, Adriano Santiago, poeta e figura importante no desenrolar dos acontecimentos; o desaparecimento de seu primo/irmão Sandro; e a morte da mãe de Liana Campos, Ermelinda.
Tudo isso com os acontecimentos que circundam a queda do regime colonial em Moçambique.
Uma história empolgante e bem construída do início ao fim. Quero revisitá-la algum dia para me deter mais na poesia que transparece em suas páginas, as páginas de Adriano Santiago e também nas de Diogo? ou Mia Couto?
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luísa 28/09/2023

Mia Couto veleja junto comigo entre tantas entrelinhas de passados embaraçados. O mapeador de ausências conta a história dos caminhos que seguimos por causa de quem faz parte do nosso eu. Tudo que tem antes. Tudo que ainda ressoa o presente.
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Stella F.. 20/09/2023

Uma trama com muita poesia!
O Mapeador de Ausências
Mia Couto - 2021 / 288 páginas - Companhia das Letras

“Esta é a história de um jornalista e poeta português, um homem ingénuo a quem entregam provas de um massacre cometido pelas tropas portuguesas em Moçambique no ano de 1973. Esse homem bom e ingénuo era o meu pai. Nessa altura, a guerra de libertação nacional tinha chegado às portas da nossa cidade, a Beira. A loucura foi a resposta em alguns dos bairros brancos. Aprendi, então, que a doença, é, por vezes, o único remédio. Para alguns, era preciso esquecer o que se passava para que houvesse futuro. Para outros, o que se passava era já o futuro.” (Nota do autor, pg. 7)

Diogo Santiago chega a sua cidade natal Beira (Moçambique) para uma homenagem. Ele é poeta, assim como seu pai Adriano Santiago. Ele não gosta de homenagens e sai para um lugar recuado e lá encontra Liana Campos, que se apresenta como neta de um antigo conhecido do pai de Diogo. Saem para conversar e descobre que ela possui documentos da polícia de repressão, o PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado), mais tarde denominada DGS (Direção Geral de Segurança), época de rebelião a favor da emancipação de Moçambique, que podem esclarecer a morte do pai e do primo Sandro.

“Estou de visita à Beira, a minha cidade natal; venho a convite de uma universidade. Desde que aqui cheguei, visitei escolas, reuni com professores e alunos, falei com eles sobre o assunto que mais me interessa: a poesia. Sou professor de literatura, o meu universo é pequeno, mas infinito. A poesia não é um género literário, é um idioma anterior a todas as palavras. Foi isso que repeti em cada um dos debates.
Nesses dias, caminhei pelos lugares da minha infância como quem passeia num pântano: pisando o chão com as pontas dos pés. Um passo em falso e corria o risco de me afundar em escuros abismos. Eis a minha doença: não me restam lembranças, tenho apenas sonhos. Sou um inventor de esquecimentos.” (pg. 12)

Os capítulos são intercalados. Em alguns capítulos Diogo retorna a lugares e revê pessoas relacionadas ao seu passado, sua infância e adolescência, pessoas que talvez possam esclarecer um pouco os acontecimentos da época, acontecimentos que Diogo anotava em um diário, mas que são confusos para ele, por ainda não ter entendimento suficiente. Ele entra em contato além de Liana, com Camila (antiga namoradinha) e Rosinha (uma vizinha fofoqueira). Em outros capítulos vamos conhecer os documentos digitalizados por Liana e cedidos a Diogo para análise. E são como uma trama que ele tem que tecer e ligar os pontos, uma trama muito bem construída e feita com esmero pelo autor, com muita poesia, e com uma beleza, apesar do sofrimento que vemos nos relatos, sobre a repressão, sobre as humilhações que os negros sofreram, a clássica divisão entre brancos e negros, repressão contra mulheres, assuntos já tão conhecidos, mas aqui como um suspense que você pensa que está entendendo, mas não, tem mais um fio fora da trama, que aos pouquinhos vamos trançando melhor.

Como Diogo está se relacionando diretamente com Liana, o autor vai nos esclarecer melhor sua vida. Conhecemos a história de sua mãe, Almalinda, seu sumiço e a busca da filha por informações sobre o porquê ela ter sido criada pelo avô. O que se conhece a princípio da história dessa mãe é que ela quase morreu, mas foi resgatada do rio, e seu namorado, um negro, morreu afogado e eles estavam atados por uma corrente. A filha descobre agora, 40 anos depois, que a mãe foi resgatada por um barqueiro, e que foi levada a um vilarejo pelo próprio pai com a ordem de enviá-la a Portugal. Diogo e Liana ficam sabendo de Soraya, uma prostituta que tem um salão de beleza. Ela então vai esmiuçar a história da mãe de Liana para os dois, e eles ficam sabendo que ela foi dada pelo pai por ser negra, e ter namorado um negro, colocada em um orfanato desde que a mãe morreu, e após o incidente do rio (quase morte) ela foi escondida, e depois levada para Lisboa. Lá voltou ao orfanato e foi feita e prostituta e quando conseguiu voltar para Moçambique logo depois morreu. Era considerada uma rainha das águas.

Diogo possui lembranças de suas idas com o pai e o empregado negro, Benedito em sua ajuda aos rebelados em Inhaminga, quando era criança. Lá existe um convento de padres que ajudam os refugiados e outros são informantes, trabalham para o governo. O pai acabou se envolvendo, querendo ajudar os amigos que acreditavam na revolução, e quando vê não tem mais volta. Ele gostava de livros, era professor, e acabou envolvido e preso. Tem sua casa invadida à procura de documentos suspeitos. No presente, Benedito terminou os estudos, já é um senhor e é uma personalidade importante na cidade. Diogo, que acreditava que eram amigos, mas Benedito não vê assim. Ele era o patrão, mesmo sendo criança, e ele o empregado negro que obedecia aos patrões. Diogo então fala a seguinte frase, linda: "Sou um poeta revolucionário que perdeu a fé na poesia e na revolução. Proclamo que quero o mundo às avessas e aqui estou eu, um patrão branco quase em prantos junto a um empregado negro que o quer consolar e não se sente autorizado. Abraça-me Benedito. Preciso do seu abraço. (pg. 176)"

Ao analisar os documentos, Diogo consegue saber que Sandro desapareceu, mas não se tem notícias do que aconteceu a ele, sabe-se apenas que fugiu para não ter que matar pessoas. Sandro era malvisto pelos colegas do exército, por ser afeminado. Em retrospectiva, tomamos conhecimento de que Adriano Santiago foi em busca do sobrinho/filho porque sua esposa o adorava, até mais do que ao próprio filho, e exigiu uma posição do marido. Ele descobre que Sandro está vivo, e ao mesmo tempo este cobra uma posição dele, uma postura decente em relação a ele. filho disfarçado de sobrinho. Então descobrimos a relação de Adriano com a mãe de Sandro e sua adoção pela família.

Amei! Que livro bem costurado. Quando pensamos que já sabemos de tudo, vem mais uma camada. Personagens cativantes e humanos com muita poesia e histórias bem construídas. Guerra civil, independência de Moçambique. Cidade da Beira e Inhaminga. Personagens brancos e pretos, um claro preconceito e uma tentativa de alguns personagens em não aceitar isso. Dois poetas, filhas maltratadas pelos pais, amor vencendo as raças, mistério, órgãos repressores, mortes, assassinatos e arrependimentos, papéis da guerra e agentes duplos. Diogo Santiago, Adriano Santiago, Verônica, Dona Laura, Camila, Liana Santiago, Capitine, Maniara, Almalinda, Rosinha, Oscar Campos. Formam uma teia, onde todos estão envolvidos de alguma maneira nos acontecimentos. A escrita e a poesia de Mia Couto são um assombro! Trechos lindos e um pouco de lendas e misticismo inerente às obras dele. Recomendo!

“A casa é uma espera, regressa apenas quem nunca dela saiu.” (Adriano Santiago, personagem, pg. 183)
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Vanessa453 27/08/2023

Eu simplesmente adorei esse livro de Mia Couto, um romance que perpassa o período colonial e o pós independência de Moçambique. Mia descreve o romance dedicando uma homenagem à cidade de sua infância destruída, recompondo memórias, preenchendo o vazio, nos traz a complexidade de sentimentos vividos por pessoas que atravessam guerras internas e externas e ?O Mapeador de Ausências? aponta como o passado pode idealizar o presente, alterando nossa percepção de futuro. Um enredo envolvente com personagens fascinantes.
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KelenDZ 19/08/2023

Gostei da história, da busca de Diogo e Liana pelo passado deles, e também de uma ideia de como foi a libertação de Moçambique do colonialismo Português.
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Léo 11/08/2023

Lento, um livro pra ser digerido aos poucos...um bom vinho seco que te faz querer acabar com a garrafa em uma semana ou um mês.
A guerra crua, a perseguição crua, o racismo cru, o amor pelo sexo, cru.
Nesse livro, escrito da minha forma favorita, com diferentes narradores e em diferentes tempos, o grande poeta vai visitar a cidade Natal. Ele não tem um motivo real para estar lá até receber documentos da sua época de infância...toda guerrilha pela independência moçambicana voltando nua numa época em que a cabeça desse poeta não está em seu melhor estado.
E da mesma forma (e isso é foda) o livro também não está, ele acompanha o estado emocional do poeta que como onda passa por altos e baixos.
Uma leitura sensacional, poética e ótima para retornar num dia de férias...
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Silmara Loureiro 08/08/2023

Um dos livros mais marcados de 2023
Um livro que marquei horrores. Esse livro não é sobre o passado é sobre o que fazemos com a dor/ausencia do nosso passado, da nossa história. Um livro poético e que me trouxe muitas reflexões.
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Caio_Rafael 08/08/2023

Mais uma excelente leitura de Mia Couto
O autor do maravilhoso Terra Sonâmbula retorna para nos presentear com o incrível "O Mapeador de Ausências".
Novamente com uma escrita excelente que só Mia Couto consegue, esse livro nos leva para Moçambique, onde a história se alterna entre os dias atuais (2019) e a Moçambique pré independência.
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Hannah Monise 28/07/2023

História de Moçambique e Poesia
Estou simplesmente apaixonada por esse livro! Essa foi a minha primeira experiência com Mia Couto e amei tudo. Que escrita maravilhosa e poética! Que história!!!

Diogo decide voltar à sua cidade natal em Moçambique depois de muitos anos. E então vamos o acompanhando em Beira, e na sua revisitação ao passado pessoal e também histórico do País. Com uma narração linda, a gente conhece mais de Moçambique, da ditadura que lá tiveram, do fundo político, e tudo muito bem desenvolvido.

Tive medo de ser uma leitura difícil, mas muito pelo contrário! Me envolvi rapidamente. Amei também sobre o passado do pai de Diogo, o relato de Mainara, quando os acontecimentos do passado de Diogo e Liana começaram a se encaixar, todo o realismo mágico que também temos presente. Amei muito o final!

Esse é um livro que recomendo demais e que traz ensinamentos históricos maravilhosos. Vale muito a pena!
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Wanessa_Gabriela 16/07/2023

Estórias vindas de histórias
É um relato muito interessante, mas que pra mim, foi bem prejudicado por causa do português moçambicano. Muitos arcaísmos pra nós, brasileiros. Acaba q deixou a leitura arrastada e até certo ponto chata.
O regime português em Moçambique deixou pegadas dolorosas, sangrentas e de cicatrização difícil. A presença de espírito de Liana e sua determinação deixaram esse livro com vontade de ser lido (apesar das minhas dificuldades particulares q citei), e só por ela que terminei a leitura! A verdadeira mapeadora de ausências!
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Daniela742 03/07/2023

Escrevendo esquecimentos
Em o Mapeador de ausências conhecemos Diogo Santiago, um intelectual que após muitos anos afastado de sua cidade natal, Beira em Moçambique, é convidado a regressar. Contudo, o retorno às suas raízes, faz Diogo refletir sobre seu passado; as memórias, ausências e relações sociais.

É por meio da busca de Diogo em preencher o vazio das histórias que não lhe foram contadas, que Mia Couto nos apresenta um fragmento da história moçambicana. O autor se detém, principalmente, no período próximo ao da independência do país, quando Moçambique ainda era colônia de Portugal.

Assim, ao mesmo tempo que Diogo revisita um passado complexo, também se (re)encontra com personagens centrais na sua vida, peças fundamentais para o resgate de tudo que viveu.

Além dessa jornada imersiva no passado, o livro aborda uma importante diversidade de assuntos, como discussões sobre sexualidade, raça, racismo e colonização. Tudo isso construído por meio da prosa poética e sensível de Mia Couto.
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Biblioteca Álvaro Guerra 27/06/2023

Neste romance de grande fôlego, Mia Couto se inspira na figura de seu pai e nas memórias da própria juventude para criar uma história que se desloca entre a Moçambique pré-independência e os dias atuais.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9786559213351
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Carolina2600 21/06/2023

Livro muito bonito, com uma Escrita fluida. conta histórias tristes e chocantes de racismos.
Nos mostra um lado da guerra super triste.
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sbllmrn 21/06/2023

Esse livro tava chatão mas na hora que eu cheguei no epílogo minha vontade era me jogar na frente de um caminhão para nunca mais lembrar que um dia li ele porque morto não tem memoria
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