Drica 31/01/2022Comovente história de amor à vidaCada pessoa tem o seu jeito de contar a história de suas dores. Algumas, vão contar carregados de rancor e com ódio das pessoas que lhe fizeram mal. Eu não posso dizer que esse sentimento não seja justificado, ou no mínimo, esperado. Não se trata de esquecer de fazer justiça em relação àqueles que promovem o horror, de alguma forma, a justiça existe para que essas pessoas sejam punidas pelo mal que fizeram, se não fosse assim, seria absurdo.
Mas, poder ler a história de alguém que sofreu o que o Eddie sofreu e que conseguiu se libertar do sentimento de ódio nos indica um bom caminho para os males do mundo.
Realmente, se soubéssemos nos desapegar dos rancores, não haveria motivos para vinganças infinitas, nem para a promoção das grandes e das pequenas guerras.
A história de Eddie fala muito mais de liberdade de consciência do que de prisão e morte. Ele mostra a importância de se capacitar para não ser um inútil, pendurado na dependência de alguém, seja da família ou de algum favor prestado por terceiros (e não estou aqui falando mal de quem ajuda quando é preciso, mas demonstra que a maior parte do povo judeu arregaçou as mangas e foi ganhar seu pão de cada dia quando pôde, dando exemplo a quem gosta de mendigar). O valor do estudo, tão bem ensinado pelo pai de Eddie, que foi o que o libertou de muitas armadilhas e fez dele uma pessoa útil até mesmo para seus inimigos, possibilitando a sua sobrevivência em meio a todo o inferno que padeceu. E ele sempre que pôde fez a diferença na vida dos que estavam próximos ou que ele amava.
A amizade com o Kurt, demonstra o quanto nossas amizades verdadeiras são importantes para impulsionar a nossa vida e nos fazer seguir em frente, mesmo diante das adversidades.
Eddie mostra sobretudo que muita gente cobra empatia, fala sobre empatia, mas não usa empatia nenhuma. Ou seja, tem gente que fala de empatia para a "sua turma", mas para os outros não passa de um juiz com mão de ferro. Muito comum, não nos dias de hoje, mas nos dias de sempre.
"O ódio é o começo de uma doença, como um câncer. Pode matar seu inimigo, mas destruirá você no processo também." (Epílogo)
O livro me faz refletir sobre a escolha entre o revidar ou não um ataque.
Muitos de nós vive uma vida insana, sempre em busca de vingança, inclusive tomando a dor dos outros, que nem ao menos conhece, a não ser através das mídias para promover cancelamentos. Até onde isso pode nos levar? Até onde isso fará do mundo um local melhor?
A mensagem do livro é clara: "Não culpe ninguém pelos seus infortúnios"
Ser agente de transformação para o bem de todos, independente do partido, da religião, da cor da pele, da opção sexual. Quando a pessoa não concorda com você, que a gente saiba seguir em frente sem guerras, respeitando a liberdade de todos, não apenas de alguns.
Eu amei demais essa leitura. Foi uma das que vai ficar na mente por muito tempo!