Não aguento mais não aguentar mais

Não aguento mais não aguentar mais Anne Helen Petersen
Anne Helen Petersen




Resenhas - Não aguento mais não aguentar mais


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Suellen 06/11/2023

Que livro!!
A autora conseguiu transformar sua experiência em uma jornada de aprendizado sobre o que é o burnout, sua origem e suas possíveis causas no mundo atual. Consegui me identificar com muitas partes que ela aborda, principalmente naquilo de estar sempre fazendo algo produtivo, de não conseguir parar e simplesmente fazer "nada", eu não consigo pausar completamente. O Instagram para mim se tornou um vício - que estou combatendo - por ser uma válvula de escape de várias pressões que tanto o ambiente que estudo quanto minha mente colocam sobre mim, porém até mesmo a rede social me deixa angustiada por estar nela e não estudando como deveria. Decidi reduzir meu tempo nas redes sociais, em busca de talvez, melhorar minha relação com o mundo virtual, que está bem desequilibrada. Isso tudo me levou a um estado de esgotamento doido, mas que foi combatido a tempo de ser um burnout. Por isso li esse livro e não me arrependo, ele fala sobre o tema com maestria.

- Capítulo 01: Nossos pais com burnout
Um histórico de como a pressão do mercado de trabalho afetou os Boomers e de como isso influenciou a dinâmica trabalhistas dos Millennials. A autora dissecou alguns termos que foram cunhados para categorizar os Millenials e trouxe uma explicação histórica para muitos deles, principalmente a alcunha "Eu, tudo para mim" (não há essa frase no livro, é uma síntese) que rotula todos da geração y como egocêntricos.

- Capítulo 02: Miniadultos em crescimento
Uma visão sobre como a economia mudou afetando até mesmo casamentos na geração dos Boomers. Uma frase marcante é da autora sobre como vivenciar o fim do relacionameno dos pais e a mudança na dinâmica financeira da família trouxe insegurança e uma resolução de nunca deixar um relacionamento ditar sua carreira.
Meus pais me ensinaram a não deixar meu futuro de estudos ruir por qualquer pessoa e a nunca depender totalmente de um homem, entendo a autora.

- Capítulo 03: Faculdade a qualquer custo
A escolha da faculdade nessa época era essencial, não fazer uma não era nem uma opção, por conta disso os Millennials precisavam adquirir dívidas exorbitantes para financiar uma faculdade, principalmente se fosse uma de elite. Muitas pessoas após saírem da faculdade e perceberem que não achariam empregos no mesmo nível de estudo adquirido ficaram desiludidos e atolados de dívidas.
Acho interessante frisar que há uma diferença em relação as universidades americanas, pois no Brasil o ensino superior é público e gratuito, enquanto nos EUA para conseguirem estudar precisam acumular dívidas estudantis exorbitantes. Claro falando sobre universidades públicas, pois faculdades privadas podem gerar dívidas tão grandes quanto - pense no curso de medicina em uma particular pelo fies ou financiamento por banco.

- Capítulo 04: Faça o que você ama e ainda vai ter que trabalhar
No mundo atual não há uma separação do que é trabalho e do tempo fora do trabalho, somos tentados a todo momento por aplicativos de produtividade a manter o foco, além de sermos obrigados a utilizar aplicativos monitorados pelos chefes, que pressionam o trabalhador a ser a produtivo em todo momento, mesmo não refletindo em melhoria no trabalho, esses apps persistem tornando o ambiente cada vez mais tóxico.

- Capítulo 05: Como o trabalho ficou tão merda
Flexibilização do trabalho, terceirização, queda dos sindicatos, quebra de contratos... tudo isso engloba uma precarização da relação trabalho-trabalhador. As empresas esperam lucrar o máximo possível então preferem meios que gastem o menos possível com o trabalhador, isso enfraquece a relação trabalhista, e traz mais risco para quem fica na base da pirâmide, pois perdem direitos básicos.

- Capítulo 06: Como o trabalho continua tão merda
O estresse como fator resultante da relação emprego-trabalhador, apresentado como uma bomba relógio que a qualquer momento pode explodir no mais fraco. A contínua falta de leis para regulamentar o trabalho, como o de freelancers, tudo isso falado embasado em dados.

- Capítulo 07: Tecnologia faz tudo funcionar tão bem
O impacto da internet nessa geração e como afeta a produtividade e interfere nos momentos de lazer. Foi um dos capítulos que mais gostei de ler. Fala um pouco do surgimento do facebook e como isso moldou a vida social, e só consigo lembrar de criar uma conta lá em 2012 para poder conversar e descobrir que existiam páginas que regulavam sua popularidade, e sair nessas páginas (da sua cidade ou escola) definiria seu status, eram os "badalados". Lembrei e ri que não mudou muita coisa hoje.

- Capítulo 08: O que é um fim de semana
A criação de um dia para descanso (a gente sabe de onde veio isso rs) e a necessidade de respirar pelo menos um dia na semana. Mas aqui é perceptível de como corrompemos até nossos momentos de descanso transformando em horas possivelmente produzidas, monetizando até nossos hobbies.

- Capítulo 09: Os pais Millennials exaustos
Esse capítulo é polêmico e trata da mudança nos pais com a chegada dos filhos e da jornada dupla da mulher - caberia bem para ser citado na redação do enem desse ano. Sinistro como até na maternidade há pressão, tentando fazer com que a mãe e o pai sintam a necessidade de fazer mil cursos, ler milhares de livros, ouvir conselhos de várias pessoas e tentar cumprir vários itens da lista de pré-requisitos para serem bons pais - no ideal dos outros, não do seus.
Enquanto cresci fui percebendo o quanto meus pais eram bons pais, mas que mesmo tentando fazer tudo certo, erraram em algumas coisas, porque não são perfeitos!!! Mas a maternidade nas redes sociais é tratada como algo perfeito e causam nos pais que não conseguem fazer mil coisas para seus filhos, a sensação de que estão falhando na criação de seus bebês. É triste e um ciclo vicioso.

- Conclusão: que arda
O capítulo em si não me agradou, principalmente o início. Deixar de ter filhos por conta da pressão externa e interna, do medo de perder a estabilidade financeira ou posição social, só mostra o quanto o sistema ganhou. E não é desse jeito que deve ser.


Opinião final: valeu muito a pena ler! recomendo fortemente.
"Os Millennials foram mal falados e desprezados, culpados por terem dificuldade em situações criadas para nos levar ao fracasso. Mas, se tivemos a resistência, a habilidade e os recursos para mergulharmos tão fundo nesse buraco, então também temos a força para lutar. Temos pouco dinheiro e ainda menos estabilidade. Mal conseguimos conter a raiva. Somos uma pilha de brasas fumegando, uma lembrança ruim das melhores versões de nós mesmos. Subestime-nos por sua conta e risco: temos muito, muito pouco a perder."
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Carina143 29/10/2023

"Temos muito, muito pouco a perder"
Que livro, minha gente. A autora traz muitas situações que alguns de nós certamente já pensamos (ou pensamos com frequência) e todo o contexto histórico para ter chegado ao ponto que chegamos. Ela fala do ponto de vista estadunidense, mas tudo é muito fácil de ser visto da ótica de outros países. Diferente de alguns comentários que vi por aqui, não achei a leitura arrastada ou repetitiva: cada capítulo fala de uma questão diferente (e eu, particularmente, li o livro bem rápido para os meus padrões).
O último parágrafo, olha... Muito bom!
Ler algumas das coisas aqui escritas foi quase um abraço, não por apresentar soluções ou prometer um futuro melhor mas por mostrar/confirmar que a culpa não é nossa e que não há nada de errado comigo.
Indico demais, principalmente àqueles que também tem se sentido cansados, desesperançosos e fracassados.
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Knots 22/10/2023

Resume bem quem é Millennium
O começo do livro é bem repetitivo entretanto nos capítulos finais a leitura flui.
Percebi, por ser millennium, que a maioria dos casos descritos veem de encontro com pensamentos constantes da minha cabeça como nossa relação com dinheiro, trabalho e pessoas!
Considero um livro com grande embasamento: com dados e depoimentos.
Recomendo leitura para ampliar sua percepção da relação de trabalho e exploração da classe trabalhadora.
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Carol 15/10/2023

Tema interessante, mas maçante
Acredito que o tema do livro é muito importante e interessante de fato, mas achei que a autora se arrasta demais no assunto, tornando a leitura cansativa.
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Carla 12/10/2023

Interessante
Livro até interessante mas acaba ficando um pouco entediante do meio pro final, demorei um pouco pra terminar a leitura.
Dani Veiga 12/10/2023minha estante
Também senti isso




spoiler visualizar
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Rodolfo 30/09/2023

A sobrecarga que naturalizamos !!
Fomos criados para produzir e esse é o sentido que deram as nossas vidas, por isso nos culpamos tanto quando estamos de folga ou simplesmente sem produzir. As pressões que colocamos em nós mesmos vem de um sistema e uma criação familiar repleta de receitas de sucesso que nunca funcionam pra gente. O resultado final é o único possível; estamos em pleno burnout.
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checkmatedaisy 10/09/2023

Um livro necessário para a vida
Demorei pra ler, mas foi uma leitura que agregou muito. Sempre que eu começava a ler começava a refletir mais sobre a atual relação social com o burnout e como eu conseguia encaixar minha mãe nela.
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Julian 07/09/2023

Boas reflexões sobre burnout nos EUA
O livro discute bem o tema, traz bons relatos, trabalha o papel do jornalismo. A autora se prepara bem e apresenta pontos importantes, que servem até de comparação com Brasil e outras nações.

Alguns capítulos eu achei meio repetitivos, mas como um todo, vale a leitura. Tive de parar em determinados momentos e refletir com atenção. São insights interessantes.

Não considero que ele proponha uma solução, mas pode ser um início para quem não havia lido nada sobre. É um grande artigo.
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Luana 26/08/2023

Todo mundo deveria ler
Não é uma receita de bolo de como aguentar, mas sim uma explicação do pq a geração de millenials está tão cansado de tudo. É bom se reconhecer e entender
@literatoando 26/08/2023minha estante
Tenho vontade de ler esse.




milena.hernandes 23/07/2023

Para a eu do futuro
Livro muito bom. É uma leitura bastante densa porque traz um contexto histórico, cultural, político e de gênero do porque sempre estamos buscando produtividade, trabalhar o tempo inteiro e nunca parece suficiente. Gostei do jeito que aborda a questão de gênero e social, e como tudo pode ser pior se você é pobre ou mulher (ou pior ainda: os dois). No final, a autora não da solução alguma, e achei importante, bem realista da parte dela, porque a solução pessoal e individual não existe nesse caso.
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Hiária 16/07/2023

Estamos exaustos e correndo e dopados?
A leitura é cansativa, porém o conteúdo no faz refletir. Vou resumir o sentimento que tive ao ler o livro e embora eu já conheça e use essa frase há muito tempo, cada dia que passa faz mais sentido?

?Exaustos e correndo. Exaustos e correndo.
E a má notícia é que continuaremos exaustos e correndo.

Porque exaustos-e-correndo virou a condição humana dessa época.

E já percebemos que essa condição humana um corpo humano não aguenta.

O corpo então virou um atrapalho, um apêndice incômodo, um não-dá-conta
que adoece, fica ansioso, deprime, entra em pânico. E assim dopamos esse corpo
falho que se contorce ao ser submetido a uma velocidade não humana.

Viramos exaustos-e-correndo-e-dopados.
Porque só dopados para continuar exaustos-e-correndo.?

Eliane Brum
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Carolina2809 16/07/2023

Uma leitura fluida
A autora contextualiza bem o significado do trabalho para cada geração, e como o burnout evoluiu e tem se constituído como uma doença predominante nos dias atuais.
Muito bem escrito e fundamentado, fala sobre como nossa cultura contribui para a exaustão tanto no trabalho quanto em todos os aspectos da vida e como essa é uma demanda mais coletiva que individual.
Interessante para compreender melhor o burnout, embora se você estiver buscando intervenções ou orientações, não é esse o objetivo do livro.
Recomendo!
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cibelle.canto 03/07/2023

Não Aguento mais não aguentar mais, um livro que vale a pena, mas nem tanto...
A Petersen apresenta um panorama bem completo do mundo do trabalho estadunidense, que nos ajuda a entender a dinâmica do trabalho no mundo e apesar de sermos capazes de traçar muitos paralelos entre a cultura de trabalho estadunidense e a cultura de trabalho brasileira eu sigo crendo que mesmo com a base em comum são coisas bem distintas.
A autora não se aprofunda na critica anticapitalista, porém deixa bem claro no decorrer do livro que quanto mais o capitalismo ganha, mais nós perdemos nossa sanidade mental.
A autora deixa claro desde o inicio que se trata de uma analise restrita aos EUA, mas me vi e me identifiquei com muitas coisas apresentadas nesse livro.
A minha critica maior é que acho que faltou rigor cientifico, a autora aborda temas como: trabalho feminino, maternidade, paternidade, trabalho domestico e autocuidado de forma bem superficial e sem citar autoras extremamente relevantes dentro dessa discussão, nesse sentido acredito que seja realmente um livro pra nos instigar a pesquisar e estudar mais, porque realmente falta profundidade em vários aspectos.
Outra coisa que me incomodou, e eu não sei se é algo relacionado a tradução ou a escrita da autora é o fato de ela traçar o perfil de seus entrevistados, sobretudo os de minorias sociais, de forma meio estranha (na minha opinião), ao se referir a entrevistados brancos era só assim: "Fulana, branca, x anos...", ao se referir a alguem de minoria social: "fulana que se diz latina" ou "fulana, que se identifica como neuroatipica". Não sei o que move esse tipo de decisão, só sei que essa diferenciação entre a pessoas me causou estranheza especialmente no ultimo capitulo.
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Jéssica 23/06/2023

Bom para entender como chegamos nesse ponto.
Que vivemos em um mundo em que estamos constantemente exaustos todo mundo já sabe. E que essa condição é generalizada, todo mundo já sabe também. Mas como chegamos a esse ponto? O livro é bem bacana por expor condições sociais que fizeram com que a nossa geração chegasse ao ponto de burnout crônico. A autora trouxe reflexões bem bacanas e nos faz pensar em quais atitudes podemos tomar para resolver o nosso burnout. Achei que alguns tópicos foram um pouco repetidos demais, e que poderiam ser cortados para deixar a narrativa um pouco mais dinâmica.
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