Canoff 03/10/2023
Quando me faltou voz, me sobraram verbos, quando me faltou coragem, me sobrou arte. (1/3)
Normalmente, não tenho muita facilidade para resenhar livros desse gênero, pois não sei o que devo avaliar. Acredito que somente a escrita não seja uma boa forma de avaliar um livro, pois, embora seja um livro, trata-se da vida pessoal de Sabrine. Não é ético avaliar a história de vida de alguém por parâmetros meramente técnicos. Da mesma forma que "O Diário de Anne Frank" não pode ser avaliado por parâmetros técnicos, esse livro também não pode. Avaliar artificialmente esse livro é ignorar a história da autora, é ignorar os sofrimentos que foram passados por ela. Dado o fato, devo evidenciar e elogiar a capacidade poética que a escrita de Sabrine tem. Ela escreve com leveza, mas, ao mesmo tempo, transmite sentimentos e leva o leitor para dentro de sua narrativa. É o primeiro livro de poesia que me transmite sentimentos simultaneamente à narrativa. Sabrine é uma excelente escritora e, graças a Deus, é brasileira. Em tempos tão líquidos e depravados, é sempre bom encontrar autores que levam a escrita a sério, autores que escrevem com a alma, autores que dedicam suas vidas à literatura.
Essa resenha representa os três livros da autora, pois a similaridade entre eles é notável, e meus pensamentos ao lê-los são os mesmos, com exceção do fato de que, em um dos livros, ela explora de forma mais aprofundada uma possível relação conturbada com os pais.