Gih Figueiredo 11/09/2012
O primeiro livro de Agatha Christie. O primeiro caso de Poirot.
Desde sempre ouço falar da genialidade de Agatha Christie, mas apenas há cerca de quatro ou cinco meses que conheci seu trabalho através de um de seus maiores sucesso "Assassinato no Expresso Oriente", livro que, depois de mais cinco lidos da mesma autora, continua sendo meu preferido. O terceiro que li foi "Cai o Pano", o último caso de Poirot, mas eu queria saber como foi o início, e fiquei muito empolgada ao saber que este se chamava "O Misterioso Caso de Styles".
Logicamente eu já tinha algumas curiosidades alimentadas, pois "Cai o Pano" se passa na mesma mansão de Styles, transformada em uma espécie de pensão, donde Poirot e Arthur Hastings se encontram novamente, depois de muitos anos, e estão envoltos de vários mistérios. Sendo que, os dois livros são narrados em primeira pessoa pelo próprio Hastings, tendo um diferencial aos demais casos que li, que estão em terceira pessoa. Mas, essa resenha não é sobre "Cai o Pano". Então, prossigamos!
Depois de se ferir na guerra, Hastings, com um mês de licença pela frente, encontra seu antigo amigo John Clavendish, que o convida a passar esse tempo na Mansão de Styles, a fim de relembrarem os velhos tempos. Dentre os moradores da casa estão, John e sua esposa Mary, seu irmão Lawrence, sua madrasta - mãe de criação - Emily, o segundo marido dela, Alfred, a jardineira - não tenho certeza, não fica muito claro seu trabalho por lá - e amiga da família, Evie, e mais alguns empregados. Deve estar se perguntando o porquê de eu falar sobre tantos personagens, mas, se nunca leu algum caso de Agatha Christie saiba que cada personagem possui um papel FUNDAMENTAL para toda a trama.
Os dois irmãos John e Lawrence, com dificuldades financeiras, estão vivendo sob auxílio da madrasta, que os criou desde pequenos. Esta, por sua vez, ficou com toda a herança do Sr. Carvendish quando este veio a falecer e por anos permaneceu viúva. Então surge a figura que atormenta a vida dos irmãos, Alfred Inglethorp, um sujeito, devo dizer, SUPER esquisito rsrs. Todos desconfiavam dele, afinal, era uns vinte anos mais novo que sua esposa, a antes Sra. Clavendish.
Depois de discussões estranhas e um dia de pura tensão no ar, na madrugada a campainha do quarto da Sra. Inglethorp acorda a todos, que a encontram agonizando na cama e logo em seguida morre. E assim começa todo o mistério...
A causa da morte? Envenenamento por estricnina! O suspeito? Todos queriam a fortuna da velha! O investigador? O detetive belga Hercule Poirot!
Curiosamente Poirot encontrava-se na cidade e Hastings pediu sua ajuda imediatamente. E então várias pistas são descobertas e várias lacunas abertas. Determinado em encontrar o assassino da Sra. Inglethorp - que, aliás, ajudara os belgas outrora e tinha a profunda devoção do investigador por isso - ele não deixará nada passar e será por vezes considerado como louco por seu próprio amigo.
Esse caso foi simplesmente SENSACIONAL! Não que me surpreendesse, eu SABIA que seria surpreendida, como sempre acontece quando leio romances de Agatha Christie. Se você acha que tem certeza de que o assassino é uma pessoa aguarde mais um capítulo ou mais uma página talvez, pois você vai mudar de ideia, isso eu garanto! No final vi que a cada momento pensei que o assassino era um e assim todos os moradores da mansão se tornaram suspeitos em algum momento.
É impressionante os efeitos que essas estórias causam em nós, e o que disse recentemente uma colega minha que apresentei o primeiro livro que leu da Agatha Christie expressa exatamente isso. Redigindo mais ou menos o que ela falou digo a vocês relacionando o mesmo assunto à "O Misterioso Caso de Styles"...
Se você começar a ler, não conseguirá parar mais. Abandonar a leitura é impossível! E se, por algum motivo tiver de deixá-la, no momento de sua morte, anos depois de tê-lo feito, pensará que morreu sem descobrir quem era o verdadeiro assassino.
Pode parecer um exagerado, mas NÃO É! rsrs. De fato é esse o sentimento que se tem ao ler os romances policiais de Christie! Simplesmente porque, mesmo que se quisesse descobrir o assassino, a cada momento surgem novas pistas que mudam TUDO, e sua opinião, evidentemente, muda junto! Você se sente às vezes num beco sem saída, sem saber o que pensar, sem saber quem foi o maldito que cometeu aquele crime, então você tem a necessidade de ir até o fim, e quer fazê-lo o mais rápido possível... Portanto, digo-lhe, se quer fortes emoções e mistérios que parecem indecifráveis, leia "O Misterioso Caso de Styles". Vá até o fim e surpreenda-se a cada página, até toda a verdade ser revelada na última.
Obs.: Texto original da resenha publicado em http://gihfigueiredo.blogspot.com.br/2012/08/resenha-o-misterioso-caso-de-styles.html