Diana Araújo 16/04/2024
Dias melhores que não vieram | @eraumaveznumlivro
Quando a gente acha que as coisas não tem como piorar, não se iluda, elas podem. Viver uma crise é experienciar de fato a Lei de Murphy. Essa sensação que tive lendo “Os Quatro Ventos” me lembrou muito da pandemia, quando tava naquela fase crescente em que cada dia a gente acordava com notícias piores e o mundo ainda mais preocupante.
Eu não tinha dimensão do que tinha sido a Grande Depressão, momento em que se passa a história de Elsa. A escrita de Kristin Hannah é bem imersiva e foi doloroso ler tudo o que essa família passou, as situações as quais tiveram que se submeter, as inúmeras violências, a descrição da fome, a sensação sufocante das tempestades de areia, a sede… e imaginar que tudo isso aconteceu de verdade é surreal.
Um dos destaques daqui são as personagens mulheres, que são fortes, admiráveis, sustentam a família, e não só financeiramente, em meio às piores adversidades e ainda movem os outros personagens.
É uma história bem triste, que vai ficando cada vez mais, a gente se envolve com os personagens, mas quando você começa a ter um pouquinho de esperança, a história acaba. Isso me deixou um pouco com a sensação de que foi um livro um pouco arrastado. As situações acontecem, mas como tudo só vai de mal a pior, acho que me deixei levar também pela esperança eterna que a protagonista tem e tenta passar pros filhos de que dias melhores logo chegarão, então fiquei ansiando por isso também.
O epílogo mostra como os personagens ficaram anos depois. Mas queria ver mais sobre a revolução em si, quando as coisas começam a mudar para os trabalhadores, a luta de classes, e Elsa tendo finalmente alguma felicidade e o amor que ela merece.