Resenhas - Os Abismos

Tehani 04/02/2024

Um abismo entre mãe e filha
É o meu primeiro livro que eu li da Pilar Quintana. Uma história muito marcante que fala da relação mãe e filha, as duas tem o mesmo nome e se tratam por ?xará? no decorrer da história. Mostram o dia a dia da família, que tem uma boa situação financeira, mas a relação entre mãe e filha é em alguns momentos de dilacerar o coração. Até um simples ?bom dia? vira um ?abismo? entre as duas. Tem momentos que a Claudia filha deseja ter outra mãe e é impedida até de ter conversas com os empregados da residência. Tem momentos que a leitura fica um pouco arrastada, mas é uma leitura breve e fluida, mesmo com os abismos e atritos de Claudia & Claudia.

Pamela.Pugliano 03/02/2024

"Ela se jogou por conta própria."
Esse é um livro que mesmo fluido e fácil de acompanhar, da maneira dele, trata de temas muito densos. A forma como ele aborda isso, é sutil, frágil, revelando muitooo sem revelar nada. É uma escrita única, até poética, mas difícil mesmo assim.

Bom, a história é narrada pela perspectiva de Claudia, de 8 anos, uma criança que, sinceramente, muitas vezes nem parecia, com pensamentos e consciência de mulher adulta. É o tipo de personagem que diante dos acontecimentos do livro, acompanhamos seu desenvolvimento pessoal e intelectual. O livro em si não traz grandes aventuras e reviravoltas - ele é centrado no dia a dia dessa criança e de sua família - família essa com defeitos como todas as outras.

O ponto alto, para mim, é como em diversos momentos eu deixei passar situações bem problemáticas porque demorava pra entender sua gravidade, pelo simples fato de ser relatado por uma criança - por sua inocência principalmente. Isso é o que mais marca. Assuntos como depressão, traição, a própria questão dos abismos, muito presente em todaaaa a história de maneira literal ou não. Muito interessante.

Enfim, leiam. É uma leitura que vale a pena simplesmente pelo teor. É único. Um livro curto que consegue transbordar tanto. Leitura aprovada. Aproveitem.

regis 31/01/2024

Onde tem a segunda temporada desse livro?

Caramba... Já amei de cara a diagramação do livro, e a escrita é tão fluida que me sentia voando na leitura de tão boa.

Nina 25/01/2024

O abismo de cair do lugar seguro: a morte da infância
Tenho muita coisa para falar e para isso precisaria de mais tempo, mas gosto de escrever no calor da emoção segundos após terminar a leitura (e é isso que está acontecendo agora).

"Os abismos" é um romance sobre a morte da infância, o exato momento em que Cláudia perde o seu lugar seguro no mundo e o entende como este ambiente sempre cheio de precipícios, sempre nos levando à náusea ou prazer de cair.

Sua relação com a mãe, a maneira como suas dores são mais próximas do que elas duas se dão conta... seu apego aos símbolos, à sua boneca suicida, às plantas da floresta de sua casa, bem como às escadas que tornam-se representação do seu pequeno medo infantil de achar que consegue manter tudo como era antes...
São tantas coisas, tantas camadas e tanta beleza em sentir a angústia de se ver insegura no mundo (algo que acho que talvez seja o motivo principal de eu ter amado esse livro) que tudo me deu a mesma sensação que tive ao ler "verão no aquário" de Lygia Fagundes Telles (também um romance de formação, também um olhar sobre relação entre mãe e filha e a dor de crescer), que é meu livro favorito.

Por essa razão, já o considero como um dos preferidos da vida.

Mari_wah 24/01/2024

Todos temos nossos abismos e nossos mortos
Um livro muito bom para refletir.
Tem um final que no meu ver é aberto, pra mostrar que alguns ciclos continuam.
Mostra e fala sobre como a maternidade é colocada no mundo e como as mulheres são e eram induzidas a serem o que a sociedade queria, (acho que se a mãe da Claudia tivesse ido embora com o Patrick ela seria mais feliz, mas isso não diz muito) eu fiquei muito focada em certas coisas, porque tive contato com uma pessoa alcoolatra na família, então sim, a criança lembrar da mãe por cheiro de bebida foi um pouco chocante.
Assim como foi chocante ver como o pai dela era completamente negligente com a situação da filha e da esposa, assim como a mãe dela era negligente quando se depreciava tanto e colocava a culpa na filha dela.

É aquela questão né, como mulher, eu entendo muito a mãe da Claudia, entendo todas as dores e os "abismos e mortos" dela. Mas como filha, eu sinto um ódio dela, uma raiva guardada, porque também já fui uma criança com esse tipo de problema em relação a minha mãe.

A mesma coisa com o pai da Claudia, eu entendi o abandono dele, os problemas com o pai dele, o fato de que ele ter sido negligenciado a vida toda tornou ele alguém quase incapaz de se expressar verdadeiramente e notar as coisas ao redor dele, mas como filha eu tenho sinto muita raiva também.

É isso, quem tem daddy issues e mommy issues só se fode na vida, por isso que é necessário que a gente foque mais sobre essa responsabilidade paternal e que cada vez mais discuta sobre isso.

gablues 23/01/2024

Apesar dos temas e personagens densos, a narrativa flui muito rapidamente, a escrita da Pilar é gostosa demais e as cenas são muito breves. estranhei em alguns momentos essa mistura da infantilidade da narradora-personagem com a sua astúcia, suas ações não parecem refletir sua visão sobre as situações, o que causa uma certa dúvida sobre o tempo em que a narrativa se passa.
apesar de sermos conduzidos pela cláudia-filha durante a história, parecer haver uma camada inacessível para nós sobre a personagem; mais um dos tantos abismos aqui presentes. o amadurecimento, tanto dela quanto o da mãe, se dá de uma maneira muito natural e discreta. gosto disso nos livros de Pilar; quando você nota, os personagens do começo já não são os mesmos do final.

ANYWAYS também vale mencionar a delícia que é o mini terror psicológico que o livro se torna lá pra segunda metade.

Julia 23/01/2024

1° do ano ??
Acho que passei 2023 inteiro sem favoritar um livro e o primeiro que li em 2024 eh já favoritei
muitas coisas a dizer, mas ainda estou digerindo.

dodo 23/01/2024

Mãe e filha.
Novamente, a pilar quintana traz a dinâmica mãe e filha, porém dessa vez ela foi certeira em mostrar como uma mãe não suporta ver a filha feliz.
a traição, a vontade de ter sido outra pessoa, ter escolhido diferente e a culpa jogada em uma criança que ao menos sabe o que é o mundo. o cuidado com as plantas, enquanto a filha não recebe tanta atenção assim.
foram pontos chaves para entender o abismo entre querer ser mãe e o inevitável de ser mãe.

Patty 20/01/2024

Boa leitura
Estou gostando muito das leituras do clube Intrínsecos, eles apresentaram obras de autores com nacionalidades mais variadas, assim foi possível conhecer um pouco mais sobre várias culturas.

Nesta obra, que se passa na Colômbia, podemos acompanhar como acontecem os pensamentos de uma menina de 8 anos, assim como tudo que seus pais pensam que ela não percebe, mas que ela acaba percebendo e entendendo muito melhor do que qualquer pessoa imaginaria.

Apesar de ser uma obra que eu considero sem um começo específico e sem um final fechado, visto que conta somente um pequeno período da vida da menina, foi muito interessante acompanhar todas as emoções pela qual ela passa.

É uma ótima leitura para quem tem filhos, é possível compreender até que ponto simples comentários podem influenciar a vida de uma criança.

gabriella.malta 19/01/2024

Impactante
Amei essa leitura! Depois de uns 30% fica impossível de largar. A narradora criança é daquelas que você quer abraçar até tudo ficar bem e já vou dar um spoiler, não vai ficar tudo bem por que essa é a vida, feita de ciclos bons e ruins, mas você tem que ler para entender a grandiosidade disso.

Raul 18/01/2024

MONÓTONO, E CHATO
Esse livro foi talvez um dos piores que já li, sinceramente!
não acontece nada, não tem nada, nem graça kkkkk.

Frazão 18/01/2024

Me decepcionei com esse livro da Pilar, fui com alta expectativa por ter lido ?A Cachorra? ano passado, por ter lido ótimas resenhas, por ser premiado e pelo o começo que pra mim parecia um prato cheio de fofoca familiar. Adoro.

Mas durante o meio e o fim fiquei entediado, parece um livro-diário, no qual não há acontecimentos surpreendentes que marca o fim ou desenvolvimento da história.

É um livro em suma triste, narra um relacionamento conflituoso entre uma mãe depressiva e uma filha que tenta entender toda a situação, apesar de nova, ela consegue e reage. Um contexto como esse faz da criança se amadurecer mais rápido, agir como adulta com 10 anos de idade. E o mais interessante do livro é notar isso.

ArturDamas 16/01/2024

Bom
Um livro bom, com a leitura fluída, diálogos pequenos que preenchem algumas páginas. Apesar de conseguir me conectar com a história, eu não sei bem onde ela quis me levar, senti que ficou sempre estacionada num meio termo.

Carlos 16/01/2024

Um livro incrível. A maneira como a autora relata as angústias de uma criança de 8 anos é sensacional, me fez lembrar da minha infância. Gostei especialmente quando estavam na Quinta da amiga e a filha sacrifica sua boneca, entendendo que alguém deveria ser sacrificado, e ela não queria que fosse sua mãe.

Milena | @aspaceforbooks 15/01/2024

Mais rápido de ler e menos intenso do que esperava. O livro trás as vivências cotidianas, sem grandes acontecimentos, no olhar de uma criança de 8 anos (que em vezes parece ser mais velha), sobre sua família, principalmente sua relação com mãe e a depressão dela