surtadaporlivrosGi 18/09/2022
Talvez amor
Eu me apaixonei pela capa antes de me apaixonar pela sinopse, mas aquela história de ?não julgar o livro pela capa? nunca foi comigo. Eu amo capas de livro, do mesmo jeito que amo ler sobre amor nesses mesmos livros.
Acho que qualquer leitor gosta de ler sobre algum tipo de romance, desde o mais meloso até o mais dark, do mais doce ao mais desinibido, e foi pensando nisso que eu entrei de cara em MHA.
Muitas pessoas, assim como eu, infelizmente vão se identificar com a história da Ayla, e ah como seria encontrar um livro num sebo do centro de São Paulo contando como o amor começa, e as vezes como ele termina.
A criatividade da autora extravasa qualquer padrão e regra de criatividade, porque consegue desenvolver tantas histórias de amor: a romântica, a familiar, as que não dão certo, aquelas que você vive e começa a pensar que são o tipo de amor que você merece mesmo não sendo, o amor da sua vida e não para a sua vida, o amor de amigo, mas a mais importante é a do amor próprio. Tudo isso em diferentes pontos de vista, diferentes vozes narrativas, diferentes épocas?
Depois de um relacionamento perturbado, Ayla ganha um livro que, ironicamente, diz sobre amor. Ao mesmo tempo em que tenta recuperar sua vida pós termino, ela tenta reaprender a viver e se tornar a pessoa que era antes desse ?amor?. Ela é uma personagem extremamente identificável como um pedaço de todos nós, e gosto de desejar que todos tivessem essa rede que ela tem, desde família até amigos que não desistiram dela apesar dos pesares.
Toda a intensidade e o lirismo se juntaram aqui, e formaram essa obra que é imperfeitamente perfeita, isso porque perfeição é algo muito idealizado e surreal de ser atendido em qualquer aspecto da vida.
Eu acho que nunca vou encontrar alguma outra leitura como essa, e ao mesmo tempo que isso me entristece, também me alegra por saber que aproveitei cada segundo, cada letra, cada frase.
Aqui vai um dos trechos que mais gostei (porque o meu favorito vai continuar sendo só pra mim): ?Talvez o amor seja sobre dividir exatamente esse eterno ?talvez?. Talvez a gente seja feliz para sempre, talvez a gente não seja.?