belafreitasz 07/03/2024
"você está me seguindo?"
Que eu tenho uma paixão severa pelos livros da Liz Tomforde não é novidade pra ninguém, mas o fato desse ser o primeiro da minha série preferida deixou tudo mais emocionante durante a leitura.
Nessa narrativa nós acompanhamos o point of view dos nossos protagonistas, Evan Zanders e Stevie, em sua caminhada cheia de jogos de hóquei, flertes durante voos, problemas familiares e inseguranças próprias de cada um deles. Gosto como a autora introduziu a série "Windy City" por esse livro porque ele dá o tom para os outros, que seguem essencialmente o mesmo padrão de escrita e formato (com dois narradores e uma escrita rápida de ser consumida). Gostei de ver o início dos personagens que estiveram presentes nos outros livros e gosto também de que nenhum deles é apresentado ao leitor de qualquer forma, sendo sempre em situações onde realmente lhe cabem e em momentos onde temos a liberdade de conhece-los um pouco melhor, sem personagens que só estão ali por estar sabe?
E falando em personagens, eu não poderia deixar de falar um pouco sobre os protagonistas dessa história, pelos quais eu me apaixonei completamente.
Stevie é uma personagem antecipada por mim, uma mulher plus size e negra que está no processo de aprender o seu lugar no mundo, aprendendo mais a lidar com as próprias inseguranças e com as pessoas que as apontam, mas acima de tudo, uma mulher que se descobre forte e confiante com o tempo. A representatividade é algo delicado e aqui foi muito bem construído, com as citações das inseguranças de uma mulher que cresceu com um complexo de inferioridade por causa do seu corpo e posição familiar, mas sem nunca ser repetitivo só para trazer um drama. Quando trago para a relação romântica, o Zee se torna uma ferramenta poderosa para o crescimento da Vee como pessoa, e isso por si só transforma a confiança dela, o que claro também acaba se derramando na confiança física.
O Zanders é um personagem tão complexo quanto, o que eu particularmente amo. As questões familiares que ele apresenta são comuns para muitas pessoas que cresceram sem um dos pais, mas nós vemos aqui de forma natural os impactos reais que essa ausência pode causar em alguém, e AMEI ver que ele faz terapia e incentiva o cuidado com a saúde mental entre os atletas e homens a sua volta. O personagem masculino também tem os típicos atributos do mocinho das histórias, e mesmo ele não sendo perfeito (o que eu amo), Zee é uma pessoa brutalmente honesta e isso torna ele ainda mais atraente aos meus olhos.
Se eu tomasse um shot toda vez que eu surtei com olhinhos de coração quando eles diziam "você está me seguindo" eu estaria bem bêbada, porque as piadinhas internas são verdadeiramente fofas demais pra eu aguentar. Recomendo a leitura 100%, mas não leria depois de ler os outros dois livros porque a construção dos personagens, da história e da escrita são essenciais para lermos tudo como uma obra só.