spoiler visualizarBooleticia 24/10/2022
O que define quem nós somos são as nossas escolhas
Esse livro tem um potencial enorme.
À medida que eu lia ficava pensando em várias maneiras alternativas de desenvolver o romance e que "The Author" (vou escrever em inglês por ser unissex) poderia ter se aventurado um pouco mais e seguido por caminhos diferentes. Amo fanficar nas histórias e eu percebi diversas grandes possibilidades em "Não mate a vilã".
"The Author" foi claramente influenciado por manhwas/novels isekais. Encontra-se vários plots previsíveis, como:
A protagonista ter uma péssima vida passada;
A personalidade e o passado do par romântico;
A intriga pouco explorada entre os nobres da corte e a classe trabalhadora;
Tais recursos unem a familiaridade agradável do clichê com caricaturas rasas e vagas de todas as outras histórias encontradas com essa temática. A obra carece de frescor e desenvolvimento adequado. A impressão que se tem é que "The Author" apenas copiou vários clichês e o transformou em uma fanfic curta e despretensiosa (o que não seria um problema, se este não fosse um produto que ela cobra dinheiro por isso, independente do quanto ganhe). Essa escassez de estilo próprio também pode ser atribuída a inexperiência, creio que se esforçar para melhorar a história e a escrita não será um trabalho em vão.
Há alguns erros gramaticais que independentemente do progresso do enredo devem ser urgentemente corrigidos:
> Trocar os meia-riscas por travessões, corrigir diversas palavras escritas de forma inadequadas, reescrever certos trechos que não condizem com o tempo verbal que foi escrito. Basicamente, deixar a escrita de acordo com a norma padrão da língua portuguesa.
Tendo dito isso, ainda tem alguns acontecimentos que são totalmente sem lógica nenhuma:
> Quando o Max mata o primeiro príncipe e sai impune sem nenhuma contravenção aparente;
> A imperatriz e seus apoiadores simplesmente somem do nada;
> O rei não desempenha nenhuma aparição ou um papel de fato e ele é O REI!;
> A protagonista em nenhum momento demonstra sentir amor pelo Max, não tem tensão, não tem uma lenta progressão de sentimentos, tudo acontece de forma tão rápida e superficial que é revoltante! Seus sentimentos podem ser definidos como no máximo uma paixão.
> As atitudes totalmente contraditórias do Max em relação a Yvi;
> Os problemas sendo resolvidos de formas extremamente fáceis;
> As cores dos lírios. Essa é mais uma opinião pessoal, mas a escolha das cores dos lírios foi equivocada quando poderia ter sido usada de uma forma muito mais singela e intensa. Como ele dando as flores com diferentes cores conforme os seus sentimentos iam progredindo e no fim o jardim com todas as flores simbolizando tudo que eles viveram e todos os seus sentimentos.
> A verdadeira Yvi ter ficado em coma durante 6 meses também não faz o menor sentido, eu entendi que "The author" provavelmente vai fazer do médico o par romântico dela (o que é sinceramente um pouco estranho, mas posso contornar dependendo de como o relacionamento será construído).
Apesar de tudo que citei, eu gostei de ter lido a história. Foi muito legal e até reconfortante ler uma narrativa simples e crua como essa.
Investir em uma capa bacana, uma diagramação elaborada e uma reforma na sinopse também seria um bônus interessante para a obra.