spoiler visualizarBruna_Claudina 26/04/2023
Bem mais ou menos
A minha relação com os livros da Vi e da Penélope é 8 ou 80. Ou amo os livros, ou largo sem concluir, infelizmente, esse foi um dos que tive muita vontade de largar.
O enredo é chato que dói e terrivelmente enrolado. O começo é bobo, com aqueles encontros-não-encontros, porque não entra na minha cabeça dois adultos agindo de forma tão imatura sobre sentirem atração um pelo o0utro.
O pior é que gostei muito do Colby, achei super legal a forma honesta com que ele lida com os seus sentimentos, sem joguinhos e tudo mais. Também adorei muito a Billie ? No Começo ?, e é uma pena que o enredo não tenha favorecido mais o potencial dos personagens.
Já que falei na Billie, vamos lá. Eu havia achado ela incrível demais, nunca li sobre uma protagonista tatuadora e super estilosa então AMEI. O problema foi que, ao decorrer a leitura, ficou clara a síndrome de "A garota diferente das outras". Billie é ótima em atividades ditas como essencialmente masculinas como: ser tatuadora, ser faixa preta em artes marciais (até dando uma surra no Colby na aula experimental) e jogar Poker com os caras ( novamente, dando uma surra neles e ganhando de todos). Billie só tem amigos homens e se sente muito à vontade com eles e até aí tudo bem, na verdade, é legal ler uma personagem de personalidade marcante, mas, isso virou um problema para mim quando todas as outras garotas do livro são retratadas como: interesseiras, promíscuas, barbiezinhas perfeitas demais, que não se vestem com personalidade e afins...
Houve um momento em particular que Billy se referiu a um grupo de mulheres como "Todas Biscates" e, embora Billy se colocasse em uma posição de vítima, julgada pelas sua forma de vestir e de suas tatuagens, as mulheres não fizeram nada contra ela de verdade, pelo contrário, foi Billy a julgá-las o tempo todo pela aparência. (Como lemos na perspectiva da Billy, não dá pra saber mesmo se as impressões dela foram verdadeiras). Fora que, todas aparentemente eram a fim do Colby ? cof cof, que preguiça.
Outro momento em que isso fica explícito, é quando Billy conhece a irmã do Colby (achando que ela é um interesse amoroso dele) e, enciumada, a primeira coisa que ela faz é verbalizar um comentário ácido e ofensivo sobre a aparência dela de "Barbie perfeita".
Tipo, rivalidade feminina é um recurso tão preguiçoso e batido. As autoras tem tantos livros assim publicados. Já deu, né?
Sobre a Maya então, nossa. Nem sei por onde começar. Primeiro que, já li outros livros que as autoras colocam paternidade solo e, em todos eles as mães das crianças são víboras cruéis e os caras são os heróis por criarem sozinhos. Qual é a dificuldade de fazer um protagonista pai que tenha uma boa relação com a mãe da criança e que ela não vá competir com a mocinha pelo coração do boy?
Além de tudo, novamente vejo a América Latina sendo esteriotipada nas mãos das autoras. Aconteceu aquele negócio bizarro do Brasil retratado por elas no livro "Piloto Payboy" e agora temos uma personagem latina que só está atrás do green card.
Enfim, eu não queria problematizar tanto essa resenha, mas precisava desabafar. Acho que vou dar uma pausa nos livros das autoras, pois de uns tempos pra cá só estou pegando ruins (Inclusive, aceito indicações dos seus livros favoritos delas para que eu não saia procurando aleatóriamente).
Para falar a verdade, nem tudo foi absurdamente ruim, a escrita é gostosinha, Vi e Penélope sabem fazer cenas divertidas e românticas quando querem, contudo, os defeitos pesaram mais para mim, dessa vez.