Vitória 08/12/2022
Esse foi o meu sexto livro da Ariane. Vocês estão chocadas? Porque eu estou. Conheci essa mulher ano passado, e não posso dizer que foi amor à primeira vista, porque experimento não era tanto a minha vibe, mas, quando cheguei em inspire, eu fiquei completamente rendida por essa mulher. Acho que agora, depois de ter lido tantas obras dela, eu comecei a perceber que algumas coisas que a Ariane escreve simplesmente não funcionam pra mim, e esse livro foi um desses casos.
Preciso começar já dizendo que não morro de amores por sick lits, e que na verdade são pouquíssimos os que conseguem me agradar. Não sei se isso se deve ao fato de eu mesma ter uma doença crônica, mas esse estereótipo de protagonista com uma doença grave que vê o lado bom de tudo tal qual Pollyanna no jogo do contente e que serve de exemplo para todos que ficam repetindo incansavelmente "olha como fulano tem uma vida difícil e é feliz, eu deveria mudar o meu modo de encarar as coisas por causa dele" só me deixa irritada. E é aqui que reside o meu maior problema com esse livro: a Zoe. Não consegui me conectar com ela, toda a história dos bilhetes me pareceu mirabolante demais, sem contar a parte de ser irritante, e toda vez que eu tinha que iniciar um capítulo narrado por ela, soltava aquele mini suspiro de "lá vamos nós de novo". Talvez essas opiniões digam muito mais sobre mim do que sobre o livro em si, mas de qualquer forma eu estou aqui pra narrar a minha experiência.
O Fabrício deve ter sido o que encontrei de melhor aqui. As reações dele aos bilhetes e às mensagens da Zoe eram claramente as mesmas que eu teria se me colocassem numa situação daquelas. Ele é carismático, me interessei pelo personagem e principalmente fiquei o livro inteiro curiosa pra saber o que tinha acontecido no passado dele. Consegui me conectar, mas não foi o suficiente sequer pra derramar algumas lágrimas (e olha que eu sou bem chorona), mas também não poderia esperar algo diferente. Um personagem sozinho até consegue tornar a nossa experiência um pouco melhor, mas é impossível que ele consiga carregar um livro inteiro nas costas.
As cenas hot são incríveis, mas eu não me importei tanto com elas, porque já não me importava com o casal. Acho que por não ter gostado nem um pouco de um dos protagonistas, eu não conseguia torcer pra que os dois ficassem juntos, nem comemorar ou ficar triste quando as coisas davam certo ou errado pra cada um deles. Acho que o que realmente me impulsionou pra concluir a leitura tão rapidamente foi o fato de estar participando de uma lc e a escrita da Ari, que continua tão fluida como sempre. Inclusive, se não fosse pela lc, eu provavelmente teria abandonado o livro antes dos 15%, porque desde o início já ficou claro que essa não era o tipo de leitura que iria me agradar. Ainda que tenha sido uma experiência negativa, quero continuar lendo outras obras da Ari. Ela é uma autora de romance que consegue ir da ficção científica pro universo dos cartéis facilmente, e o fato de ter algumas coisas aí no meio que não me agradam não muda todo o amor que eu sinto por ela e pelas suas histórias.