Helena Gonçalves 14/11/2023
BARTLEBY, O ESCRIVÃO
Bartleby: o escrivão, é um dos verdadeiros clássicos da literatura tem a leitura fácil.
O cenário dessa história desenvolve-se em um movimentado centro comercial de Nova York onde as pessoas caminham para o trabalho discutindo os assuntos mundanos dos jornais. Um advogado bem-sucedido de Wall Street contrata Bartleby, um escrivão cuja função seria aliviar a carga de trabalho em seu escritório. Durante dois dias, Bartleby executa seu trabalho com habilidade e ganha a confiança do chefe. Após algum tempo, o copista começa a revelar sua recusa em realizar seu trabalho, com a resposta mais simples do mundo: ?eu preferia não?. Esta resposta surpreende o chefe que tem uma ?expectativa natural de cumprimento imediato?. Ele está tão surpreso com essa resposta, e a maneira calma de Bartleby se expressar que não cria uma zona de conflito com ele.
O chefe atribui ao cansaço ocular essa recusa, mas ao recusar ele fixa seu olhar perdido a uma parede branca. Aos poucos ficamos convivendo com o nosso copista, seus hábitos, por ele cultivados, chamando a atenção de todos como, por exemplo, por não sair do escritório, morar lá no próprio escritório. Sua resposta é quase um refrão quando alguém pede para realizar um determinado trabalho, ou tarefa e ele diz sempre: ?eu preferia não?.
A história continua, nesse mesmo empasse, mas não quero a sua própria interpretação.
Essa aberração mental apontada por muitos que o faz recusar as ordens diretas vindas de seu empregador, o faz cair em períodos de não conformidade e auto isolamento. Seu rosto calmo, magro, seus olhos cinzentos não revelam uma agitação, para mim suas atitudes revelam apenas a intransigência que leva o conflito da história. A sua resistência passiva à rotina é uma opção, uma escolha e não uma doença.
Há um detalhe sobre ele, que é contado pelo nosso narrador o Advogado, que me faz pensar que nosso amigo escrivão, simplesmente não teve as respostas ou não conseguiu dar as respostas que ele queria.