spoiler visualizarSandra Silva 03/04/2024
Mais uma obra maravilhosa da Allende
Uma das melhores leituras desse ano, até aqui. Sem dúvida nenhuma!
Com um tema tão atual e tão triste: refugiados.
Aqui, Allende conecta a história de dois deles: o primeiro, um senhor austríaco que, aos cinco anos de idade, foi mandando pela mãe de Viena para Inglaterra, num trem, sozinho e com medo, para salvar sua vida dos terrores do nazismo. Acompanhamos a sua vida, desde a triste separação da família, sua passagem por lares adotivos, até que se sentiu acolhido de verdade, sua conexão com a música que, quando jovem o trouxe para os Estados Unidos, onde conheceu sua esposa e passou a viver até a velhice.
A segunda, é uma menina, salvadorenha, que foi separada da mãe pelos serviços de imigração dos EUA, que por uma política extremamente cruel, separavam crianças de suas mães, imigrantes ilegais, nas chamadas ?geladeiras?. A menina, que é deficiente visual, tem um ?reino imaginário?, onde não há dor e só existe felicidade, para onde ela foge na sua imaginação, e que só os mais dignos podem ser convidados.
A história dos dois se conecta já em 2021, durante um período tenso de pandemia de COVID, quando uma assistente social e um advogado tentam asilo para a pequena, e descobrem um parentesco entre ela e empregada do velho austríaco. Ele, sabendo dos horrores de ser uma criança refugiada, acolhe a menina em sua casa e, com ela, encontra sentido para a última etapa da sua vida. Os dois, aos poucos, vão se curando dos seus traumas.
Isabel Allende tem uma escrita muito cativante e envolvente. Eu amo seus livros, e com esse não foi diferente. Ela consegue interligar a ficção com fatos históricos de uma forma magistral. Terminei a leitura emocionadíssima.
Lindo demais!