Sabrina758 20/01/2024
A história de Nikolai e Brandon começa cheia de tensão desde as poucas interações no primeiro livro e subsequentes da série. Nikolai, super bem resolvido na sua sexualidade, extrovertido e completamente caótico, achou de se interessar não só pelo gêmeo idêntico do seu inimigo, como um cara dentro do armário.
Brandon é o típico filho exemplar, introspectivo, segue sua rotina com perfeição, mas por trás de tanto controle há feridas abertas das quais ele não consegue superar. Quando Nikolai entra (ou melhor, invade) sua vida, começa a bagunçar muito mais do que a sua rotina, como os seus sentimentos e tudo o que ele achou saber de si mesmo.
O desenrolar da relação deles foi repleto de intensidade, descobertas, momentos antagônicos, farpas, ciúmes e segredos. E foi uma delícia, aos poucos, ver os sentimentos mudarem e perceber as nuances e reações tão distintas, devido às diferenças de personalidade e história de vida.
O Nikolai passou por muitos momentos difíceis devido ao processo de aceitação da sexualidade do Brandon, além das suas inseguranças profundas, as comparações constantes em que se colocava. Foi muito doído saber tudo o que se passava na cabeça do Brandon, e a forma que ele escolheu lidar com as suas dores.
A história do Brandon foi explorada no passo perfeito, o leitor suspeita de que algo grave aconteceu e isso se confirma no tempo certo. O Nikolai foi a pessoa que ele precisava, que soube e quis ouvir, compreender e ajudar. Foi a força necessária para que Brandon aceitasse ser ajudado e que quisesse melhorar.
Uma das coisas que mais gostei foi a reaproximação com o Landon, foi bem importante para a história. Entretanto, a história do Nikolai, que é um dos personagens mais interessantes e queridos da série, não foi tão explorada para além do relacionamento com o Bran. Eu gostaria de ter visto mais dele com os Heathens, do passado, os episódios de mania mais destrinchados, etc. Mas tudo bem, a Rina não podia ser perfeita em tudo.
O amor deles foi surpreendente, explosivo, por vezes agressivo, e muito apaixonante de ler. Meio que sinto saudade deles todos os dias desde que li. Na mesma intensidade que eu ri (especialmente quando o Kolya aparecia), eu sofri e chorei de verdade com alguns povs do Bran. Esse livro fez valer a pena toda a frustração que passei com os anteriores. NikoBran curou tudo, and I love that for me.
Depois de ler todos de legacy of gods até o momento, penso no quanto é nítido a diferença de quando o autor gosta do que ele está escrevendo, e a Rina Kent deixou claro o quanto Nikolai e Brandon precisavam contar. Ela vai ter que se esforçar muito para escrever algo tão bom e conciso quanto o que ela fez aqui. Os fãs podem gostar de outros casais mais do que esse, mas em relação a escrita e plot, nenhum supera God of Fury. GOF foi o exemplo perfeito de como dark romances não precisam gabaritar todo o código penal para serem dark e bons livros.