Paulo 12/10/2020
Por que a escola não nos apresenta livros assim?
Alguns livros nos despertam o interesse instantaneamente. Para mim, bastou um breve story de Instagram para me fazer colocar esta obra na minha meta de leituras para 2020. Entre outras, eu até então nunca tinha lido uma obra da literatura brasileira que se passasse no Sul do Brasil; já li algumas que se passam no Nordeste, em Minas e em São Paulo, e muitas que se passam no Rio de Janeiro, mas nunca uma que se passasse no Sul. Então a ideia de um romance histórico situado naquela região do país me chamou a atenção logo de primeira.
E talvez eu nunca encontrasse um livro melhor para embarcar na literatura sulista do que este primeiro volume de O Continente. Aqui ele já foi capaz o bastante de me fazer mergulhar não apenas na literatura mas também na história sul-riograndense. E, devo dizer, estou impressionado.
O livro que dá início à saga de O Tempo e o Vento deve ser o indicativo do que vou encontrar no decorrer dela até o fim: uma história instigante e muitíssimo bem escrita, rica em detalhes e culturas regionais, com personagens bem descritos e marcantes, e tudo isso ambientado nos fatos históricos que compuseram a formação do estado do Rio Grande do Sul. Em poucas palavras: estou na frente de um clássico.
Esse é um livro muito bom para quem gosta de literatura nacional e para os (poucos) brasileiros que se interessam pelas histórias do nosso país - e é certamente um livro essencial para os nossos conterrâneos gaúchos. Enfim, é uma pena não terem nos apresentado uma obra-prima dessas na nossa época de escola, pois aqui são apresentados episódios da nossa história de forma muito interessante sem nunca perder a mão de uma bela obra literária.
É o segundo livro que leio nesse estilo, em que a história perpassa gerações. O primeiro foi Cem Anos de Solidão. Em alguns momentos eu senti em Santa Fé alguns ventos de Macondo. Em ambos os livros eu recomendo que leiam com a foto aberta da árvore genealógica da família, para facilitar.