Cilmara Lopes 10/01/2019Uma leitura que realmente ameiPrimeiro livro do ano e estou bem feliz com isso, amei muito a experiência de conhecer um cadinho da escritora Rachel Queiroz, estou bem ansiosa para ler mais obras dela.
O Brasil possui uma diversidade extraordinária, vários brazis, fatores como cultura, costumes, crenças, contexto histórico mudam de região para região.
Aqui pude desfrutar de uma narrativa poética, com ternura sobre três amigas que se conheceram em um convento no Ceará durante a infância, Maria Augusta (Guta), Maria Glória e Maria José (Zezé), a sonhadora, a vencedora e a melidrosa.
Me senti amiga dela também, vi essa amizade crescer de forma tão orgânica e bonita que, por vezes, almejei que elas realmente existissem.
Logicamente, que esse romance vai totalmente de encontro com a vida da autora, ela estudou em um convento do Ceará e leva muito da sua vivência para seus livros, faço uso das palavras de Mário de Andrade, trata-se de um " Livro de feição autobiográfica".
Pensei que poderia sentir certa dificuldade em me entregar a leitura, por ser um livro da década de 30, mas logo no primeiro paragrafo percebi que ele não era nem um pouco datado, ficava ansiosa para continuar sendo conduzida na vida das personagens, conhecer um pouco mais da região em que elas viviam.
A narrativa é viva, eficiente, a mulher aqui é protagonista, tem irreverência e ganha cada vez mais notoriedade no decorrer do enredo. Agora imagine o quanto foi impactante a publicação desse livro naquela época. Só imagine e perceberá a importância de Rachel.
Eu terminei a leitura com muito orgulho da nossa literatura, em especial a que foi e é produzida no Nordeste.