Polly 14/12/2020
A Herdeira: uma montanha-russa (#142)
A Herdeira foi meu primeiro contato com a escrita de Sidney Sheldon e,tal qual a minha experiência com A Garota do Trem, essa foi uma escolha de leitura completamente aleatória. Simplesmente escolhi um audiobook qualquer e embarquei. Coloquei na conta do acaso o risco de ser bom ou ruim. Sendo honesta, ao final, não sei dizer se gostei ou não. A Herdeira é uma verdadeira montanha-russa de acontecimentos e oscila entre dois gêneros bem diferentes um do outro: romance de banca de revista e mistério policial. O segundo me fez gostar bastante do enredo; o primeiro, me deixou um tanto entediada.
A Herdeira conta a história de Elizabeth Roffe, uma jovem rica que perde o pai em um misterioso acidente. Elizabeth, além de lidar com o luto da morte do pai, vai se ver obrigada a administrar uma enorme companhia farmacêutica, que já não anda mais lá bem das pernas. Mesmo sendo pressionada a abrir o capital da empresa a desconhecidos, a herdeira da Roffe&Sons se negará a isso, cumprindo o maior desejo de seu pai. Mas tal atitude pode custar a sua vida, pois Elizabeth se tornará alvo de suspeitos “acidentes”.
Será que estão tentando matar Elizabeth ou esses acidentes são apenas infelizes acasos? E se estão tentando matá-la, quem seria o maior interessado na venda da Roffe&Sons? Será que a morte de seu pai foi uma tentativa bem sucedida de homicídio? São a essas e a muitas outras perguntas que vamos respondendo durante a leitura, junto a aflita e insegura Elizabeth Roffe.
Oscilando entre romances platônicos, assassinatos escabrosos, cenas de sexo sádico e investigaçao policial, A Herdeira entrega vários estilos, deixando o leitor um pouco confuso, mas ainda assim conseguindo distrai-lo e envolvê-lo. O clique para que o mistério policial aconteça demora alguns muitos capítulos, mas é justamente ele que alavanca o interesse do leitor na história. É, a história de Elizabeth só se torna uma boa história quando ela se torna a história de um crime. Isso demora um pouco para acontecer e essa é a falha do livro (e o fato da mocinha ser uma dramática também).
Assim, eu não posso afirmar se adorei ou detestei o livro. A Herdeira é aquele tipo de livro que fica no meio do caminho. Nem foi bom nem ruim o suficiente para se tornar marcante. É aquele tipo de livro que, depois de um tempo, a gente sabe que leu, mas não lembra nada de nada do enredo. No entanto, o livro consegue mostrar ao leitor de primeira viagem por que Sidney Sheldon tem um fandon tão apaixonado: sua escrita é simples, mas envolvente. Ele sabe bem como prender os leitores em suas páginas e a mistura de estilos pode agradar uma grande parcela deles. No mais, acho que ainda vale a leitura.