Carbono Alterado

Carbono Alterado Richard K. Morgan




Resenhas - Carbono Alterado


108 encontrados | exibindo 76 a 91
1 | 2 | 3 | 4 | 6 | 7 | 8


Watching Comedies 14/02/2018

De fritar o cérebro
Complicado e que frita neurônios. Melhor frase pra descrever esse primeiro volume de Carbono Alterado!
É uma leitura EXTREMAMENTE boa (sou suspeito pra falar pois curto muito o gênero), mas deve se ler com calma, jovenzinhos.
Senta aí deboas numa cama/cadeira confortável, respira fundo e curta. Logo tu tá querendo saber o que Takeshi Kovacs vai aprontar dessa vez.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



davidplmatias 08/02/2018

A nova cara do cyberpunk, o autor surpreende com uma narrativa densa e ao mesmo tempo de fácil leitura e entendimento. Num thriller policial noir scifi, ambientado num mundo futurista onde a tecnologia exagera a decadência dos valores humanos, algo que espelha bem nosso mundo. O livro cumpre bem o papel do scifi.

O autor é bastante visual em de cenas de ação e sexo, o que torna o livro um pouco mais pesado para alguns. Na minha opinião o torna mais maduro e emocionante.

Importante que seja lido com muita atenção devido ao número elevado de personagens e ambientações, inúmeras foram as vezes que tive de retomar o capítulo do início por estar perdido na narrativa, torna-se confuso as vezes.

Por este motivo não dou 5 estelas. No entanto, dos que já li, é o melhor do gênero na atualidade.
comentários(0)comente



Fabio Pedreira 05/02/2018

Carbono Alterado
No futuro a morte se torna praticamente obsoleta, se tornando na verdade uma mercadoria. Seu corpo pode até morrer, mas você pode transferir sua mente para outro, mantendo-se vivo. Com isso, existem várias organizações que fornecem corpos sintéticos ou capas, como são chamados, para aqueles que por algum motivo não tem ou não podem obter sua capa original. Daí vem o título Carbono Alterado.

E logo no início do livro nos deparamos com um exemplo. Devido a uma operação má sucedida o ex-emissário, Takeshi Kovacs (se lê como Kovach), acaba levando um tiro no meio do peito e “morrendo”, para reviver mais de 200 anos depois, na terra, um local no qual ele nunca foi e em outro corpo, sem saber quem o colocou ali e o porquê.

Acontece que o responsável pelo seu reencapamento é o Sr. Bancroft que, alá O Poderoso Chefão, acaba fazendo uma proposta irrecusável a Kovacs para que ele possa resolver um assassinato. Crime esse em que a vítima é nada mais nada menos que o próprio Bancroft. O ex-emissário é a saída de Bancroft para resolver o crime já que a polícia (mais especificamente a Tenente Ortega) se recusa a investigar direito o caso, alegando suicídio, pois Bancroft é o que eles chamam de Matusa, um cara que já viveu tanto tempo que se vê acima de qualquer um.

E assim se inicia a primeira metade do livro, com uma ficção científica misturada com livro policial. É uma mistura muito interessante e te deixa intrigado para saber se foi realmente suicídio ou assassinato, e independente dos dois. o motivo de ter feito aquilo. A lista de personagens e ambientação do universo é muito boa, porém, deve ser feita com cuidado, o livro tem muito nome e conceitos que se você lê rapidamente pode acabar se perdendo um pouco.

É um dos poucos livros de ficção científica que li, mas gostei bastante, o livro me prendeu e pretendo dar continuidade nesse tipo de leitura. Porém, a segunda metade do livro me parece que fugiu um pouco do rumo.

Isso porque Kovacs, no decorrer da investigação, acaba percebendo que pode ter muito mais por trás dessa investigação, e muita coisa acaba acontecendo com ele. Reviravoltas de roteiro e introdução de personagens que acabam levando tudo para um outro rumo, fugindo da investigação do crime para ir pesquisar outras coisas. Claro que no fim tudo dá um jeito de se conectar, mas a mudança é óbvia e você sente. Mas ainda assim não é nada que se prejudique a leitura.

A questão da troca de capas é uma boa coisa para você quebrar a cabeça pensando nas consequências disso, afinal, se você pegar uma pena, é armazenado, não é garantia se não tiver dinheiro para armazenar sua capa de retornar nela. Então e se você visse sua esposa, ou marido, ou filho etc., voltando para você numa capa diferente, mesmo sabendo que ali é ele(a) mas não é? Ou se você fica armazenado por 100 anos e, quando acorda, mal tem algum herdeiro vivo, nem ao menos uma pessoa que você conheça. São situações que fazem você se questionar.

Os personagens também são muito interessantes, mesmo parecendo ser aquele tipo de personagem clássico de filmes de ação do Steven Seagal kkk. O protagonista Badass, a tenente que rola uma tensão sexual, um mafioso, a mulher perua do mafioso e por aí vai. Mas são bem legais, sendo que o melhor personagem na minha opinião é o hotel, sim, isso mesmo, um hotel desses que você usa para dormir. O Hendrix é administrado pela própria IA (Inteligência Artificial) e ele tem plena consciência das coisas.

Mas no geral é isso, meus amigos. Esse livro me ganhou, se não me engano é uma trilogia, e pelo que escutei o volume dois sairá este ano, meados de abril talvez. Esse primeiro livro termina de forma que conclui o caso, então não se preocupe em não comprar achando que vai ter que esperar o próximo livro para saber o resultado do suicídio/homicídio.

Como eu disse, leiam devagar, mas leiam. Foram 4 estrelas em um livro bem investido. E, para completar, dia 2 de fevereiro ocorreu a estreia da série pela Netflix, confiram.

Cuidado com o Homem Retaho.
comentários(0)comente



Miguel Silva 03/02/2018

Mesmo um apaixonado por ficção científica ainda sim pude me surpreender positivamente com a leitura de 'Carbono Alterado', livro de Richard Morgan lançado no Brasil pela Bertrand, e adaptado como a nova série da Netflix 'Altered Carbon'.
A história porém começa meio arrastada com o excesso de informações descritas e um pouvo confusa, afinal é contado da perspectiva de Takeshi Kovacs que depois de séculos acorda em novo corpo e outro mundo do qual está acostumado, é normal se sentir confuso da perspectiva de alguém tão confuso quanto. Mas aos poucos com o fluir da história vamos entrando de cabeça e entendo esse mundo futurista onde a morte foi de certa forma enganada e é possível trocar de corpo, mas onde há ainda diversas desigualdades sociais nos fazendo refletir sobre nosso mundo atual.
Livro recomendado principalmente para fãs de ficção científica e principalmente para quem, assim como eu, ama Philip K. Dick, pois a influência aqui é bem notória. Vale a leitura.
comentários(0)comente



Fábbio (@omeninoquele) 03/02/2018

Leitura arrastada! mas quero ler o outro hahaha
“Os ricos fazem essas coisas. Eles tem o poder e não veem motivo para não usá-lo. Homens e mulheres são só mercadorias, como tudo mais. Armazene-os, frete-os, decante-os.”
⠀⠀
O que aconteceria se as pessoas não morressem mais? No século XXV isso é possível, graças a enormes avanços da tecnologia onde a consciência das pessoas é guardada num cartucho e usado num novo corpo quando o atual parar de funcionar. A morte passou a ser nada mais do que erros do sistema que no entanto agora são fáceis de resolver.

A humanidade também se expandiu e começou a abrigar toda a galáxia, mesmo ainda estando organizados por etnias, religião e classe, mas no entanto, os avanços tecnológicos é que definem as regras.

Conhecemos Takeshi Kovacs que é um ex Emissário da ONU no Mundo de Harlan que nunca pisou na terra e que morreu muitas vezes e em sua última morte por um serviço mal sucedido é trago de volta à vida para solucionar a morte de um magnata da rede de "capas" chamado Laurens Bancroft.

Mas a morte não é considerado um simples erro de sistema? Sim, mais a morte desse homem implicaria em revelar segredos sórdidos escondidos, um estopim para uma investigação. Ele poderia lembrar de quem o matou, mais quem quer que tenha feito isso pensou em todos os detalhes.

E agora em Bay City, a antiga São Francisco, Kovacs tem uma importante missão que é desvendar a morte de Bancroft, mas se deparará com um jogo de conspirações perversas até para os padrões de uma humanidade que comercializa a existência humana.

É um thriller de ficção científica que por ter uma narrativa lenta eu demorei mais na leitura. E por mais que eu tenha gostado da idéia de consciência num cartucho a possibilidade de trocar de corpo, todo o lance da comercialização e imaginado um cenário bacana todo futurista, com carros voando e coisas do tipo, tive muitos problemas de ambientação de leitura, de encontrar mesmo o que estava lendo. E por conta disso o livro não me prendeu como eu gostaria.
O personagem principal que mais se destaca, Kovacs, é característico por ser um típico machão daqueles que só ele é capaz de resolver tudo. O autor até tentou dar ao personagem um lado irônico, mais não funcionou. As cenas com ele só são apaziguadas no momento da ação, dignas de super produções cinematográficas, e isso me deixa muito curioso pois esse livro está sendo adaptado para uma série na Netflix.

Carbono Alterado possui uma trama complexa, onde a atenção é fundamental para que se entenda as coisas. A ideia de ser reencapado é insano e no entanto é genial quando se entende todas suas implicações. É um livro considerado um prato cheio para leitores acostumados com ficção científica e pra esses leitores talvez seja uma leitura mais prazerosa.

site: https://www.instagram.com/p/BetWn_Eh_KZ/?taken-by=omeninoquele
comentários(0)comente



Nath Correia @bibliotecadanath 02/02/2018

Carbono alterado l Richard Morgan l @bertrandbrasil l 487 páginas l 3,5’
“Tome o que lhe for oferecido, e isso às vezes tem que bastar.”

Imagine um mundo onde morrer não é mais uma realidade. Onde trocar de corpo é tão comum como trocar de roupa. Esse é o mundo onde vive Takeshi Kovacs, ex-Emissário da ONU, que, após sua última morte, vê sua consciência ser transferida para a Terra para solucionar o assassinato do magnata Laurens Bancroft – solução esta imposta pela própria vítima sem memória do crime. Ao começar suas investigações, Kovacs se verá inserido em uma teia de intrigas e mentiras que poderá por em risco toda a sua existência.

“Carbono alterado” é o primeiro livro de uma série cyberpunk ambientado no século XXV, onde a humanidade já ultrapassou os limites da Terra colonizando outros planetas. Com uma narrativa em primeira pessoa (através do olhar de Kovacs), o autor conduzirá o leitor por uma trama extremamente complexa e cheia de ação, onde cada mínimo detalhe deve ser memorizado pois fará toda a diferença no concluir da história. Os personagens são bem construídos e caracterizados, sendo interessante perceber que todos eles orbitam em torno da tênue linha do certo e do errado, do bem e do mal.

O ponto fraco da trama é a própria narrativa e a construção de mundo, onde há o uso exagerado de termos novos e de difícil entendimento e onde a nova realidade da humanidade é jogada para o leitor sem maiores explicações no início do livro, fazendo com a que narrativa seja arrastada. O ponto alto vem dos questionamentos que a história traz “Quanto vale a vida humana?” “Até que ponto o ser humano é definido por sua aparência?” “Nossa psique é quem nos define?”. Apesar dos defeitos apresentados, o autor soube misturar ficção científica e investigação na dose certa e soube amarrar todas as pontas soltas deixadas durante a história em um final eletrizante.

Instagram: @bibliotecadanath
comentários(0)comente



Acervo do Leitor 02/02/2018

Carbono Alterado de Richard Morgan | Resenha | Acervo do Leitor
O que o futuro nos reserva? Viagens interplanetárias? Colônias humanas espalhadas por toda galáxia? Drogas que promovem “invencibilidade”? Implantes cibernéticos? Quem sabe a imortalidade? Essa obra é um vislumbre de tudo que o tempo pode nos reservar, onde a inteligência é abundante mas o caráter é escasso. Um retrato perturbador do que está por vir. Se habilita para essa jornada?

“Kadmin tinha se libertado das percepções convencionais do físico. Numa era anterior, ele teria sido um xamã; aqui, os séculos de tecnologia o haviam transformado em algo mais. Um demônio eletrônico, um espírito maligno que habitava o carbono alterado e emergia apenas para possuir carne e semear o caos. ”

Estamos na Terra do século XXV. Séculos de avanço da ciência e tecnologia propiciaram o inimaginável: a imortalidade. Com a quantidade certa de dinheiro você pode ter seu “eu” armazenado em um banco de dados com a possibilidade de ser “baixado” (download) em qualquer “capa” (corpo) que você possa pagar. Agora, alem da prestação da casa e outras contas, existem a prestação das “capas”. Afinal quem não quer um clone seu ou um outro corpo, até mais jovem, bonito, saudável e quem sabe de outro sexo, de reserva caso aconteça algo inesperado com você? Se sua conta bancária for gorda o bastante, sua vida será longa. Nesse cenário existem os “Matusas” (de Matusalém da Bíblia que viveu mais de 900 anos), pessoas que já viveram séculos demais, que se acham acima do bem e do mal capazes de moldar a realidade a seu bel prazer. Visto por muitos como dinossauros que merecem a extinção, são alvos de inveja e constante ataques. E um desses “Matusas” é o magnata Laurens Bancroft, recém “encapado” a polícia afirma que ele se matou em sua última vida, ele duvida, mas não consegue provar o contrário… até trazer Takeshi Kovacs, um ex-emissário da ONU, da morte.

“A vida nas ruas tem certa mesmice. Em todos os mundos em que já estive, os mesmos padrões subjacentes se estabelecem, burburinho e ostentação, compra e venda, como se fossem uma essência destilada do comportamento humano vazando por baixo de qualquer que fosse a máquina política do alto. ”

Takeshi Kovacs está de volta. Ele é mais conhecido como o Lev Mamba, Lacerador ou Pica-Gelo. Depois de estar na “geladeira” cumprindo sentença por diversos crimes ele volta a ativa. Debaixo de um contrato que garante a vida dele por apenas 6 semanas, ele é obrigado a solucionar um crime já encerrado pela polícia: o suicídio, ou assassinato, do “Matusa” Bancroft. Vindo de um planeta bem diferente da Terra, o Mundo de Harlan, Kovacs terá que enfrentar fantasmas do passado, a polícia do presente, e assassinos do futuro, além de uma esposa sedutora e infiel e a igreja católica apenas para saciar a curiosidade de um ricaço, ou teria muito mais em jogo? Sexo, drogas, violência e uma dose de Blues pelos becos de Bay City completam a jornada misteriosa de um crime não solucionável.

“Ainda de joelhos, eu a vi morrer com claridade química (…) A cama se foi primeiro, irrompendo em erupções de plumas brancas de ganso e pano rasgado, e Sarah foi logo atrás, pega na tempestade enquanto se virava. Vi uma perna ser destroçada abaixo do joelho, depois os tiros atingiram o torso, arrancando punhados ensanguentados de carne do flanco pálido enquanto ela caía em meio à cortina de fogo. ”

SENTENÇA

Imagina um quadro com tantos elementos e cores que saltam aos olhos pela beleza mas confunde os sentidos devido a tanta informação. Richard Morgan (autor) nos apresenta sua visão de um futuro bem palpável e assustador. Mas insere tantas nuances e detalhes, por vezes desnecessários, que chega a confundir e cansar. Há também uma quebra de “ritmo” na história. Um começo alucinante, um meio morno, e um aquecimento bem para o final, o que não me deixou sentir exatamente a “pegada” do livro. Acrescente cenas de sexo explicitamente pesadas, ao meu ver desnecessárias, e constrangedoras. Um livro difícil de avaliar. Sem dúvida uma boa e rica obra, acredito que muitos vão amar, tinha tudo para dar certo, mas não “funcionou” bem comigo. Não consegui me envolver com personagem algum alem de achar que a trama se arrastou no final. Talvez eu devesse vestir outra “capa” para apreciar um pouco mais este livro, porem, enquanto isso ainda não é possível, esse meu “eu” achou essa obra com uma premissa bem instigante, mas com uma execução apenas mediana.

site: http://acervodoleitor.com.br/carbono-alterado-de-r-morgan-resenha/
comentários(0)comente



Gabe | @cafecomgabe 01/02/2018

Confuso
Infelizmente esse livro não funcionou pra mim. Nem vou me demorar nesta "resenha". O que tinha tudo para ser uma incrível história, teve (ao meu ver) uma má execução no desenvolvimento. O começo é extremamente instigante porém do meio para fim é uma tortura. O autor nos joga uma quantidade imensa e por vezes desnecessária de detalhes tornando a narrativa ainda mais cansativa. Enfim, me resta conferir a série da Netflix para ver se consigo entender melhor a proposta do livro.
comentários(0)comente



Lit.em Pauta 31/01/2018

Literatura em Pauta: seu primeiro portal para críticas e notícias literárias!

"Com temática cyberpunk, Carbono Alterado é uma ficção científica noir pouco preocupada com a filosofia por trás da tecnologia fantástica de seu universo, colocando o foco, em vez disso, em sua aplicabilidade prática. O romance, escrito por Richard Morgan, não está interessado em como seus personagens lidam com questões de memória e identidade, mas em como eles conseguem resistir à opressão de uma sociedade capitalista que não para de descobrir novas formas de abusar desses elementos.

O protagonista, Takeshi Kovacs, começa a narrativa sendo assassinado pela polícia. Quando acorda, sua consciência está instalada em outro corpo e sua liberdade encontra-se atrelada a uma única condição: resolver o assassinato do milionário Laurens Bancroft.

A narrativa transcorre 500 anos no futuro, quando a consciência de um indivíduo pode ser digitalizada por meio do armazenamento de suas memórias em um aparelho localizado em sua espinha dorsal. Como viagens interplanetárias ocorrem com o envio digital dessa consciência, que é então baixada e instalada em outro corpo no novo planeta, o treinamento militar passa a intensificar ainda mais o desenvolvimento de técnicas mentais em seus soldados de elite, uma vez que os corpos que utilizam costumam variar entre as batalhas. Kovacks é um desses supersoldados e sua condição precária especial – preso após ter sido morto por policiais – torna-o um ótimo candidato para ser manipulado por Bancroft.

O problema do milionário é simples. A polícia encontrou seu cadáver em sua própria casa, tendo levado um tiro na cabeça, e considerou o caso um suicídio. Salvo por um upload remoto antigo, visto que o aparelho que guardava suas memórias foi destruído com o disparo, Bancroft recusa-se a acreditar que tirou a própria vida e contrata um detetive particular para descobrir o que de fato aconteceu.

Kovacks, entretanto, mostra-se um homem difícil de controlar. Em uma primeira análise, ele funciona como um detetive noir clássico, com fala grossa, passado trágico e uma visão de mundo niilista. O personagem entende como as coisas funcionam e não vê esperança de melhora, acreditando que a desigualdade social e a exploração dos mais fracos por grandes corporações são constantes em qualquer planeta. Em determinado momento, Kovacks pensa em tudo o que poderia dizer para reconfortar certa pessoa, mas escolhe permanecer calado mesmo assim, acreditando que a dor dela continuaria inalterada não importa o que dissesse: o detetive não enxerga utilidade em em determinadas ações, por entender que nada mudará.

Dessa forma, o protagonista surpreende justamente por não conseguir manter essa passividade em determinadas situações, ficando eventualmente farto das injustiças que vivencia. Sua investigação o leva ao submundo da cidade de Bancroft, passando por casas de prostituição, ringues de luta ilegal e clínicas de tortura digital. A tecnologia de preservação de consciência, que a princípio parece uma cura para a mortalidade, rapidamente revela-se uma maldição, abrindo portas para situações horríveis: alguém comprar seu corpo original e usá-lo como artigo de luxo ou como saco de pancadas pessoal não é nada comparado à possibilidade de sua consciência ser inserida em uma simulação de tortura num computador, que pode rodar o equivalente a um ano das mais variadas e violentas práticas em apenas algumas horas. Assim, cada ato de brutalidade ou de abuso que Kovacks presencia vai tornando-o cada vez mais revoltado internamente e, em seus derradeiros momentos de explosão, o detetive para de se importar com as consequências de seus atos e transforma-se num justiceiro sanguinário incontrolável."

Participe da discussão, lendo a crítica completa em:

site: http://literaturaempauta.com.br/Livro-detail/carbono-alterado-critica/
comentários(0)comente



Mauricio (Vespeiro) 27/01/2018

Criativo, excêntrico e com uma escrita impecável.
Só fui descobrir “Carbono Alterado”, de Richard Morgan, através da chamada para a nova série da Netflix (que estreou no dia 02/02/18). A ideia é genial. Restava descobrir se a história se sustentava. E foi uma grata surpresa. Morgan é um grande escritor e nos apresenta uma ficção científica maiúscula, visionária, deliciosamente detalhada. Fiquei extasiado com a qualidade do texto, trazendo uma aula do uso de metáforas, sinestesias e personificações. O livro de 2002 é o único do autor publicado no Brasil e, obviamente, só chegou até nós na onda do lançamento da nova série.

A história se passa no século XXV, quando morrer deixou de ser um problema. Especialmente para quem tem dinheiro. Cada pessoa carrega suas memórias (e a própria consciência - ou a “alma”, se preferir) num minúsculo dispositivo alojado na nuca, próximo à coluna cervical. Quando o corpo padece, esse cartucho de carbono é retirado e reimplantado num novo corpo (ou “capa”, como passou a ser chamado). As pessoas pagam seguros a grandes corporações e podem perpetuar suas vidas em outras capas. Dependendo do poder econômico, a nova capa pode ser sintética (a mais barata) ou até um clone (ou mais de um) da sua própria capa original, opcionalmente turbinada com neuroquímica, acrescentando-lhe capacidades físicas e intelectuais. Em alguns casos, se a pessoa não tiver condições de comprar uma capa nova, os familiares podem deixar o dispositivo armazenado e recuperá-lo em algumas ocasiões (alugando uma capa provisória). Existe também a hipótese de uma vida virtual, criada em mundos digitalizados. Os milionários, além de terem seus clones reservados, podem fazer o armazenamento da memória na “nuvem” (usando um termo atual). Desta forma, mesmo que o cartucho seja destruído (o que chamam de MR - morte real), há um backup remoto que pode ser recuperado e reimplantado em outra capa. É a conquista da imortalidade!

Laurens Bancroft é um desses milionários. Aliás, é o homem mais rico do Protetorado, conjunto de planetas colonizados pelo ser humano. Ele é assassinado com um tiro que destrói o cartucho e, como o backup da memória é feito em intervalos, resta o mistério da autoria do crime. A transmissão dos dados para a central leva algum tempo e suas últimas horas de vida não foram registradas antes do último backup. Depois que o reimplante é feito, a investigação da polícia aponta para suicídio e o caso é encerrado. O resultado é inadmissível para Bancroft, que decide contratar um ex-Emissário (espécie de super-soldado) da ONU, Takeshi Kovacs, para descobrir a verdade. Desta forma, Kovacs ingressa num obscuro e tortuoso caminho de conspirações, avançada tecnologia, mentiras, violência, drogas, sexo e traição.

Richard Morgan é hábil com a escrita. Um craque que não tem medo de criar uma infinidade de neologismos - apresentados sem aviso prévio, nenhuma explicação, legenda ou nota de rodapé - para descrever a vida daquela época. Contamos com a tradução feita por Edmo Suassuna para adaptar palavras e termos que não existem no inglês para o nosso português. Um desafio que apresentou muitas falhas (palavras traduzidas de formas diferentes no transcorrer da história), mas que não comprometeram o entendimento. A Bertrand Brasil não costuma ter cuidado editorial, seja na tradução, revisão e até na qualidade de impressão. A edição piora nos capítulos finais, denotando pressa e atropelo na publicação.

É um livro que exige muita atenção durante a leitura. Além dos neologismos inadvertidos, são muitos personagens, funções e cenários. Quem tiver paciência para ler e fazer anotações (quem sabe até fazendo um diagrama) terá menos chance de se perder. O autor deixa algumas lacunas sem pistas que obrigam o leitor a deduzir algumas pontes da trama. Ele também antecipa situações que só serão explicadas bem mais tarde. Portanto, uma leitura atenta faz-se necessária.

Há quem compare a obra de Morgan com “Blade Runner”, pela característica distópica e reflexões filosóficas, pelo agente marginal contratado para uma investigação particular, marginais nas ruas, corrupção da polícia, presença maciça de orientais, mas não passa disso. Philip K. Dick escreveu um clássico com camadas profundas de filosofia, inspirou um cult movie que deu origem a longas teorias. “Carbono Alterado” não apresenta tamanha profundidade, mas é uma história bem resolvida e escrita de forma magistral.

Nota do livro: 7,25 (4 estrelas).
comentários(0)comente



Edson.Junior 24/01/2018

Altos e baixos. Vale a leitura
"Num futuro... A humanidade já desbravou os mares das galáxias e estrelas, e se estabeleceu, em planetas diferentes de seu planeta natal, já ouve guerras e dissolução até, destes mesmos planetas, e os mesmos antes colônias dos próprios terráqueos, tiveram suas independências dos terráqueos, um desses planetas era o Mundo de Harlam.
A morte, agora, nada mais é que um contratempo. Uma falha no programa. Takeshi Kovacs, um emissário da ONU, que nunca havia posto os pés na Terra, já morreu antes.
Agora em Bay city, a antiga São Francisco, Kovacs é trazido de volta à vida para solucionar o assassinato de um magnata. Numa conspiração perversa até para os padrões se uma sociedade que trata a existência humana como um produto a ser comercializado."

Finalmente acabei!😱
E já falo... Li muito por conta da série que está por vir, e da sinopse. Esse livro pra mim enquanto lia, era um misto de sentimentos, partes alucinantes, frenéticas, um tópico jogo de gato e rato, que não tem como parar de ler. Outras partes maçantes, arrastadas, e confusas. Mas uma coisa que é louvável e impressionante é: o mundo criado, com suas características e elementos é rico em demasia. Muito facilmente pode se criar outras estórias, outras tramas com os elementos deste mundo. Sua riqueza é tão grande que mesmo os personagens sendo em sua maioria interessantes, o que cativa mesmo é o mundo. Não é a toa que será adaptado, e mais ainda, as possibilidades são inúmeras.
O que atrapalha mesmo são as quebras de narrativa em flash backs que não são esclarecidos em definitivo, em descrições exageradas, e "barrigas" na estória que são claramente percebidas.

Mas no frigir do ovos, mesmo com os problemas da obra, suas qualidades superam seus defeitos, e faz valer leitura, deixando o leitor pensando, nas possibilidades de se viver num mundo com nuances e camadas tão profundas causadas por sua realidade crua e muitas vezes visceral
comentários(0)comente



Luis 21/01/2018

Um universo interessante, mas pouco cativante
Carbono Alterado foi meu primeiro livro do Desafio Literário de um grupo que participo no Skoob, onde para o mês de Janeiro estava definido um SCIFI.

O livro inicia-se com a apresentação do personagem principal, Kovachs em um apartamento no Mundo de Harlan com sua companheira (Alguém que pelo que senti, ele tinha um desejo, porém não ficou claro se era um relacionamento mesmo, ou era um amor não declarado ainda) quando são "mortos" em uma ação policial que visava prende-los. Digo mortos entre aspas, pois esta ai um dos pontos interessantes deste romance: a morte não é mais o fim.

A morte real mesmo é definida nele como apagamento, pois diferente disso, certa tecnologia prende a consciência das pessoas em um implante, que depois que a capa(corpo que ele esteja habitado) morra, possa passar para outra capa. Porém essa tecnologia de reencapamento não é algo acessível a toda a população, ou seja, os mais ricos vivem para sempre, enquanto os demais vivem o q seus recursos podem pagar, e as vezes são encapados provisoriamente para eventos em família. Deixo aqui uma colocação do livro que achei interessante sobre a morte

"Pobre Morte, não mais à altura poderosas tecnologias de armazenamento e recuperação de dados que o carbono alterado reuniu contra ela. Antes vivíamos aterrorizados com a sua chegada. Agora flertamos ultrajante com sua dignidade sóbria, e seres assim não vão deixá-la usar a entrada dos empregados"

Mostrando que antes temida, naquele ambiente ela era só um contra tempo, uma alternativa de mudança...

Voltando, A sequencia do livro presenta Kovachs sendo contratado por um grande magnata para investigar sua morte, que a policia local teima em tentar convence-lo que foi suicídio...

Com essa premissa, o desenrolar da trama fica cada vez mais cativante. Com os momentos em que ele esta em busca de pistas para satisfazer a curiosidade e desejo da verdade deste Matusa(Forma que o autor define os magnatas que nunca morrem, e não morrerão).

Até este ponto estava bastante empolgante, a ponto de eu não conseguir largar o livro... Mas então teve o "plot twist"...

Tive muita dificuldade em me prender a algumas coisas, a ponto de ficar perdido em certas partes. Fiquei na esperança de que no fim, essas pontas soltas pela nova perspectiva da trama fizessem valer a pena essa baixa na qualidade do livro.

O fim foi OK, não foi ruim, mas também nada espetacular, com direito a um único Capitulo de 15 paginas no máximo para o climax...

Foi uma boa leitura, mas muito distante da expectativa que criei quando li a sinopse. Porém por ser seu primeiro romance, acredito que outras obras deste autor possam superar e quem sabe, retirar essa má impressão que ficou de que, boas ideias ele tem, sabe como começar, mas se perde no meio do caminho.

PS: Quero destacar esta colocação de cultura feita pelo autor, que me cativou bastante.

"A Cultura é como um nevoeiro de poluição. Para viver dentro dela, você tem respirar um pouco e, inevitavelmente, ser contaminado. E, de qualquer maneira, o que ser livre significa neste contexto?"

Sendo assim, finalizo minha resenha, com o seguinte dizeres: Leia como uma distração, mas não espere uma grande obra.
@fabio_entre.livros 21/01/2018minha estante
Eu até me interessei um pouco ao ler a sinopse... mas quando descobri que é parte de uma trilogia, desisti na hora. Não tenho mais paciência para livros em série, trilogias e sequências afins. Fico com a impressão de que a história foi cortada puramente por razões comerciais: para vender o triplo. Atualmente, só abro poucas exceções, como a Trilogia Millenium, que espero poder ler ainda este ano!


Luis 22/01/2018minha estante
Fábio, fiquei tão preso a sinopse que não me atentei que faz parte de uma sequência, mas como disse na resenha, não consigo continuar, pela decepção com o desenrolar da trama


@fabio_entre.livros 22/01/2018minha estante
Pois sim... Se o autor tivesse se concentrado em juntar tudo numa obra só, a história provavelmente ficaria mais densa, apurada e interessante. Mas ele, como tantos outros, preferiu "fragmentá-la". Uma pena!


Luis 23/01/2018minha estante
É a onda da vez neh! O mercado tá mais preocupando com qtidade q qualidade


Claudia.livros 24/01/2018minha estante
Jura que é uma série? Estou lendo e estou me arrastando... não vou aguentar ler sequências desse livro. Estou quase desistindo...




Amanda 20/01/2018

Como seria viver para sempre?
Carbono Alterado foi o meu primeiro contato com o subgênero cyberpunk e comecei a leitura de forma receosa e levemente intimidada pelas 490 páginas, afinal não estava acostumada ao estilo de leitura. Fui jogada dentro da história de Takeshi Kovacs (Kovacs fazendo som de "ch" no final, não de "k") já com ação, tiros e explosões desde o prólogo e segui seu reencapamento na Terra com a apreensão de uma iniciante que não estava entendendo absolutamente nada.

Digo isso porque acredito que esse sentimento de confusão e angústia de passar página após página e voltar, ler de novo e continuar meio em dúvida se realmente entendeu, não é exclusividade minha. De cara já somos apresentados a vários termos confusos criados pelo autor e temos que assimilar um grande conteúdo de informações e questionamentos que nos perturbam e isso deixa a leitura muito arrastada e frustrante, especialmente para quem não está acostumado.

Porém, entre capas e cartuchos corticais, drogas sintéticas que simulam a sensação de morte e a possibilidade de vida eterna (se você puder pagar por isso, é claro), vamos nos emaranhando numa trama cheia de conspiração tecida com maestria pelo Richard Morgan. Não se preocupe com os nomes esquisitos e informações difíceis de memorizar, o essencial ainda é a natureza humana. A natureza humana completamente degenerada, doente, sádica, corrupta, insensível, gananciosa que sempre existiu. Os corpos são diferentes, o ambiente é diferente, tudo é mais evoluído, mas a mente humana continua sendo a mesma de sempre, seja no século XXI ou XXV.

Richard Morgan criou uma crítica social deflagrada pelas inúmeras possibilidades e facilidades que a tecnologia de séculos de avanço permitiram em formato de thriller noir em que acompanhamos o rumo das investigações de Kovacs em um trabalho mercenário para investigar um crime, então basicamente o formato é policial, seguindo fiapos de pistas aqui e ali, mas tudo regado a grandes doses de violência explícita, muita ação, drogas e sexo.

Toda essa ação ajuda demais a narrativa porque as cenas são ótimas, bem construídas e eletrizantes e são nesses momentos que a leitura deslancha, mas a investigação em si não desaponta e o autor sabe explorar muito bem vários detalhes para criar um clímax e desfecho inteligentes.

O personagem também é ótimo, adorei o jeito arrogante e sacana do Kovacs, mesmo que no começo minha primeira impressão tenha sido de que eu o detestaria justamente por essas características. A tenente Ortega também é uma ótima personagem, uma mulher forte condizente com sua posição e muito bem trabalhada pelo autor. No geral foi uma leitura que não só me surpreendeu, mas também abriu as portas de um gênero a ser descoberto por mim.

"Tome o que lhe for oferecido. E isso às vezes tem que bastar."
comentários(0)comente



108 encontrados | exibindo 76 a 91
1 | 2 | 3 | 4 | 6 | 7 | 8


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR