Eli 19/03/2011
Sempre tem algo novo para contar...
Conheci esse livro por intermédio de um aluno do 9° ano do ano passado, da escola particular onde leciono. Carlos Alexandre (ou Xandinho, para os intimos) me mostrou e perguntou o que eu achava da autora e do livro (como eles sabem que amo ler, sempre vem perguntar para mim o que acho de algum autor ou livro que está bombando no momento). Confessei a ele que nunca tinha ouvido falar no livro, muito menos em Tatiana de Rosnay. Lembro que fiquei com o livro em minha cabeça por um bom tempo, mas como tive um final de ano turbulento, não pude comprá-lo, muito menos lê-lo. Somente em janeiro voltei novamente minha atenção para o livro, e o comprei na Saraiva do Norte Shopping. Li algumas páginas, mas acabei o deixando de lado, só o retomando essa semana (dia 14 de março de 2011). Não consegui largar o livro. O levei para todos os lados e a todo momento precisava parar e respirar um pouco. A estória é narrada em primeira pessoa por Julia Jarmond, uma jornalista americana que vive na França e é casada com um francês, com que tem uma filha adolescente. Seu casamento não está bem, mas ela vai levando, até o dia que recebe a incumbência de falar sobre um acontecimento trágico da História de Paris: a invasão de Vel d’Hiv por policiais parisienses, que tiraram familias judias da cidade e os enviaram para a morte. Nesse interim, a estória passa a ser contada pela perspectiva de Sarah Starzynski, uma menina judia de 10 anos, que antes de ser levada com os pais, esconde o irmão de 4 anos num armário secreto, prometendo que voltaria para buscá-los. As duas estorias, do presente e do passado, me emocionaram muito. Não tem como não chorar ao lembrar um acontecimento real, que a maioria dos franceses faz questão de não lembrar. Apesar de ser uma obra de ficção, Rosnay consegue nos transportar para a realidade dos fatos, e nos envolve com suas personagens, a ponto de nos fazer perguntar se eles realmente não existem. Fiquei com a sensação que existem muitas Sarahs e muitas Julias por aí, procurando seu lugar num mundo, depois de um acontecimento trágico e traumático. Sei que muitos acham que a temática Holocausto está um pouco batida. Mas Tatiana de Rosnay nos mostrou que tem sempre algo novo para contar... Para que a humanidade jamais esqueça do que aconteceu. Para que algo tão terrível jamais aconteça novamente.